O ministro da Ciência, Tecnologia e – de duas semanas para cá – também da Inovação, não quer mais falar sobre política. Em entrevista ao Blog do Guilherme Araújo em seu gabinete na Esplanada dos Ministérios, Aloizio Mercadante se diz mais preocupado hoje com o PSC, o “Partido dos Semicondutores”, do que com a criação do PSD.
Crise política? Isso é com o Palácio do Planalto. Ele está mais voltado para a crise econômica internacional e para o que chama de “a nova economia brasileira”, que envolve semicondutores, tablets e satélites, entre outros equipamentos de última geração.
Para enfrentar a crise internacional, Mercadante diz que o Brasil precisa se fiar no mercado interno, que é o nosso “motor”. “Somos o quinto mercado automotivo do mundo, o quarto mercado em televisores”, comenta. “Na crise, precisamos defender nosso mercado interno.”
O ministro anunciou para o Natal uma enxurrada de tablets competitivos com limite mínimo de componentes nacionais no mercado, com uma consequente diminuição de preços. Segundo ele, 25 empresas ja pediram para produzir tablets no Brasil, nove foram liberadas e duas já estão entregando o produto.
Mercadante mostrou-se muito preocupado com temas ambientais, como o aquecimento global e os riscos da energia nuclear, após o acidente em Fukushima.
Titular do ministério responsável pelas políticas climáticas do governo, ele avalia que o desastre nas serras do Rio que ocorreu em janeiro não foi um episódio isolado, mas a revelação de uma tendência: “Os extremos climáticos com o aquecimento global estão se intensificando.”
O ministro articula no governo uma reavaliação sobre a instalação de usinas de energia nuclear no Brasil após o acidente de Fukushima neste ano. E afirma que não há no horizonte dos próximos anos a possibilidade de instalação de novas usinas nucleares no Nordeste, conforme previsto. Embora elas não estejam descartadas, ainda não há “decisão concreta”.
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