O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, afirmou na manhã desta quarta-feira (22) que se alguma escola de samba ou dirigente tiver relação com o tumulto ocorrido durante a apuração das notas do carnaval, haverá a devida punição. "Seremos implacáveis", disse.
A entrevista do prefeito foi concecida no Anhembi, na Zona Norte da capital.
"Jamais iremos tolerar se este incidente tiver relação com algum dirigente", afirmou o prefeito. Ele disse que irá aguardar o encerramento das apurações da polícia para definir as medidas que serão tomadas. "Já pedi à SPTuris que convoque a Liga para ser examinada alteração na questão da segurança do carnaval."
O prefeito afirmou que o planejamento da segurança ainda não foi definido e será discutido com os dirigentes das escolas de samba, mas Kassab disse que a Prefeitura tomará a responsabilidade da segurança já no Desfile das Campeãs, que acontece na próxima sexta-feira (24). Apesar de não detalhar as mudanças que planeja fazer, Kassab considerou que o esquema atual teve "falhas de planejamento" no credenciamento das pessoas que ficaram nas mesas em frente à apuração e nas grades de segurança da mesa da apuração. "Houve falha no planejamento do evento, seja no credenciamento das pessoas [na apuração], no isolamento das mesas ou na separação das torcidas."
“Vamos obrigar contratualmente que a apuração seja feita em recinto fechado, muito provavelmente no Sambódromo. A questão da segurança será rediscutida tanto nos dias do evento quanto na apuração", disse.
Segundo ele, a segurança ficará a cargo da Prefeitura. "Por determinação nossa, a SPTuris vai incorporar no contrato a responsabilidade de fazer a segurança do evento, indicar o local da apuração e fazer a segurança da apuração."
"Internamente haverá a responsabilidade da Prefeitura, que irá arcar com as despesas. Estou muito tranquilo em relação ao acerto das decisões", disse Kassab. De acordo com o prefeito, foram investidos R$ 23 milhões na festa. "Nós temos a obrigação de zelar pelo bom uso do dinheiro público.”
O prefeito afirmou ainda que não descarta romper com a Liga, se for identificada a responsabilidade de alguma escola e a devida punição não for aplicada.
A Polícia Civil vai investiga se dirigentes das escolas de samba combinaram o tumulto para interromper a apuração dos desfiles no Sambódromo do Anhembi, na Zona Norte da capital, na tarde de terça (22). Houve quebra-quebra, carros alegóricos foram incendiados e pelo menos cinco pessoas acabaram detidas.
Durante a abertura dos envelopes com as notas dos jurados, na tarde de terça, Tiago Ciro Tadeu Farias, de 29 anos, que estava com a camisa da Império de Casa Verde, invadiu o local onde eram lidas as notas e rasgou os envelopes durante a divulgação dos pontos do último quesito. Naquele momento, a Mocidade Alegre liderava, seguida por Rosas de Ouro, Vai-Vai, Mancha Verde e Unidos de Vila Maria. O advogado diz que ele está "arrependido".
Um integrante da Gaviões da Fiel, Cauê Ferreira, de 20 anos, também foi preso. Segundo a polícia, eles possuíam credenciais que permitiam o acesso à apuração. Segundo o regulamento, integrantes das diretorias das escolas não podem se envolver nesse tipo de tumulto. Os dois homens foram autuados por dano ao patrimônio e supressão de documentos, que é um crime inafiançável e pode dar até 6 anos de reclusão. Na manhã desta quarta, os dois foram transferidos para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros. O advogado de Cauê diz que ele é "trabalhador, réu primário".
Para Kassab, o incidente "lamentável" ocorrido no Anhembi "marca fundo" e "requer aperfeiçoamentos". "Serve de lição."
Quatro horas após ser detido, um integrante da camisa da Rosas de Ouro levado à Delegacia Especializada em Atendimento ao Turista (Deatur) foi liberado no início da madrugada desta quarta. Ele foi detido sob a suspeita de tentar furtar uma taça de quinto lugar que ia ser entregue após a apuração das escolas campeãs. Porém, segundo o delegado Luis Fernando Saab, tudo não passou de um mal entendido.
De acordo com o delegado, o diretor de harmonia da escola afirmou à polícia que tinha sido autorizado pela Liga das Escolas de Samba de São Paulo a pegar a taça de vice-campeã, mas, como todos os troféus são parecidos, ele se confundiu e pegou a peça destinada ao quinto colocado. O troféu foi recuperado.
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