O ex-ministro da Saúde e pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, cancelou parte da agenda política prevista para esta sexta-feira, 25, na região de Marília, no interior do Estado. O petista retornou para a capital paulista, onde integrantes de seu estafe político discutiam se ele deve ou não conceder entrevista coletiva nesta tarde para falar sobre a suspeita da Polícia Federal de que ele teria indicado um ex-assessor para trabalhar no Labogen, laboratório integrante do esquema de lavagem de dinheiro do doleiro Alberto Youssef, preso desde 17 de março pela Operação Lava Jato.
Segundo pessoas próximas a Padilha, o desempenho do pré-candidato na entrevista coletiva de hoje vai determinar o futuro da candidatura. Petistas influentes defendem que a linha seja de contestação ao relatório da Polícia Federal. Alguns já falam até na substituição do candidato. Parte dos dirigentes do PT soube do teor do documento da PF desde a manhã de quinta-feira, 24, mas a acusação contra o ex-ministro pegou de surpresa a maior parte do partido, inclusive o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Pessoas que conversaram com o pré-candidato nesta sexta-feira descreveram o estado emocional de Padilha como "descontrolado".
Pela manhã, o pré-candidato chegou a participar de encontros políticos na cidade de Vera Cruz. Depois, ainda esteve em Marília, onde conversou com lideranças da Igreja Católica na Cúria Diocesana da cidade. Foi neste momento que decidiu cancelar o restante da programação, seguindo imediatamente para o aeroporto e retornando para a capital.
Enquanto isso, diversas lideranças da cidade e região (políticos e empresários) o aguardaram por cerca de uma hora na sede da Associação Comercial e Industrial de Marília. Todos ficaram frustrados com a decisão.
Coube ao deputado federal José Mentor (PT-SP) explicar o cancelamento de parte da agenda. Segundo o parlamentar, a mudança de planos ocorreu porque "a acusação foi muito forte de ontem para hoje". "A campanha eleitoral já começou", afirmou Mentor.
Além de Marília, Alexandre Padilha também deveria percorrer as cidades de Paraguaçu Paulista, Assis e Ourinhos.
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