Ela é como a maioria das brasileiras, que se divide em mil e uma tarefas para dar conta do recado. Sylvia Jane Crivella é esposa, mãe, avó, dona de casa e escritora ainda arranja tempo para participar da ONG Mulher que Faz, que realiza trabalhos humanitários com mulheres em situação de risco, abusadas, meninas grávidas e carentes.
Ela, que é fundadora e já foi presidente da ONG, hoje é sócia benemérita, título obtido por sua dedicação ao trabalho desenvolvido. Nos últimos meses, Sylvia Jane tem ajudado na campanha do esposo Marcelo Crivella, candidato ao Governo do Rio de Janeiro. Sem frescuras, ela está nas ruas fazendo panfletagem, gravando vídeos para as redes sociais ou em eventos com mulheres.
É fato que reúne bons requisitos para ser uma boa primeira dama, título que não lhe deslumbra, embora diga que está pronta para o desafio. “Somos movidos por desafios, no meu caso, posso citar três: nossa ida à África, o Projeto Nordeste e o ingresso do Marcelo na política. Ser primeira-dama é uma oportunidade de engajamento em causas sociais, dando atenção às prioridades”, destaca.
Entrevista:
PRB/RJ- Esposa, mãe, avó, dona de casa e escritora . A exemplo de muitas brasileiras, a senhora desempenha vários papéis. De onde vem tanta energia?
Sylvia Jane Crivella- Da força do amor! Quando fazemos aquilo que gostamos e acreditamos, a energia aparece!
PRB/RJ – A senhora lançou recentemente o livro “O Desafio de Criar Filhos” (Editora Thomas Nelson). Por que a escolha deste tema?
SJC- Nenhuma mãe ou pai em sã consciência quer o mal de seus filhos, mas, às vezes, atitudes ou escolhas mal feitas trazem consequências desastrosas. Por isso achei que seria interessante compartilhar minhas experiências.
PRB/RJ- Além do livro o Desafio de Criar filhos(Thomas Nelson), a senhora também escreveu o livro Tempo de Pausa(Unipro Editora) e Encontro das Barrigas(Reflexão)?
SJC- Sim. Em “Tempo de pausa” falo da menopausa, um importante estágio biológico da mulher. “Encontro das Barrigas” foi baseado nas experiências que obtive na ONG Mulher que Faz. Conversava com muitas meninas grávidas e carentes, o que era muito gratificante e rendeu um conteúdo bacana.
PRB/RJ- Quanto tempo de casados? Quantos filhos?
SJC- São 34 anos de casados e mais 4 de namoro. Temos 3 filhos e 2 netos.
PRB/RJ- Como são os avós Sylvia Jane e Crivella?
SJC- Corujas! Chega às vezes a beirar o ridículo, mas que os moleques são especiais, isso são (risos).
PRB/RJ- Nestes 34 anos de casados, o que mudou no relacionamento de vocês?
SJC- O tempo pode ser um grande aliado ou um terrível inimigo. Graças a Deus que no nosso caso o tempo trabalhou a nosso favor. Tiramos da fraqueza forças e da tristeza, alegrias, tornando o nosso relacionamento mais sólido.
PRB/RJ- Entre os lugares que morou com seu esposo está a África. Acredita que foi lugar aonde a necessidade de ajudar o próximo se intensificou?
SJC- Sem dúvida alguma. Foi lá que descobrimos nossa verdadeira vocação.
PRB/RJ- Sempre teve interesse em relação à ajuda humanitária? Fale um pouco do trabalho social que realiza há anos?
SJC- Foi na África que fui mais despertada pela causa humanitária. Aqui no Rio de Janeiro fundei com algumas amigas a ONG Mulher que Faz, um trabalho voltado para meninas grávidas carentes e mulheres abusadas.
PRB/RJ- Vocês foram para África em pleno apartheid, não teve medo? Afinal, seus filhos estavam com vocês…
SJC- Medo não, mas estranhei muito todo aquele comportamento. Foi lá que tomei consciência de que era branca, até então me achava apenas uma brasileira.
PRB/RJ- Que recordações guarda da África, onde ficaram quase 10 anos?
SJC- Meus filhos eram bem pequenos na época, minha caçula tinha apenas 4 anos. Com receio de faltar a primeira refeição, levei na mala leite em pó e farinha láctea – uma bobagem, pois os mercados de lá eram muito bons, mas, inexperiente como era, não queria arriscar. Meus filhos sempre foram a minha maior preocupação, mas graças a Deus eles se adaptaram e guardam boas memórias daquele continente.
PRB/RJ- Até hoje, quando vocês retornam à África, recebem muito carinho. Como conseguiram estreitar esses laços? A senhora disse que, inicialmente, a aceitação foi difícil porque, na época, o apartheid estava predominante.
SJC- Marcelo e eu percebemos que o maior problema na África era a família. A cultura de lá permite a poligamia, havia muita animosidade entre irmãos. Descobrimos que precisávamos ser como pai e mãe para eles, e com amor ensiná-los o caminho da verdade. Creio ser isso que fez com que, até hoje, recebamos tanto carinho de nossos filhos africanos.
PRB/RJ- É verdade que a senhora ficou aflita quando soube que seu esposo ingressaria na política? Por quê?
SJC- Sim! Senti o chão se abrir sob meus pés. Era o desconhecido e como tal produzia angústia. Eu orei e pedi a Deus para me mostrar o que Ele esperava de mim naquele ambiente. E me veio ao pensamento a seguinte ordem: “Brilhe”. Então relaxei e deixei que a Luz de Cristo fizesse a obra. Eu era apenas o canal.
PRB/RJ- Qual o papel que uma primeira-dama deve desempenhar? É claro que o mandato não é dela, mas de que forma acredita que pode ajudar?
SJC- Creio que seja, em primeiro lugar, continuar o que ela faz em casa: ser uma auxiliadora idônea. Depois se engajar em causas sociais, sempre atenta às prioridades. Eu me encaixo melhor no título de “primeira servidora”. Tenho muito desejo em servir e fazer a diferença na vida das pessoas. Sei que não conseguirei fazer nada sozinha e contarei com a ajuda de muitas companheiras, sobretudo, com a ajuda de Deus.
PRB/RJ- “Eu e Marcelo somos irritantemente simples”. Esta é uma frase sua. Acredita que a simplicidade é um diferencial? Ou em algum momento pode atrapalhá-los?
SJC- Sempre acreditei que a simplicidade cabe em qualquer lugar. Gosto quando as pessoas se sentem à vontade quando estão conosco. Simplicidade não tem nada a ver com incompetência ou apatia.
PRB/RJ- A ascensão das mulheres na vida pública é fato, vem se consolidando cada vez mais. Por que acredita que isso está acontecendo?
SJC- Sempre foi plano de Deus que a mulher fosse valorizada. Basta ver nos Evangelhos como o Senhor Jesus tratava as mulheres. Demorou, mas a sociedade está percebendo o valor da mulher e o seu poder de transformar o mundo para melhor.
PRB/RJ- De que forma tem ajudado na campanha de Crivella?
SJC- Da melhor forma possível: panfletando, realizando eventos femininos e nas redes sociais.
PRB/RJ- Por que acredita que ele é uma boa opção para o Governo do Rio?
SJC- Eu não apenas acredito, eu tenho certeza! Além de ser ficha limpa, Marcelo é um homem inteligente, competente e extremamente sensível à dor do povo.
PRB/RJ- Há poucas semanas da eleição, o assunto em casa é somente política ou dá para descontrair?
SJC- Falamos muito de política, mas descontrair é lei!
PRB/RJ- Acredita que atualmente as pessoas estão mais interessadas em política? Será que já saberão escolher os candidatos no dia 5 de outubro?
SJC- Acredito que as pessoas estão muito mais politizadas e espero que saibam escolher o certo.
PRB/RJ- Como a primeira cabo eleitoral de Crivella, o que tem a dizer aos eleitores?
SJC- Garanto a vocês que o meu candidato não vai decepcioná-los. Dê a ele uma chance para lhes provar.