TÓQUIO - Um dia após o terremoto seguido de tsunami que devastou a costa leste do Japão, e em meio a uma sucessão de fortes réplicas do tremor, o governo lançou uma megaoperação de resgate e ajuda humanitária nas áreas mais afetadas, onde o número de mortos já chega a 686, de acordo informações da polícia. Segundo a agência de notícias Kyodo News, a estimativa é de que o número de vítimas da tragédia pode chegar a 1.800, muitas delas afogadas.
Cerca de 200 a 300 corpos já foram encontrados nos rios que cortam Sendai, a cidade costeira mais próxima do epicentro, e outros 200 corpos foram transferidos para ginásios nas cidades de Iwanuma e Natori, na província de Miyagi. Segundo a rede de televisão japonesa NHK, 10 mil pessoas estão desaparecidas na cidade de Minamisanriku, também na província de Miyagi, no nordeste do Japão. Isto representa mais da metade da população local, calculada em 17 mil pessoas. A cidade foi muito atingida pela tsunami e ficou coberta de lama. A catástrofe deixou ainda cerca de 948 feridos (Veja outras imagens dos resgates).
Todos os recursos disponíveis do Exército do Japão se mobilizaram para auxiliar nos trabalhos de resgate, especialmente nas províncias de Miyagi, Iwate e Fukushima, as mais atingidas. No entanto, as equipes de resgate têm dificuldade de chegar às zonas mais afetadas, onde o alerta de tsunami ainda está em vigor.
Em infográfico, o local do terremoto e a rota da tsunami
Google cria serviço para localizar pessoas no Japão
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Áudio: brasileiro que mora há quase 20 anos em Tóquio relata o susto
O premier Naoto Kan participou de reuniões de emergência na manhã deste sábado (horário local) e seguiu para as áreas do desastre -incluindo duas usinas nucleares que estão em estado de alerta por risco de vazamento de material radioativo.
- Nosso governo fará todos os esforços possíveis para assegurar a integridade e segurança das pessoas e também minimizar os estragos causados pelo terremoto - disse o premier à imprensa.
O alcance exato dos danos ainda é desconhecido. Balanços iniciais indicam que mais de 5 milhões de casas estão sem energia elétrica e ao menos 1.800 foram destruídas somente na região de Fukushima. Estima-se que 90% das casas na costa japonesa foram destruídas. Mais de 300 mil pessoas já foram evacuadas de suas casas. O número de prédios destruídos completa ou parcialmente subiu para 3.400. Quatro trens na área costeira entre as regiões de Miyagi e Iwate permaneciam desaparecidos, informaram as ferrovias japonesas. Não se sabe quantos passageiros estavam nos vagões.
Japão em estado de emergência nuclear Além das mortes e estragos, o tremor de magnitude 8,9 seguido de tsunami causou ainda um vazamento de material radioativo na usina de Fukushima Daiichi Nº1, que obrigou o governo a declarar estado de emergência e ordenar a retirada de ao menos 45 mil moradores num raio de 10 km em torno do complexo nuclear. Na manhã deste sábado, uma explosão na usina Fukushima 1 aumentou as preocupações. O porta-voz do governo japonês não soube informar as causas da explosão, mas afirmou que não o reator não foi atingido. Kan declarou ainda estado de emergência em outra usina, Fukushima Nº 2, e ordenou a retirada de moradores num raio de 3 Km da instalação.
Segundo o primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, o vazamento foi de "quantidades mínimas de radiação", que não representam risco para a saúde. Mas autoridades nucleares do país ouvidas pela agência de notícias Jiji afirmaram que há alta possibilidade de uma fusão do núcleo do reator número 1 da usina Daiichi, em Fukushima.
No total, cinco reatores nas duas usinas já foram desligados e permanecem em situação emergencial. As duas usinas ficam a cerca de 250 km ao norte de Tóquio.
Veja fotos da destruição causada pela tsunami
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Este é o maior tremor já registrado na história do país, que mantém dados sobre sismos há 140 anos.
De acordo com o embaixador do Brasil no Japão, Marcos Galvão, não há registro de brasileiros mortos ou feridos na tragédia. Segundo ele, há 254 mil brasileiros no país, a maioria em Tóquio.
Segundo o primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, o vazamento foi de "quantidades mínimas de radiação", que não representam risco para a saúde. Mas autoridades nucleares do país ouvidas pela agência de notícias Jiji afirmaram que há alta possibilidade de uma fusão do núcleo do reator número 1 da usina Daiichi, em Fukushima.
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