RIO - Ao fechar as portas da Gávea para Adriano, o Flamengo imagina estar se vendo livre de um problema que não é a falta de gols. Na atual temporada, o time já fez 24 em 13 jogos, média de 1,84 por partida, números que, ao menos por enquanto, embasam a tese do técnico Vanderlei Luxemburgo de que o sucesso rubro-negro não está atrelado à presença de um atacante de peso.
Na dinâmica do futebol, a verdade de hoje pode não ser a de amanhã. No caso, de depois de amanhã, quando o clube pode dar o primeiro passo para repatriar Vágner Love, nome que, ao contrário do Imperador, tem o aval do porteiro à presidente do clube, passando por Vanderlei.
Vágner não omite de ninguém seu desejo de voltar ao Brasil depois de seis anos de compromissos cumpridos com o CSKA, da Rússia, e em especial ao Flamengo, onde esteve pela última vez na apresentação de Ronaldinho Gaúcho, do qual foi uma espécie de cicerone. Na ocasião, disse que gostaria de formar dupla de ataque com o amigo.
Nesta quinta-feira, ele estará em campo contra o Porto, pelas oitavas de final da Liga Europa, no Estádio do Dragão. No primeiro jogo, em Moscou, o time russo perdeu por 1 a 0. Em caso de eliminação, restará apenas o Campeonato Russo, que começou na segunda-feira. Na Gávea, o assunto circula à boca pequena, mas de acordo com o resultado do CSKA, vai ganhar força, uma vez que Vágner já sinalizou a interlocutores rubro-negros que está disposto a rescindir o contrato em vigor até agosto de 2013, antecipando sua volta ao país e ao time de coração.
Até agora, ao contrário do que aconteceu quando conseguiu sua liberação em 2009, o jogador não tomou a frente das negociações em Moscou por orientação do empresário Evandro Ferreira. Este embarca nesta quarta-feira para Portugal com dois objetivos: primeiramente, assistir à partida; e, em caso de eliminação, sentar-se à mesa com Yevgeniy Giner, presidente do CSKA, e expor o desejo do atacante de retornar ao Brasil. Além dos seis anos de bons serviços prestados na Rússia, Vágner usará como argumento sua vontade de voltar a disputar um lugar na seleção brasileira.
Alheio a essa possibilidade, os jogadores embarcaram na segunda-feira para Fortaleza, onde na quarta o Flamengo faz o primeiro jogo da segunda fase da Copa do Brasil contra o time da capital cearense, no Castelão. Com o título do primeiro turno, a liderança isolada do Grupo A da Taça Rio e a invencibilidade que já dura dois meses, a perspectiva é a de eliminar o jogo de volta, como aconteceu na primeira fase, contra o Murici-AL.
— Vamos tentar fazer o resultado para evitar o jogo no Rio — disse Thiago Neves. — Mas é jogo difícil. Ainda estamos cansados do clássico, mas temos que correr o quanto eles correrem.
A boa atuação no Fla-Flu não foi apenas motivada por estar diante do ex-clube. Mais à vontade no esquema montado por Vanderlei Luxemburgo, Thiago Neves vê na repetição da escalação o fator determinante na evolução tática que o time demonstrou nas últimas partidas. Com a equipe mais arrumada, Thiago já vê a sincronia de movimentos que faz com que, individualmente, o rendimento cresça.
— Estamos começando a jogar bem.
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