O promotor Gerardo Pollicita solicitou nesta sexta-feira (13) o indiciamento da presidente argentina, Cristina Kirchner, por suspeita de envolvimento em uma conspiração com o governo iraniano. O caso era investigado por Alberto Nisman, o promotor encontrado morto no dia 18 de janeiro, quatro dias depois de acusar o governo Kirchner de ter encobertado os responsáveis iranianos do atentado visando uma associação judaica de Buenos Aires. O ataque deixou 85 mortos e 300 feridos em 1994.
Além da presidente, também foram indiciados o ministro das Relações Exteriores, Héctor Timerman, o deputado Andrés Larroque e de Luis D’Elía, ex-integrante do governo. A informação foi anunciada pelos jornais argentinos Clarin e La Nacion.
Gerardo Pollicita e o juiz Daniel Rafecas assumiram o caso após a morte de Nisman. Mesmo após o episódio, a Promotoria continuou a analisar as denúncias, o que poderia ser visto como um sinal de que a investigação feita por Nisman tinha bases sólidas.
O governo argentino já prepara sua defesa, segundo o Clarín. A procuradora Angelina Abbona poderia publicar ainda nesta sexta-feira um documento atestando que não existem indícios de "ações ilícitas" de membros do governo nas investigações realizadas por Nisman. Mas aparentemente, não é o que pensa a Promotoria.
Nisman acusou Kirchner de ter colaborado com um "projeto criminoso" para garantir a impunidade de iranianos suspeitos do atentado contra a Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA), em 1994. A presidente teria contado com a ajuda do chanceler Timerman, do deputado Larroque e de D’Elía.
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