A mulher do ex-governador Orlando Pessuti (PMDB) está entre os 69 funcionários da Assembleia Legislativa do Paraná que irão receber salários sem trabalhar.
Regina Fischer Pessuti, concursada como consultora jurídica da Casa, ganha cerca de R$ 5.500 por mês.
Também estão na lista três parentes de ex-diretores da Assembleia acusados de desvio de dinheiro público e contratação de funcionários-fantasmas, além do servidor João Leal de Matos, que é réu em três ações na Justiça por desvio de verbas da Casa.
Matos, porém, está foragido e não recebe salário desde maio de 2010, quando foi emitido um mandado de prisão contra ele. O servidor foi denunciado sob acusação de contratar parentes como funcionários-fantasmas na Assembleia, onde era auxiliar administrativo e
recebia cerca de R$ 2.000 por mês.
recebia cerca de R$ 2.000 por mês.
Os 69 funcionários que receberão sem trabalhar, todos concursados, são "excedentes" e "desnecessários", segundo a atual diretoria da Casa, que diz que havia funcionários sobrando na Assembleia.
A direção tentou remanejar os servidores "excedentes" para gabinetes de deputados ou para secretarias do governo estadual, para onde foram 106 funcionários. Os 69 restantes, porém, se recusaram a trabalhar em outras funções ou órgãos que não aqueles para os quais prestaram concurso.
"Eles não são obrigados a trabalhar no poder Executivo. Seria até um ato de coação obrigá-los a trabalhar em outro órgão", afirma o diretor de pessoal do Legislativo, Bruno Perozin Garofani.
Por causa disso, a direção da assembleia resolveu mantê-los em "disponibilidade funcional remunerada" --ou seja, recebendo sem trabalhar--, mediante um desconto em seus salários --de 10% a 35%, dependendo do tempo de serviço (quanto maior o tempo, menor o corte).
A direção da Assembleia ainda não sabe quanto esses funcionários custarão para os cofres públicos.
LICENÇA MÉDICA
O ex-governador Orlando Pessuti disse que sua mulher voltará a trabalhar e só não o fez porque está em licença para tratamento médico.
Segundo Pessuti, o médico havia orientado que ela permanecesse afastada até o fim de julho, mas a direção da Assembleia só concedeu licença até o fim de junho --o que fez com que a funcionária entrasse na lista dos funcionários disponíveis.
O ex-governador disse que foi solicitada nesta quinta (14), novamente, a prorrogação da licença médica.
"Estamos cumprindo o que o médico tem recomendado, que ela permaneça em tratamento médico. A hora em que ela for liberada, ela imediatamente volta a trabalhar", disse.
Já o advogado de João Leal de Matos informou que seu cliente ainda não foi notificado administrativamente da decisão.
Os 69 servidores só voltarão a trabalhar caso sejam abertas vagas na Assembleia ou caso eles concordem em trabalhar em outros órgãos do governo.
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