A Federação Nacional de Produtores Agrícolas, FNSEA, estará fiscalizando a presença dos vinhos espanhóis nos supermercados franceses. Em si a importação de vinhos da Espanha é bastante normal. A fiscalização tem por objetivo verificar se os vinhos estão sendo vendidos com a menção Espanha ou Europeu e não como vinho francês, pois a maior parte é engarrafado na França, explica Jerôme Despey secretário nacional da FNSEA.
A preocupação dos produtores do sul da França e do Aude em particular (departamento onde moro) é que os vinhos espanhóis custam entre 30€ e 40€ o hectolitro, 100 litros, e o francês entre no mínimo 70€ e 80€. Essa importação prejudica os vinhos franceses de menor qualidade, o Vin de France ou vinho semIGP (Indicação Geográfica Protegida) típico de cooperativas de baixa qualidade.
A cólera de produtores se faz ouvir e alguns radicalizam. O Comitê de Ação Vitícola, conhecido por suas ações violentas, colocou fogo na loja de degustação (foto) do Domaine Jean Gleizes, em Ouveillan, no Aude e pichou os muros com os seguintes dizeres: “Bandido, Fraude. CAV”.
Semana passada durante coquetel na casa de um produtor a proprietária de um Château da AOP Minervois se mostrava preocupada com esses vinhos espanhóis. Será que é para se preocupar? Ela faz um bom Minervois e bons IGP. O fato destes vinhos serem engarrafados na França e boa parte reexportado abre portas para outros vinhos franceses de melhor qualidade, em outros mercados, num mundo de competição feroz onde preço é força. Talvez o custo França esteja diminuindo a competitividade do vinho francês mais simples. Será esse o mercado do vinho francês? Duvido.
Afinal, você vai beber apenas vinho de mesa? Quando o orçamento permite o consumidor vai sempre querer beber melhor. Nem espanhol, nem francês e nem chileno de pequena qualidade. O consumidor sempre quer o melhor que seu dinheiro puder pagar. Não é assim que você age? Santé.
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