GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer
Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

domingo, 17 de junho de 2012

"Na informática, Israel é um império"

Quando o site da revista "Scientific American" discorre sobre os avanços da inteligência artificial nos últimos 50 anos, destaca dois supercomputadores da IBM --o Deep Blue (que ganhou um torneio contra um campeão de xadrez) e o Watson (que ganhou um game show de conhecimentos gerais)--, mas também fala de uma empresa israelense desconhecida, a Mobileye. O poder desta última se concentra em um chip de apenas um centímetro quadrado chamado EyeO. O algoritmo do chip é capaz de interpretar em tempo real tudo que uma câmera simples instalada em automóvel captura, para evitar acidentes ou reduzir seu impacto.
A fim de comprovar seu funcionamento, saí para um passeio com Ofir Atia, engenheiro da empresa. O passeio mostrou que a câmera detecta os veículos próximos, e o EyeO calcula a velocidade relativa do mais próximo com relação ao carro em que está instalado, prevenindo com um alarme sonoro se a distância se reduzir demais. Caso o motorista não use o volante para corrigir o problema, o sistema aciona os freios. A câmera também identifica os pedestres nas calçadas, e freia automaticamente caso atravessem a rua, a fim de evitar um acidente, ou para mitigar o impacto de uma colisão, se a velocidade estiver alta demais.
Capaz de executar diversas tarefas simultaneamente, ao contrário dos homens (melhor não me referir às mulheres...), o sistema lê sinais de trânsito e aponta o limite de velocidade. Alerta quando o motorista muda de pista sem acionar o pisca-pisca. De noite, alterna automaticamente entre farol alto e farol baixo a depender do trânsito encontrado.
A câmara "observa tudo", o chip analisa o que a lente registra e dá instruções aos acionadores (actuators), que disparam alertas, apertam cintos de segurança ou acionam freios. O resultado final é uma contribuição forte para o que os especialistas designam "manejo autônomo", quando o automóvel já não precisará de nós.
Amnon Shashua, co-fundador da Mobileye, é professor de visão computadorizada e de aprendizagem mecânica (machine learning) na Universidade Hebraica de Jerusalém. Contou-me que, desde 1999 --quando sua empresa foi criada-- já previa que um dia seria possível garantir a segurança de um veículo por meio de uma única câmera --"pelo mesmo motivo que uma pessoa não fica cega se fechar apenas um olho"--, quando todo mundo mais estava convencido de que seriam necessárias pelo menos duas (o que custaria bem mais caro).
A tecnologia da Mobileye já está em uso em alguns modelos da GM, BMW e Volvo, e está disponível como opcional em carros da Citroën e Honda, entre outros. Até setembro, um milhão de veículos equipados com o sistema estarão circulando.
Shashua também conta com o interesse das autoridades norte-americanas e europeus que defendem a adoção de dispositivos de assistência a motoristas. O preço atual do sistema completo, US$ 150, já está bem próximo da cifra mágica dos US$ 100, a partir da qual os fabricantes podem passar a considerar sua integração como item de série.
O sistema da Mobileye recentemente foi incluído na lista dos 45 inventos israelenses mais importantes. Shashua me contou que "eu sabia [desde 1999] que ele poderia funcionar, mas não no ambiente universitário". Por isso, criou uma companhia para atrair os fundos necessários, com a ajuda do Yissum, o fundo de investimento da Universidade Hebraica, que ficou com uma participação em seu capital. Os negócios vão bem e a empresa pode em breve atingir valor de mercado de US$ 1 bilhão, de acordo com o site israelense Ynetnews.com.
Shashua está convencido de que, afora o Vale do Silício, o único lugar onde surge inovação é Israel. "É parte de nosso ADN como nação", ele afirma, "diferente do que acontece na Europa ou Índia. Temos os algoritmos mais avançados. Na informática, Israel é um império".

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