Cercado de quatro seguranças, Ivo Meirelles embarcou para Santa Catarina na última sexta-feira, onde se apresentou com o Funk’n Lata e a Bateria da Mangueira. Mas, no saguão do aeroporto Santos Dumont, fez questão de mostrar as passagens de volta, frisando que não vai fugir da polêmica iniciada na quarta-feira, na quadra da escola de samba.
O atual presidente da Mangueira acusou o advogado Marcos Oliveira de ter invadido a sede da Verde e rosa com homens armados para dar "um golpe de estado" na agremiação. O caso está sendo investigado pela delegada Monique Vidal, da 17 DP (São Cristóvão).
Criado no Morro da Mangueira, Ivo realizou o sonho de chegar ao topo da hierarquia da escola em 2009. Agora, declara que vive um "pesadelo momentâneo". Realizar as eleições no dia 28 virou "questão de honra". Depois da entrevista, despede-se agarrado à guitarra: "É minha arma".
Você dizia que dirigir a Mangueira era um sonho. Como se sente agora?
O meu sonho virou um pesadelo momentâneo. Meus amigos e parentes estão preocupados com minha integridade física. Eu também estou.
Você recebeu ameaças?
E precisa? Recebi muitas mensagens de amigos que moram dentro da Mangueira. Eles dizem: "Larga isso, esquece isso...".
Você tem medo?
Eu sou humano. Mas essa é a oportunidade de mostrar quem sou. Se recuasse, ficaria manchado. Agora, é honra. Estou com 50 anos. Perdi meu pai aos sete. Nunca tive amparo da minha mãe. E me tornei Ivo Meirelles, não o Ivo da Mangueira. Foi preciso coragem.
Sofreu preconceito?
Até hoje sofro preconceito: "Aquele do cabelo colorido". Quando disseram que negro não podia ser louro, decidi nunca mais tirar o louro do cabelo. Ninguém me molda. Sem pai e mãe, tive convite para ser da pior espécie: para traficar, roubar, matar. Mas trilhei meu caminho sozinho. Trabalhei sem apadrinhamento. Nem nunca me fiz de coitadinho. Fiz curso de inglês por 20 anos. Quando podia, pagava. Quando não conseguia, parava.
Presidentes de escolas de comunidade e associações de moradores sempre são acusados de manter relacionamento com o tráfico.
Minha atitude mostra que não quero envolvimento. Quero provar minha transparência e realizar a eleição. Estou provando com minha atitude que confio na Unidade de Polícia Pacificadora. Agora mesmo, vim da Mangueira e não havia nenhuma viatura lá. Liguei para o capitão Leonardo. Estou zelando pela minha integridade física. Vão esperar acontecer para fazer algo?
Marcos Oliveira negou todas as acusações.
Tomara que ele sustente. Estou muito tranquilo sobre o que disse na delegacia. Na hora, liguei para o capitão Leonardo e não consegui falar. E deixei recado na caixa do coronel Seabra (coordenador das UPPs). Não podia fazer alarde. Muitos da minha diretoria moram na Mangueira.
Você previu que essa briga aconteceria?
Diziam que o Nilton Oliveira (vice de Marcos Oliveira) estava insatisfeito. Ele nunca tocou nada, os músicos me perguntavam por que o mantinha no meu grupo. Quando casou, emprestei minha casa para ele. Teve infecção uma vez, ficou amarelo, desdentado. Paguei tratamento e ainda botei os dentes dele. Era meu homem de confiança, meu filho. Não entendo.
Os antecessores criticaram as colocações da escola.
Eles ficaram 12 anos. Me deixa na Mangueira 12 anos e compara. Não me sinto representado na Liesa. No sábado de carnaval, o Elmo (diretor de carnaval da Liesa) deu uma entrevista dizendo que ia me tirar da Mangueira de qualquer jeito. Como me sentir representado?
O atual presidente da Mangueira acusou o advogado Marcos Oliveira de ter invadido a sede da Verde e rosa com homens armados para dar "um golpe de estado" na agremiação. O caso está sendo investigado pela delegada Monique Vidal, da 17 DP (São Cristóvão).
Criado no Morro da Mangueira, Ivo realizou o sonho de chegar ao topo da hierarquia da escola em 2009. Agora, declara que vive um "pesadelo momentâneo". Realizar as eleições no dia 28 virou "questão de honra". Depois da entrevista, despede-se agarrado à guitarra: "É minha arma".
Você dizia que dirigir a Mangueira era um sonho. Como se sente agora?
O meu sonho virou um pesadelo momentâneo. Meus amigos e parentes estão preocupados com minha integridade física. Eu também estou.
Você recebeu ameaças?
E precisa? Recebi muitas mensagens de amigos que moram dentro da Mangueira. Eles dizem: "Larga isso, esquece isso...".
Você tem medo?
Eu sou humano. Mas essa é a oportunidade de mostrar quem sou. Se recuasse, ficaria manchado. Agora, é honra. Estou com 50 anos. Perdi meu pai aos sete. Nunca tive amparo da minha mãe. E me tornei Ivo Meirelles, não o Ivo da Mangueira. Foi preciso coragem.
Sofreu preconceito?
Até hoje sofro preconceito: "Aquele do cabelo colorido". Quando disseram que negro não podia ser louro, decidi nunca mais tirar o louro do cabelo. Ninguém me molda. Sem pai e mãe, tive convite para ser da pior espécie: para traficar, roubar, matar. Mas trilhei meu caminho sozinho. Trabalhei sem apadrinhamento. Nem nunca me fiz de coitadinho. Fiz curso de inglês por 20 anos. Quando podia, pagava. Quando não conseguia, parava.
Presidentes de escolas de comunidade e associações de moradores sempre são acusados de manter relacionamento com o tráfico.
Minha atitude mostra que não quero envolvimento. Quero provar minha transparência e realizar a eleição. Estou provando com minha atitude que confio na Unidade de Polícia Pacificadora. Agora mesmo, vim da Mangueira e não havia nenhuma viatura lá. Liguei para o capitão Leonardo. Estou zelando pela minha integridade física. Vão esperar acontecer para fazer algo?
Marcos Oliveira negou todas as acusações.
Tomara que ele sustente. Estou muito tranquilo sobre o que disse na delegacia. Na hora, liguei para o capitão Leonardo e não consegui falar. E deixei recado na caixa do coronel Seabra (coordenador das UPPs). Não podia fazer alarde. Muitos da minha diretoria moram na Mangueira.
Você previu que essa briga aconteceria?
Diziam que o Nilton Oliveira (vice de Marcos Oliveira) estava insatisfeito. Ele nunca tocou nada, os músicos me perguntavam por que o mantinha no meu grupo. Quando casou, emprestei minha casa para ele. Teve infecção uma vez, ficou amarelo, desdentado. Paguei tratamento e ainda botei os dentes dele. Era meu homem de confiança, meu filho. Não entendo.
Os antecessores criticaram as colocações da escola.
Eles ficaram 12 anos. Me deixa na Mangueira 12 anos e compara. Não me sinto representado na Liesa. No sábado de carnaval, o Elmo (diretor de carnaval da Liesa) deu uma entrevista dizendo que ia me tirar da Mangueira de qualquer jeito. Como me sentir representado?
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