GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

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Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

domingo, 9 de setembro de 2012

Tostão - Faro de artilheiro


Ter um jogador na frente é essencial, o que não significa que tenha de ser um típico centroavante 

FORAM PÉSSIMAS as atuações individuais e coletiva da seleção. Hulk, o menos festejado, mostrou novamente que é o mais eficiente. Entrou no lugar de Damião, que, como Pato, Oscar, Lucas e Ganso, tornaram-se craques antes de terem sido.

Com frequência, citam o Barcelona e a seleção brasileira de 1970 como exemplos de equipes que não têm centroavante. Não é bem assim. Joguei de centroavante no Mundial.

Era o mais avançado e atuava pelo centro. Apenas jogava diferente do que fazia no Cruzeiro, onde era um ponta de lança, meia-atacante, e nas eliminatórias para a Copa de 1970, quando eu e Pelé nos revezávamos. Um voltava para receber a bola, e o outro ficava na frente.

Messi não é um falso centroavante, como tanto falam. Ele é o atacante mais adiantado do Barcelona e joga mais pelo centro. É um centroavante.

Toda equipe precisa ter pelo menos um jogador mais à frente, o que não significa que ele tenha de ser, obrigatoriamente, grandalhão, forte e que não saia de perto da área. O Grêmio tem uma dupla de ataque, Kleber e Marcelo Moreno, o que é cada vez menos frequente no futebol brasileiro e mundial. 

Quando uma equipe possui meias e jogadores pelos lados, agressivos, que entram na área para fazer gols, prefiro um centroavante mais técnico, habilidoso, que se movimenta bastante, que faça gols e que dê bons passes, a um apenas para finalizar, mesmo que seja um grande artilheiro. Um time não pode depender apenas de um jogador para fazer gols.

Uma característica importante de todo atacante, seja um típico centroavante ou não, é saber o momento exato de partir para receber a bola livre, na frente, sem entrar em impedimento. É uma deficiência frequente em nossos atacantes. Como os técnicos treinam demais jogadas aéreas, não sobra tempo para esse e outros treinamentos. O Brasil é o país dos chuveirinhos. Tomou o lugar dos ingleses.

Se um time não tem um típico centroavante e perde, mesmo com inúmeras outras deficiências, a culpa é sempre da falta desse jogador, como ocorre no Botafogo. Quando ganha, esquecem do centroavante. 

Quando um atacante faz um gol, dizem que é "o faro do artilheiro", e que "a bola procura o artilheiro". 

Existem também os que fazem muitos gols em uma temporada, tornam-se famosos, e nunca mais marcam tanto. A fama continua. Há sempre um clube para contratá-los, com a esperança de que ele volte a ser um grande artilheiro.

Uma das coisas que mais me incomodam é a excessiva valorização que dão aos artilheiros, mesmo que ele não tenha nenhuma outra qualidade.

Romário, Ronaldo, Reinaldo, Coutinho, Careca e outros não foram excepcionais somente porque fizeram muitos gols. Não dá para medir os encantos de um craque.

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