Esquerda ou direita é apenas uma questão de rótulo. A única diferenciação aceitável entre uma ou outra opção é aquela que denomina de esquerdismo o pensamento político preocupado com os trabalhadores e de direitismo o pensamento político preocupado com o capital e seus lucros.
Qualquer rótulo poderá ser bem avaliado
pelo seu povo, se os resultados práticos da governança forem positivos.
No Brasil, a ditadura de direita foi terrível por ter prejudicado tanto as
liberdades individuais, como por ter endividado o país em nome de um
progresso que pouco acrescentava na vida dos pobres. Quando os militares deixaram
o poder que exerceram em nome e por conta dos americanos, e do anticomunismo
Russo, deixaram um legado de dívida pública, sofrimentos, perdas de liberdades
e medo. O brasileiro tinha medo do poder que considerava inimigo do povo.
Isso é uma tragédia social do maior significado histórico. Democracia é o povo
escolhendo, amando e respeitando os seus governantes, segundo o seu grau
de satisfação ou de insatisfação, independentemente do rótulo de quem ocupe o
poder.
A Venezuela está mostrando, com os
resultados das eleições em que o candidato do “Chavismo” venceu por
mísero 1% de diferença, que a inflação, o medo, a perda da
liberdade, a desvalorização da moeda, o desemprego, tudo isso vem
causando insatisfação à metade do povo daquela nação, que mostrou, nas
urnas, o desejo de construir com as próprias mãos um país melhor deixando de
lado o ódio pessoal do Chavez contra quem quer que seja. Morto o Chavez,
o legado de seu ufanismo antiamericano, é tão negativo quanto os deixados
pelos governos ditadores brasileiros.
Fica evidente que ditadura, não é bom
nem de esquerda nem de direita, e a culpa não importa de quem possa ser, se o
fracasso do governo refletir negativamente na qualidade de vida do povo.
Maduro, o novo presidente chavista,
terá que governar com metade da nação a seu favor e a outra metade contra e se
não resolver rapidamente os problemas econômicos, políticos e sociais herdados
da era Chavez. O Chavez era tão pretensioso que tentou combater a pobreza
até em território norte americano. Com todo respeito aos mortos, mas ainda bem
que os ditadores são mortais. Ainda bem.
No mesmo caixão de Chavez foi enterrado
mais um pedaço do comunismo quase Russo, que morreu vítima do seu próprio
veneno, mas que ainda tem raízes no hemisfério sul americano.
Seria bom pensarmos em pregar na
América, o Brasileirismo que vem sendo construído há algumas décadas, desde a
queda da ditadura, e se caracteriza pela liberdade de seu povo, pelo melhor
sistema de votação do mundo, e pela plenitude democrática, ainda que a
qualidade do voto popular careça de evolução. Quem tem que evoluir é o povo e
não o governo.
Imaginem se um dia desses o pessoal, que
se denomina esquerda, no poder no Brasil atualmente resolver fazer o que
fizeram na Venezuela, mudar a constituição para se perpetuar no poder?
Essa era a prática Chavista que em
discurso cheio de ódio do que chamam de “imperialismo do capital
americano”, tentava justificar a sua permanência no poder com a possível
intervenção americana.
Ditadura, não presta, nem de esquerda,
nem de direita, e basta lembrarmo-nos do jovem sobre o tanque chinês, da
menina nua queimada correndo pelas ruas na China, do muro de Berlim, das
divisões de terra na Albânia, dos exemplos atuais na Coréia do Norte que prega
guerra ao que chamam de inimigos do sistema. Ditadura é ditadura e o povo não
come nem bebe sistema. O ódio não pode servir de orientação para nenhuma forma
de governo.
Sintam-se respeitadas as posições em
contrário, em nome da democracia e da liberdade de pensamento.
Por: João Lúcio Teixeira-
Advogado/Economista