A pré-candidatura do petista Fernando Haddad foi anunciada com toda pompa e circunstância, mas, na largada da disputa pela prefeitura local, o eleitor paulistano acena com a possibilidade de repetir o fenômeno que transformou São Paulo na capital do voto de protesto. O séquito da cúpula do governo federal que Haddad arrasta ainda não se converteu em argumento para modificar a cabeça dos eleitores, que elegem o ex-deputado Celso Russomanno (PRB) como o preferido para o Palácio do Anhangabaú. Com porcentagens que variam de 17% a 21% das intenções de voto, segundo pesquisa Datafolha do início da semana, Russomanno só perde quando o ex-governador José Serra (PSDB) é incluído no cenário da pesquisa para a prefeitura de São Paulo.
Temerosos com o comportamento dos eleitores — que já elegeram o ex-palhaço Tiririca (PR-SP), em 2010, com 1,35 milhão de votos; e o médico Enéas Carneiro, em 2002, com 1,57 milhão, como os deputados federais mais votados da história (sem falar no rinoceronte Cacareco, que recebeu 100 mil votos para vereador em 1959) —, outros partidos já se movimentam a fim de atrair Russomanno para suas fileiras.
O líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP), afirma que a vantagem do pré-candidato do PRB nas pesquisas ainda é efeito da exposição que ele teve como candidato a governador em 2010. Segundo Teixeira, o PT não trabalha com a hipótese de Russomanno atuar ao lado de adversários de Haddad em um possível segundo turno ou deixar de lançar a candidatura pelo PRB. “É um recall da campanha passada, vamos conversar bastante com ele no primeiro e no segundo turno. Não vai acontecer isso (apoiar um adversário do PT), vamos dialogar com ele. Ele não tem tempo de tevê”, diz Teixeira, o PRB terá 45 segundos em cada inserção, à tarde e à noite.
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