GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

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Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Suplicy e Aloysio Nunes discutem em audiência sobre Pinheirinho Nunes disse que audiência era usar 'miséria alheia' para atacar PSDB. Petista pediu que o tucano 'tivesse a dignidade' de ouvir testemunhas.


Credito: Geraldo Magela/Ag.Senado O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) se exaltou nesta quinta-feira (23) após a recusa do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) em participar de audiência pública na Comissão de Direitos Humanos sobre a desocupação da área conhecida como Pinheirinho. Cerca de 1,5 mil famílias foram retiradas de suas casas no final de janeiro pela Polícia Militar de São Paulo e pela Guarda Municipal de São José dos Campos (SP) após autorização judicial.

Nunes afirmou que não participaria da audiência, requisitada por Suplicy, por considerar que se tratava de um "instrumento" de ataque ao PSDB. "A audiência é um instrumento político de interesse do PT, do senador Eduardo Suplicy e de pseudo-revolucionários que se utilizam da miséria alheia para promover suas propostas", afirmou o tucano.

O senador petista, então, pediu a palavra e, batendo com as mãos na mesa, afirmou que tem evidências de que houve violência durante a operação da Polícia Militar de retirada dos moradores do Pinheirinho.

"Queira o senador Aloysio Nunes ter a dignidade de ver esses filmes demonstrando a violência ocorrida! E vem aqui ele me dizer que funcionárias minhas fizeram declarações, elas foram testemunhas da barbaridade ocorrida. É importante que ele possa ouvir!", gritou Suplicy.

Nunes respondeu à manifestação do petista dizendo que "não se intimida" com gritos. "Eu não me intimido com os gritos do senador Suplicy. Não me impressiona. Nem de vossa excelência nem de ninguém", disse o parlamentar do PSDB.

O senador Pedro Simon (PMDB-RS), que presidia a Comissão de Direitos Humanos, tentou encerrar a discussão. "Mas é a primeira vez que ele [Suplicy] grita. Ele passa dois anos falando baixinho", ponderou. Diante da ausência dos principais convidados a participar da audiência e da recusa de Aloysio Nunes em permanecer na comissão, Simon sugeriu adiar a reunião e permitir que o tucano também selecione convidados.

Os senadores decidiram ouvir os líderes comunitários presentes à reunião e continuar a audiência do Pinheirinho com convidados escolhidos por Nunes na próxima segunda-feira (23), Nunes defendia que a audiência fosse ampliada, para debater ações violentas da PM em outros estados, não somente no Pinheirinho. Ele e Suplicy aceitaram a proposta de Simon e se cumprimentaram sob aplausos, dando fim à discussão.

"Pedro Simon, dado seu espírito de respeitabilidade na presidência da comissão, quero cumprimentar o senador Aloysio Nunes numa saudação de respeito", afirmou Suplicy, antes de dar a mão a Nunes.

Pinheirinho
No dia 25 de janeiro, foi encerrada a operação da Polícia Militar de reintegração de posse do Pinheirinho. Cerca de 1,5 mil famílias foram retiradas de suas casas. O terreno de mais de 1 milhão de metros quadrados foi invadido há oito anos e pertence à massa falida de uma empresa do investidor Naji Nahas. Várias denúncias de violência por parte da PM foram feitas após a desocupação. Suplicy chegou a relatar na tribuna do Senado suposto abuso sexual cometido por policiais militares.

O tucano propôs debater o assunto na Comissão de Direitos Humanos do Senado. O requerimento de audiência pública foi aprovado pela comissão e a reunião foi marcada para esta quinta (23). Foram convidados a prestar esclarecimentos o prefeito de São José dos Campos, Eduardo Cury, a secretária de Justiça de São Paulo, Eloisa Arruda, e o presidente do Tribunal de Justiça do estado, Ivan Sartori.

Também foram convidados a comparecer à audiência da Comissão de Direitos Humanos a secretária Nacional de Habitação, Inês Magalhães, o secretário de Habitação do Estado de São Paulo, Silvio Torres, o juiz da 18ª Vara Cívil da Comarca de São Paulo, Luiz Beetoven Giffoni, o juiz Rodrigo Capez, que acompanhou a desocupação como representante do TJ-SP, a juíza da 6ª Vara Cívil de São José dos Campos, Márcia Loureiro, que determinou a desocupação, o promotor de Justiça João Marcos da Paiva, que conduziu os depoimentos sobre abusos de autoridade.

Foram chamados ainda o advogado do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Marcelo Menezes, o líder comunitário Antonio Ferreira, o vereador de São José dos Campos Tonhão Dutra, o comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo, Alvaro Batista Camilo, além de vítimas que tenham prestado depoimento à promotoria sobre a ação da Polícia Militar.

Nenhuma autoridade envolvida na ação da PM compareceu nesta quinta (23) à Comissão de Direitos Humanos. Apenas o líder comunitário Antonio Ferreira veio a Brasília relatar a violência que diz ter sofrido durante a desocupação.

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