Preocupado com a tensão na capital baiana, provocada pelo acirramento de posições entre o governo e o movimento grevista dos policiais militares, o deputado federal Otoniel Lima (PRB-SP) fez um pronunciamento no plenário da Câmara, onde chamou a atenção para o fato de que os focos de tensão podem se multiplicar pelo País.
“Nas últimas semanas, temos acompanhado, através das mídias, os diversos movimentos grevistas de policiais militares em vários estados da nossa Federação. Esses movimentos sociais chamam a atenção claramente para o estado de necessidade desses servidores que diariamente arriscam suas vidas para manter a segurança pública. Muitos deles, para manter suas famílias, necessitam realizar atividades extras em seus horários de folga, quando estão mais suscetíveis ao perigo”, lembrou.
Otoniel fez um panorama a respeito da variação dos salários dos soldados das polícias militares. “Podemos citar que o maior salário, que é pago pelo Distrito Federal (R$ 4.056), é cerca de quatro vezes superior ao menor salário pago por outro estado. Há, portanto, uma disparidade muito grande de valores, que não é justificada por uma maior criminalidade e risco no DF quando comparado com os demais estados da Federação. Ao contrário, as áreas com os maiores índices de homicídio por cem mil habitantes são aquelas onde são pagos os menores salários aos policiais militares”.
Para o deputado, qualquer solução para a crise passa por uma política de valorização dos policiais militares. “É sabido que à medida que a sociedade evolui, tornando-se mais complexa, moderna, rica, populosa e muitas vezes desigual e injusta na distribuição da renda; as nossas polícias militares também precisam evoluir. Tal fato implica na valorização do capital humano dessas organizações. Haja vista que uma boa política salarial é a única compensação pelos perigos que envolvem a atividade policial, pois esses servidores públicos não têm direito a FGTS, aviso prévio, horas extras, adicional noturno, etc.”
O parlamentar republicano defendeu a aprovação da PEC nº 300, que estabelece um piso mínimo nacional para os policiais militares, aplicando-se também aos integrantes do Corpo de Bombeiros e aos inativos, como saída para a atual situação. “Sei que as dificuldades para a aprovação e posterior cumprimento dessa norma são enormes, mas são desafios pelos quais valem a pena lutar, pois este trará um impacto significativo na melhoria das condições de vida dos policiais militares e, consequentemente, na qualidade do trabalho prestado por eles à sociedade.”
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