RIO - Depois de ver a oposição ocupar semana passada a prefeitura de Magé, na Baixada Fluminense, a ex-prefeita Núbia Cozzolino afirmou que nenhum dos membros da família, que domina a política local há quase 30 anos, vai se candidatar ao cargo de prefeito nas próximas eleições municipais. O fato — inédito desde que seu pai, Renato Cozzolino, foi eleito em 1982 — deve-se mais à falta de alguém dentro da família que esteja apto a aproveitar o que restou do capital político associado ao nome do que a um possível desinteresse do clã na administração municipal.
O único membro da família que ainda exerce um cargo público, o vereador Anderson Cozzolino, o Dinho, presidente da Câmara, está impedido de se candidatar por ser irmão de Núbia, afastada da prefeitura em 2009 pela Justiça, poucos meses depois de assumir seu segundo mandato.
— O Dinho deve se candidatar novamente à Câmara e nós vamos nos organizar para lançarmos candidatos em 2014 e em 2016 — diz a ex-prefeita, atual mandachuva do clã.
O problema será reverter a imagem negativa associada ao sobrenome, depois de sucessivas denúncias e acusações de corrupção, improbidade e nepotismo. Até mesmo a sombra da violência que domina a política da região — que virou palco de assassinatos no fim dos anos noventa e no início dos anos 2000 — acompanhou o sobrenome. Nas ruas, o medo é visível nos rostos dos moradores que preferem o anonimato ao falar mal da administração do clã. Há relatos de adversários políticos que dizem ter sido ameaçados por motivos diversos.
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