BRASÍLIA - O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), disse que além das explicações dadas à Receita Federal e ao Ministério Público, o ministro da Casa Civil deve satisfações à sociedade. Já o senador Pedro Simon (PMDB-RS), sugeriu nesta quinta-feira, da tribuna do Senado, que Antonio Palocci tome a iniciativa de se afastar do cargo. Mesmo admitindo a hipótese de o ministro ser inocente, Simon considera que sua permanência está comprometendo o governo.
Ministro Palocci, vossa excelência ficando, fica mal
- Deixe hoje ou amanhã o cargo ministro, antes que o procurador-geral da República se manifeste ou que seja criada uma CPI. Está ficando feio para o PT e o PMDB impedir que vossa excelência seja convocado para se explicar e dizer que aconteceu com seu patrimônio. Ministro Palocci, vossa excelência ficando, fica mal. E está deixando a presidente Dilma numa situação delicada - sugeriu Simon.
O senador gaúcho também não hesitou em criticar a interferência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na articulação política do governo Dilma, ainda mais por ter colocado que a demissão de Palocci pudesse criar uma crise sem precedentes.
- O Lula não devia ter vindo ou pelo menos devia ter sido mais discreto. Como ele pode dizer isso. Por que ele pode demitir o Palocci em seu governo? Sua intervenção não foi feliz. Cometeu um deslize. A grande saída para Palocci é se afastar do cargo, até porque acho muito difícil que ele consiga se manter - observou.
Para o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, o ministro da Casa Civil deve dar todos os esclarecimentos que forem necessários.
- Agora, o Palocci prestou contas à Receita, ao MP, e a palavra está com o Ministério Público. Não podemos estar agindo com prejulgamentos. E ele sim deve dar as explicações que a sociedade deseja como ministro, como homem público. O que não pode ser feito é prejulgamento nessa hora. Entendemos que o ministro Palocci deve, como está, continuar prestando contas ao Ministério Público, como ele prestou à Receita, e deve esclarecimentos à sociedade, como ele tem buscado dar e deve dar tanto quanto seja necessário, como cabe aos homens públicos fazê-lo. Mas não devemos permitir que a rinha política atrapalhe o Brasil nesse momento. O ministro Palocci tem bom senso, colabora com esse país, tem capacidade de diálogo. A presença dele no governo é uma presença que vem ajudando - disse Eduardo Campos, acrescentando:
- Essa é a hora de ajudar o governo da presidente Dilma. Não é uma relação ocasional, é uma aliança estratégica.
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