Os negociadores dos mais de 190 países na Conferência das Nações
Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), avaliaram que as
economias progrediram de forma desigual nos últimos vinte anos. O
reconhecimento está explícito no texto preliminar a ser analisado por
chefes de Estado e de Governo, nos próximos dias 20 a 22, e ressalta,
principalmente, as medidas sustentáveis e as voltadas para a erradicação
da pobreza.
O texto preliminar do documento final, obtido pela
Agência Brasil, foi fechado ontem (16) à noite. Nele, há seis capítulos
distribuídos em 50 páginas. Inicialmente, o texto tinha 80 páginas, mas
foram retiradas as propostas (chamadas de colchetes) mais controvertidas
e mantidas as recomendações gerais.
O secretário-geral da Rio92,
que ocorreu há duas décadas, Maurice Strong, alertou sobre o risco de a
Rio+20 acabar com promessas vazias e em meio a conclusões de que as
lacunas permanecem.'Há vinte anos a conferência foi um sucesso, no
sentido do que conseguimos acordar [despertar para os temas sobre
sustentabilidade]. Foi mais do que qualquer um de nós poderia esperar',
disse.
Segundo ele, os avanços obtidos nesse período foram
importantes. 'Nós tivemos muitos bons exemplos de ações adotadas em
alguns países, mas as condições têm se deteriorado. Alguns países
continuam a negar a importância [do que foi acordado].'
Na versão
preliminar do documento da Rio+20, os negociadores se comprometem a
reforçar ações para implementar esses compromissos anteriores.
'Reconhecemos a necessidade de acelerar o progresso no preenchimento das
lacunas de desenvolvimento entre países desenvolvidos e em
desenvolvimento', destaca o texto, ressaltando, ainda, que é preciso
criar condições para o desenvolvimento sustentável, com crescimento
econômico e proteção ambiental e social.
Apesar de não apresentar
um detalhamento dessas ações, os negociadores defendem, consensualmente,
que os países em desenvolvimento tenham uma participação mais ativa na
tomada de decisões globais.
Pelo documento, esse 'aumento da voz'
dos mais pobres seria conquistado com uma cooperação entre os países
'particularmente nas áreas de finanças, comércio, dívida e transferência
de tecnologia, inovação e empreendedorismo, capacitação, transparência e
responsabilidade'.
Nenhum comentário:
Postar um comentário