GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

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Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

domingo, 14 de agosto de 2011

Agente penitenciário que teria tido um relacionamento com juíza Patrícia Acioli será ouvido pela polícia

RIO - A polícia vai ouvir o agente penitenciário Dayvid Eduardo Nunes Martins, que teria tido um relacionamento amoroso com a juíza Patrícia Lourival Acioli, assassinada com 21 tiros quando chegava em sua casa, em Piratininga, na região oceânica de Niterói, na quinta-feira à noite. Ele já foi localizado, mas a data do depoimento ainda não foi divulgada. Na manhã de sábado, a chefe de Polícia Civil, Martha Rocha, e o desembargador Nelson Calandra, presidente da Associação de Magistrados do Brasil, estiveram na Divisão de Homicídios (DH) que investiga o caso.
Em fevereiro deste ano, David apresentou queixa na 81ª DP (Itaipu) contra o cabo da PM Marcelo Poubel, que foi casado com a juíza. Ele disse ter sido agredido pelo policial que teria invadido a casa de Patrícia Acioli. O casal, que estava no quarto, teria sido obrigado pelo PM a ficar de joelhos. Dayvid e Patrícia teriam ainda sido agredidos com socos e pontapés. No sábado, porém, policiais da DH disseram que Poubel, ouvido por mais de seis horas na sexta-feira, não é considerado suspeito do crime.
Guarita de segurança estava vazia no dia do crime
O fato de a guarita de segurança do local onde morava a juíza Patrícia Acioli estar vazia no dia do crime chamou a atenção da polícia, que anteontem localizou o vigia responsável pelo plantão. Ele esteve na 77ª DP (Icaraí), mas não foi revelado ainda o teor do depoimento. Vizinhos, ouvidos no sábado por repórteres do GLOBO, disseram ter estranhado a facilidade com que os assassinos tiveram acesso à vítima. Até agora, as informações são de que ela foi executada por quatro homens encapuzados em duas motocicletas. Mas ontem já se falava que o crime pode ter sido cometido por uma dupla de bandidos numa moto.
— Aqui tem muita segurança. É estranho como eles conseguiram chegar tão perto dela — afirmou um morador do local, que preferiu não se identificar.
Para chegar até a casa da juíza, os bandidos tiveram que atravessar uma ponte e passar pela guarita. A cerca de 500 metros do local, fica localizada uma unidade do Exército. 

Nelson Calandra e Antônio Siqueira vão à Divisão de Homicídios, na Barra da Tijuca, para acompanhar as investIgações da morte da juíza (Foto: Gustavo Pelizzon / Agência O Globo)

Ao chegar à Divisão de Homicídios (DH), na Barra da Tijuca, para acompanhar a investigação do assassinato, Nelson Calandra estava acompanhado do presidente da Associação de Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (AMAERJ), o desembargador Antônio Siqueira. Calandra revelou que 12 pessoas são suspeitas de envolvimento com o crime:
- Desses 12 suspeitos de participar do atentado à nossa colega, com certeza, grande parte deles deve ter condenações anteriores.
Desses 12 suspeitos de participar do atentado à nossa colega, com certeza, grande parte deles deve ter condenações anteriores
Após ficar cerca de uma hora reunido com investigadores na DH, Calandra deixou o local por volta de meio-dia. Ele minimizou a afirmação do número de suspeitos de envolvimento no caso:
- A gente sabe que é um número elevado de agressores. Ao menos, mais do que um. O número de 12 agressores é o que está sendo dito pela mídia, o que tem se falado. Não vamos entrar no mérito da investigação. Confiamos na polícia e estamos aqui para prestar solidariedade. Viemos trazer a certeza de que os criminosos sejam presos e processados.
O Disque-Denúncia recebeu até as 22h de sábado 57 denúncias desde que a juíza Patrícia Acioli foi assassinada. De acordo com o ONG, todas as informaçõe estão sendo encaminhandas diretamente para Delegacia de Homicidios. O anonimato é garantido.
Mais cedo, o desembargador Calandra ambém criticou as leis penais brasileiras:
- A juíza Patrícia Acioli é uma vítima das organizações criminosas, de um sistema processual penal onde a Sua Excelência é o réu, e não o juiz, onde as pessoas cometem um crime de morte e saem pela porta da frente junto com a família da vítima. As pessoas só são punidas quando o Supremo Tribunal Federal (STF) chega.
O presidente da AMB ainda cobrou a criação de um sistema de segurança para magistrados:
- O sistema está fragilizado. Não há um sistema de segurança para todo o magistrado. Isso deveria ser responsabilidade do Ministério da Justiça.
Por fim, ele disse que a quantidade de magistrados ameaçados de morte no Brasil pode ser superior ao número divulgado na sexta-feira pelo Conselho Nacional de Justiça:
- O número de 86 magistrados ameaçados pode ser maior, pois muitos não comunicam.
Desde o início da manhã, cerca de 20 policiais da DH estão nas ruas empenhados nas investigações da morte da juíza Patrícia Acioli.
A chefe da Polícia Civil, delegada Martha Rocha, chegou à DH por volta das 10h, mas não falou com a imprensa.
A chefa de Polícia Civil, delegada Martha Rocha, deixou a Divisão de Homicídios sem comentar o caso AMB critica legislação que permite ao condenado responder em liberdade
A chefe de Polícia Civil, delegada Martha Rocha, também esteve na Divisão de Homicídios do Rio, reunida por cerca de três horas com o delegado Felipe Ettore, titular da unidade.
- A juíza Patrícia Acioli é uma vítima de organizações criminosas e de um sistema processual criminal, em que as pessoas que cometem um crime de morte são julgadas e saem pela porta da frente, junto com a família da vítima. As penas só são cumpridas depois que o caso chega ao STF - afirmou Salandra.

Calandro defendeu a criação de um sistema de segurança próprio para o magistrado brasileiro:
_ A juíza Patrícia Acioli foi morta porque combatia as milícias. Defendo a criação de um sistema para cuidar da segurança de dezenas de juízes ameaçados em todo o país.
Martha Rocha quis apenas se inteirar das investigações sobre o assassinato da juíza Patrícia Acioli, morta em Piratininga, Região Oceânica de Niterói.
- Este é o momento de se analisar todas as informações, tratá-las com coerência e cuidado. E o silêncio neste momento é muito importante. Tenho certeza que a Polícia Civil está trabalhando com todo o seu talento, técnica e dedicação para chegar ao objetivo que é a solução deste caso.
O delegado Felipe Ettore, que preside o inquérito, também não quis comentar a investigação e voltou a afirmar que todas as hipóteses estão sendo verificadas.

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