GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

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Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Vitória histórica da esquerda é golpe em Sarkozy

FRANÇOIS HOLLANDE, candidato favorito às primárias socialistas, comemora o resultado em Paris / Reuters

PARIS — O governo conservador do presidente francês Nicolas Sarkozy sofreu uma dura derrota neste domingo em eleições indiretas para o Senado do país, que pela primeira vez desde 1958, terá uma maioria de parlamentares de esquerda. De acordo com resultados preliminares da votação dos 71.890 deputados, conselheiros e delegados de conselhos municipais de 44 circunscrições francesas, os candidatos esquerdistas tomaram pelo menos 24 assentos que pertenciam aos governistas da União por um Movimento Popular (UMP), assegurando maioria na Casa.
A guinada para a esquerda — que segundo o líder da UMP no Senado, Gerard Larcher, terá consequências “sísmicas” nas eleições presidenciais previstas para abril — foi festejada por militantes socialistas em uma reunião em Paris.
— Este 25 de setembro vai entrar na História — afirmou Jean-Pierre Bel, líder do Partido Socialista no Senado, pedindo mudanças nas eleições para a Casa, que segundo ele tendem a favorecer a direita. — Agora é nossa obrigação construir um novo Senado, realmente representativo dos territórios da França. Um Senado mais moderno e modesto. Estendo a mão a todos aqueles que quiserem se juntar à essa nova maioria.
Premier culpa divisão no governo
Favorito nas primárias socialistas do próximo mês, o pré-candidato à Presidência François Hollande também comemorou o resultado.
— É uma derrota séria, para não dizer grave, para Nicolas Sarkozy — julgou Hollande. — E para o próximo presidente da República, se for de esquerda, será uma vantagem importante.
Por sua parte, Harlem Désir, chefe interino do Partido Socialista que substitui a pré-candidata Martine Aubry na função, afirmou que o resultado mostra uma rejeição ao governo atual.
— Acho que o recado que foi dado hoje é uma sanção à UMP. Mas também é um avanço histórico da esquerda, já que na maior parte dos departamentos nós avançamos, conquistamos cadeiras. É um sinal positivo para as eleições de 2012.
À direita, no entanto, os políticos tentaram minimizar a vitória socialista, afirmando que ela é “normal e matemática”. Mas o primeiro-ministro François Fillon, da UMP assim como Sarkozy, culpou a “divisão que reina na maioria governamental” pela derrota, convocando todos os governistas a se unirem. Por sua vez, o Palácio do Eliseu emitiu uma nota expressando a opinião de Nicolas Sarkozy sobre o episódio:
— Foi uma consequência lógica da progressão da esquerda em eleições locais, que vem ocorrendo desde 2004 —, limitou-se a dizer a Presidência.
Avanço socialista inesperado em Paris
Segundo os resultados parciais, a esquerda ficaria com ao menos 175 das 348 cadeiras no Senado, dividas entre socialistas, verdes e comunistas. A vitória da esquerda já havia sido prevista por analistas locais, mas poucos ousaram pintar um resultado tão favorável à oposição. A derrota da dividida frente conservadora acentua, em todo o caso, a sensação crescente de desgaste da qual sofre Sarkozy — cuja taxa de aprovação vem oscilando nos últimos meses entre 20% e 24%, enquanto tem de lidar com a crise do euro e cortes no Orçamento. Segundo pesquisas recentes, os dois pré-candidatos socialistas mais cotados para vencer as primárias — Hollande e Aubry — derrotariam Sarkozy, caso as eleições presidenciais fossem hoje.
Os resultados inesperados em Paris, onde a centro-direita perdeu dois assentos em relação às últimas eleições, pareciam aumentar a sensação de castigo a Sarkozy. As consequências concretas do resultados dessas eleições, no entanto, ainda são difíceis de serem determinadas. A esquerda poderia tentar usar o Senado para intensificar sua oposição ao governo e propor projetos de leis ou emendas governamentais. A palavra final, porém, cabe à Assembleia Nacional, a câmara baixa francesa, dominada pela UMP.

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