A Justiça suspendeu novamente a realização de duas assembleias de acionistas convocadas pelo fundo do empresário Nelson Tanure, que ocorreriam nesta quinta-feira (8). Segundo comunicado divulgado pela Oi, a decisão foi tomada após recursos da Bratel, subsidiária da holding portuguesa Pharol.
Em uma das assembleias, o fundo controlado por Tanure, Societé Mondiale, pretendia propor alterações no conselho de administração da companhia. Na outra, o empresário proporia responsabilização dos gestores pela crise da empresa, que apresentou na segunda-feira (5) plano de recuperação judicial para enfrentar uma dívida de R$ 65 bilhões.
A Folha de S.Paulo apurou que, apesar da convocação das assembleias, Tanure vem negociando um acordo com os portugueses para compartilhar a gestão da companhia. A movimentação não agrada grandes credores, que também têm o interesse em participar da gestão após a aprovação do plano de recuperação judicial.
Nesta quinta, um comitê de credores representados pelo banco de investimento Moelis & Company divulgou nota criticando o plano de recuperação apresentado pela Oi e antecipando rejeição ao modelo proposto.
Eles reclamam que a proposta da empresa impõe sacrifícios apenas aos credores, que teriam que perdoar R$ 22 bilhões em dívidas sem acesso imediato à gestão da companhia.
"O plano apresentado pela companhia requer um extraordinário perdão da dívida, alongamento substancial do prazo de pagamento e outras concessões dos credores. No entanto, o Plano não impõe qualquer sacrifício aos acionistas", diz o texto.
O grupo é formado por cerca de 70 instituições que detêm mais de 40% do valor total dos títulos emitidos pela Oi no mercado internacional.
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