MOSCOU — Das centenas de prisioneiros de guerra capturados nos combates no Leste da Ucrânia, apenas uma pessoa foi mencionada nominalmente por líderes mundiais nas negociações de paz em Minsk: Nadezhda Savchenko, ex-tenente do exército ucraniano, piloto de helicóptero e pós-graduada da Academia da Força Aérea da Ucrânia.
Aos 33 anos, ela está presa em uma penitenciária em Moscou, acusada pela Rússia de conexão com as mortes de dois jornalistas em um ataque na Ucrânia, em junho passado. Nadezhda foi detida pela primeira perto da fronteira com a Ucrânia, após participar de ataques contra separatistas em Luhansk, perto da cidade onde os russos foram mortos. Depois de ser solta, segundo o Kremlin, cruzou a fronteira para a Rússia, sem documentos, fingindo ser refugiada.
O governo ucraniano, por sua vez, alega que Nadezhda foi capturada por forças rebeldes e levada à revelia para a Rússia. Segundo um dos advogados da ex-tenente, na manhã em que os repórteres foram mortos, Nadezhda foi ferida e capturada. Os registros de celulares provariam que ela foi detida pelo menos 30 minutos antes do morteiro atingir os jornalistas.
Mesmo antes da guerra, ela era considerada uma espécie de heroína nacional por ser uma das primeiras mulheres pilotos de combate da Ucrânia foi, inclusive, tema de documentário. No Iraque, serviu como paraquedista apoiando os EUA na guerra. Desde a detenção, foi eleita para o Parlamento da Ucrânia pelo partido Pátria, da ex-premier Yulia Tymoshenko. No mês passado, parlamentares da legenda usavam camisetas onde se lia: “Libertem Nadezhda Savchenko”. Com o acordo, finalmente ela poderá ser solta.
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