O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) vai monitorar o andamento de
processos sobre o superfaturamento do Fórum Trabalhista de SP para
tentar evitar que sejam devolvidos ao juiz aposentado Nicolau dos Santos
Neto, 84, mais de US$ 6 milhões que estão bloqueados na Suíça, informa
reportagem de Frederico Vasconcelos, publicada na íntegra.
A pedido do Ministério Público Federal, a corregedora nacional de
Justiça, Eliana Calmon, quer agilizar o julgamento, no STJ, de recursos
em ações penais cujas denúncias foram oferecidas em 2000.
Além de Nicolau, que cumpre prisão domiciliar em São Paulo, foram
acusados de desvio de dinheiro público o ex-senador Luiz Estevão e os
empresários Fábio de Barros e José Ferraz. Em 2006, eles foram
condenados por vários crimes em sentenças que somam 115 anos de prisão.
Favorecido pela idade, a prescrição penal em relação a Nicolau ocorre em
dezembro, incluídos aí novos recursos ao STJ e ao Supremo (o prazo de
prescrição é reduzido pela metade quando o réu tem mais de 70 anos na
data da sentença).
O então juiz Nicolau dos Santos Neto, ex-presidente do TRT-SP, durante depoimento no Senado, em 1999 |
OUTRO LADO
O advogado Francisco Assis Pereira, que defende Nicolau, diz que "não há
nenhum processo paralisado". Para ele, "os juízes e desembargadores
foram pontuais e rigorosos até demais".
"Não houve corpo mole, é o ciclo natural de todo e qualquer processo
numa Justiça sobrecarregada", diz. Ele afirma que, de cinco crimes dos
quais Nicolau foi acusado, três já prescreveram.
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