GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

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Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Em 10 anos, praticamente todas as praias tiveram piora na qualidade das águas

O último relatório anual da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) revelou que o Litoral Norte viveu, em 2010, seu pior momento da história com relação à qualidade das águas litorâneas. A expansão urbana desordenada, a falta de saneamento básico e o consequente despejo de poluição fecal nos rios e mares foram apontados como os principais responsáveis pela situação atual. Se, em 2001, o Litoral Norte apresentava 23 praias com águas consideradas ótimas, hoje, são apenas duas nestas condições e ambas na região Norte de Ubatuba (Prumirim e Itamambuca).
No próprio relatório da Cetesb, os técnicos paulistas tentam explicar os péssimos resultados. “No Litoral Norte, houve uma redução da porcentagem de praias próprias em 100% do ano. Esse índice foi fortemente influenciado pelo registro de um pico de chuva que ocorreu em maio e que resultou na impropriedade de muitas praias consideradas boas, principalmente no município de São Sebastião”. Mesmo com os argumentos, a poluição crescente dos pontos monitorados na região está longe de ser um fenômeno pontual.
O relatório confirma que, desde 2005, a situação no Litoral Norte apresenta tendência de piora. “A evolução das condições de balneabilidade do Litoral Norte no período de 10 anos de avaliação mostra uma tendência de piora da qualidade, destacando que desde 2005 os valores vêm decaindo até 2008, com pequena recuperação em 2009. A diminuição desse percentual em 2010 resultou de um evento atípico em uma única amostragem onde grande parte das praias ficou imprópria. Além disso, a tendência de piora está provavelmente associada ao crescimento da população nesta região que foi de 25% no período, com destaque para Ilhabela que registrou aumento de 35%”, completou o relatório admitindo que o problema é muito mais amplo.
Por mais que os técnicos tentem destacar a “maré vermelha’ ocorrida em maio do ano passado, o próprio relatório admite que a maioria dessas cidades possui saneamento básico insuficiente para atender à sua população. Segundo a Cetesb, cerca de 35% de todos os imóveis da região apresentam coleta de esgoto. No entanto, o que o relatório não menciona é que grande parte destas casas serve para o mercado turístico, não atendendo moradores e sim uma população flutuante. Ou seja, mais de 200 mil pessoas na região estão poluído diariamente os recursos naturais hídricos (rios, mares e lençóis freáticos), por falta de investimento público no setor de saneamento básico terrestre. Em Ilhabela, o relatório apontou que apenas 4% da população contam com a coleta oficial. O resultado desta ampla falta de estrutura foi revelado no relatório da Companhia Estadual, onde todas as praias do arquipélago ficaram em situação ruim ou regular.
Atravessando o canal, rumo à São Sebastião, as condições de balneabilidade de 2010 também apontam para um cenário preocupante. Em 2001, o município tinha nove praias consideradas ótimas, enquanto, no ano passado, não registrou nenhuma. Além disso, praias como Toque-Toque Grande e Juquehy apresentaram o sinal de regular pela primeira vez na história do monitoramento.
Ainda segundo o relatório da Cetesb, somados os registros das quatro cidades da região são ao todo 18 locais apontados como ruins ou péssimos, número que revela mais um recorde negativo histórico alcançado em 2010. Os interessados em mais detalhes podem ter acesso completo ao documento através do site www.cetesb.sp.gov.br/agua/praias/25-publicacoes-/-relatorios.

Embora Cetesb aponte como causa esgoto no mar, Sabesp garante que já investiu cerca de R$ 170 mi em redes coletoras

A Sabesp do Litoral Norte tem investido em obras para melhorar a qualidade de vida da população fixa e flutuante das quatro cidades (Caraguatatuba, São Sebastião, Ubatuba e Ilhabela) e contribuir para a melhoria da balneabilidade das praias da região. É o que informou a assessoria de imprensa do órgão. Desde o ano de 2008, quando implantou o Programa Onda Limpa Litoral Norte, a Sabesp já aplicou recursos na ordem de R$ 170 milhões na execução de redes coletoras, estações elevatórias e estações de tratamento nas quatro cidades da região (São Sebastião, Ilhabela, Ubatuba e Caraguatatuba).
Em dezembro de 2007, os índices de cobertura no Litoral Norte eram de 36% (44% em São Sebastião, 35% em Caraguatatuba, 28% em Ubatuba e 4% em Ilhabela).
Já em dezembro de 2010 esse índice de cobertura passou para 51% (72% em Caraguatatuba, 46% em São Sebastião, 36% em Ubatuba e 36% em Ilhabela), sendo esse esgoto 100% tratado.
Atualmente as obras em andamento no Litoral Norte somam mais de R$ 80 milhões. Com a conclusão das obras, previstas para o segundo semestre de 2012, os índices de cobertura no Litoral Norte chegarão a 70% (sendo 80% em Caraguatatuba, 70% em São Sebastião, 68% em Ubatuba e 60% em Ilhabela), com 100% desse esgoto tratado.
Porém, a Sabesp reitera e pede a colaboração por parte dos moradores quanto à ligação do seu imóvel à rede de esgoto. Para se ter uma ideia, o Litoral Norte tem hoje mais de 10 mil ligações factíveis que ainda não foram conectadas a rede da empresa. A Sabesp informa também que já trabalha na elaboração dos projetos para a segunda fase do Programa Onda Limpa Litoral Norte, com investimentos superiores a R$ 300 milhões somente em esgoto, através das chamadas Parcerias Público Privada (PPP’s), que elevará o índice de cobertura para quase 90% em todo o Litoral Norte ao final de 2015.

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