Vizinho da escola desde a infância, o desempregado Leonardo Andrade dos Santos mora no quarto andar do prédio ao lado da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, ouviu os gritos dos alunos e não pensou duas vezes: correu em direção ao colégio. Mesmo sendo barrado por um policial, abriu o portão e seguiu para o primeiro andar do prédio, onde ocorreu a chacina.
— Vi sangue e crianças ensanguentadas. Não pensei se iria sair vivo dali — contou.
No local, bombeiros resgatavam as primeiras vítimas. Leonardo lembra de estudantes ainda agonizando nas duas salas atacadas.
— A maioria das meninas levou tirou no rosto. Os bombeiros estavam com uma maca. Ajudei a colocar as crianças nesta maca. Umas que estavam com tiro na barriga ainda conseguiram caminhar. Apoiei elas nos ombros. Parecia cena de guerra — recordou.
Leonardo lembra de ter ajudado a recolher de oito a nove vítimas, algumas já mortas. Ele não conhecia nenhuma delas.
— Nestas horas a gente não pensa em nada. Só quis salvar a vida deles — afirmou, emocionado.
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