"O que eu vou falar para o Obama? Ele está ciente das nossas limitações, somos como um bairro de Nova York". É com bom humor que o presidente do Uruguai, José Mujica, responde ao jornal britânico "Financial Times" sobre o que vai falar com o presidente americano, Barack Obama. Os dois líderes devem se encontrar ainda neste ano.
Mesmo contando com um alto grau de investimentos na última década, políticas econômicas estáveis e mudanças lucrativas em novos setores, a economia uruguaia ainda é 300 vezes menor do que a americana, observa o jornal.
"Então eu me dou ao luxo de dizer o que eu quero", diz Mujica, contando que na Cúpula das Américas, sediada no ano passado em Cartagena, ele pediu que Obama retirasse as tropas do Afeganistão o mais rápido possível.
Mujica também conta que suas prioridades não estão do outro lado do Rio da Prata, mas sim no vizinho que faz fronteira com o norte do país: o Brasil. "Estamos apostando na integração complementar com o Brasil", disse Mujica, acrescentando que o Uruguai e o Brasil estão "em sintonia".
Para o presidente, o Brasil é um excelente mercado --"que temos à nossa porta", acrescenta-- para a carne bovina, cordeiro e produtos lácteos uruguaios.
Sobre o outro vizinho, Mujica não é tão amistoso. Ele descreve a Argentina, governada por Cristina Kirchner, como "muito fechada em si mesmo, meio anos 60".
Mesmo dizendo que os dois países não concordam em muitos aspectos e estão "em caminhos diferentes", Mujica reconhece que Uruguai e Argentina são "quase como gêmeos" e que Cristina é "uma grande amiga".
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