GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer
Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

PREMIO MULHER DESTAQUE E PERSONALIDADE 2011/ 2012...

Ola amigos (a)  boa noite, o senhor Guilherme Araújo agradece a todas as homenageadas e seus convidados pela presença na entrega do PREMIO MULHER DESTAQUE E PERSONALIDADE 2011/ 2012 e ao Restaurante dom Quixote pela maravilhosos janta e atendimento de seus funcionarios.
 
Como Destaque:
Dra. Gislayne Macedo de Almeida, Sra. Marta Regina de Moraes Oliveira, Dra. Mhel Lancerotti, Dra. Vivian Moura, Sra. Ana Paula Nepomuceno de Souza, Sra. Elizabete Gomes da Silva Ferreira, Sra. Dinaleide Ferreira Souza, Sra. Lara Stela Lambert, Sra. Maira Bonatelli, Sra. Maria Aparecida Dias Rodrigues, Sra. Paloma Rachid Santos Freire, Sra. Salete Souza Paz, Sra. Sandra Maria Castro Ghetti, Sra. Suzianny Oliveira Conceição e a Sra. Roseli Aparecida Quinetti.


Como Personalidade:
Dra. Elizabeth Costa Ferreira Sampaio, Sra. Maria Aparecida Gomes, Sra. Dirce Lucas Gobetti (mãe do ano), Sra. Suely dos Anjos Garcia, Sra. Maria Lucia Santos Bijos, Sra. Ester Bittencourt de Carvalho Pinto, Sra. Claudia Cataldi, Sra. Monica da Silva, Sra. Claudia Aparecida Santos de Moraes, Sra. Aline Oliveira Gimenez e a Sra. Stella Maris Ferreira
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Ela Não Quer Mais Transar. E agora?

Esse é um espaço para tirar todas aquelas dúvidas sobre sexo que você sempre quis saber, mas não tinha pra quem perguntar. Mande email para oisemvergonha@gmail.com com o assunto Tira-dúvidas.

Casal,

Eu namoro há uns 2 anos e minha relação com a minha namorada sempre foi ótima. Mas de um tempo pra cá a frequência com que fazemos sexo caiu muito. Eu tentei de tudo várias vezes, só que na maioria das vezes ela sempre dá uma desculpa. O que eu devo fazer agora?

Leitor Anônimo
Querido leitor anônimo,
Sexo não é tudo em um relacionamento, mas é uma parte essencial dele. Com pouco sexo, os envolvidos se tornam apenas um casal de amigos, que uma vez ou outra acabam se pegando. Além disso,  o sexo é um termômetro muito eficiente pra saber se as outras coisas andam bem ou se estão capengando.
Mulher tem muito disso. Se algo está faltando, ela perde vontade de sexo. Por exemplo, se ela está irritada com a sua falta de atenção, o tesão diminui. Acontece o mesmo se ela tem perdido admiração por você por algum motivo, ou se ela acha que você está passando horas demais no video game, ou se ela está se sentido sobrecarregada e gostaria que você a ajudasse em algo, por exemplo. Quaisquer outros problemas do tipo fazem muitas mulheres broxarem, porque ao passo que o homem nivela muito o amor através da quantidade, qualidade e vontade de sexo, a mulher nivela o amor, entre outras coisas, pela quantidade de atenção que tem recebido. Podemos até ousar dizer que o sexo está para o homem, assim como a atenção está para a mulher. Não significa que mulheres não gostem de sexo e que os homens não precisem de atenção – mas se formos falar em prioridade, costuma funcionar desse jeito.
Por isso, tente observar sua mulher além da cama. A falta de tesão costuma ser só um indicativo de algo maior. É como febre – ela vem pra sinalizar que algo dentro da gente não está bem. Se concentre mais na cabeça de cima e peça pra cabeça de baixo esperar mais um pouco. Se mesmo com olhar atento não descobrir nada de errado, melhor sentar e conversar. Fale que está sentindo falta do sexo e que quer entender porque ela não tem tido mais vontade de transar. Fale que imagina que seja algo fora da cama, mas que precisa da ajuda dela para descobrir o que é (aproveite e peça desculpas pela sua lerdeza e falta de sensibilidade). Se mesmo com essa conversa franca ela ficar no “não é nada não”, só resta um conselho:
Run, baby, run.
Pessoas que reconhecem o problema e que não fazem nada pra mudar, são pessoas que comumente se estacionam na vida. Mantenha distância delas.

O Homem de Bem

O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem.
Deposita fé em Deus, na Sua bondade, na Sua justiça e na Sua sabedoria. Sabe que sem a Sua permissão nada acontece e se Lhe submete à vontade em todas as coisas.
Tem fé no futuro, razão por que coloca os bens espirituais acima dos bens temporais.
Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções são provas ou expiações e as aceita sem murmurar.
Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperar paga alguma; retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica sempre seus interesses à justiça.
Encontra satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, no fazer ditosos os outros, nas lágrimas que enxuga, nas consolações que prodigaliza aos aflitos. Seu primeiro impulso é para pensar nos outros, antes de pensar em si, é para cuidar dos interesses dos outros antes do seu próprio interesse. O egoísta, ao contrário, calcula os proventos e as perdas decorrentes de toda ação generosa.
O homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus.
Respeita nos outros todas as convicções sinceras e não lança anátema aos que como ele não pensam.
Em todas as circunstâncias, toma por guia a caridade, tendo como certo que aquele que prejudica a outrem com palavras malévolas, que fere com o seu orgulho e o seu desprezo a suscetibilidade de alguém, que não recua à idéia de causar um sofrimento, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando a pode evitar, falta ao dever de amar o próximo e não merece a clemência do Senhor.
Não alimenta ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; a exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas e só dos benefícios se lembra, por saber que perdoado lhe será conforme houver perdoado.
É indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que também necessita de indulgência e tem presente esta sentença do Cristo: "Atire-lhe a primeira pedra aquele que se achar sem pecado."
Nunca se compraz em rebuscar os defeitos alheios, nem, ainda, em evidenciá-los. Se a isso se vê obrigado, procura sempre o bem que possa atenuar o mal.
Estuda suas próprias imperfeições e trabalha incessantemente em combatê-las. Todos os esforços emprega para poder dizer, no dia seguinte, que alguma coisa traz em si de melhor do que na véspera.
Não procura dar valor ao seu espírito, nem aos seus talentos, a expensas de outrem; aproveita, ao revés, todas as ocasiões para fazer ressaltar o que seja proveitoso aos outros.
Não se envaidece da sua riqueza, nem de suas vantagens pessoais, por saber que tudo o que lhe foi dado pode ser-lhe tirado.
Usa, mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, porque sabe que é um depósito de que terá de prestar contas e que o mais prejudicial emprego que lhe pode dar é o de aplicá-lo à satisfação de suas paixões.
Se a ordem social colocou sob o seu mando outros homens, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus; usa da sua autoridade para lhes levantar o moral e não para os esmagar com o seu orgulho. Evita tudo quanto lhes possa tornar mais penosa a posição subalterna em que se encontram.
O subordinado, de sua parte, compreende os deveres da posição que ocupa e se empenha em cumpri-los conscienciosamente.
Finalmente, o homem de bem respeita todos os direitos que aos seus semelhantes dão as leis da Natureza, como quer que sejam respeitados os seus.
Não ficam assim enumeradas todas as qualidades que distinguem o homem de bem; mas, aquele que se esforce por possuir as que acabamos de mencionar, no caminho se acha que a todas as demais conduz.

Só Consigo Gozar Quando Fantasio Com Outra Mulher. Será Que Sou Lésbica?

Esse é um espaço para tirar todas aquelas dúvidas sobre sexo que você sempre quis saber, mas não tinha pra quem perguntar. Mande email para oisemvergonha@gmail.com com o assunto Tira-dúvidas.

Casal,

Sou mulher, mas só consigo gozar quanto fantasio que estou transando com outra mulher. Será que sou lésbica?

Leitora Anônima
Querida leitora,
Como diz o nome, fantasia é fantasia e não necessariamente precisa ter alguma correlação com a realidade. Existe, por exemplo, pessoas que sentem muito tesão em se imaginar em práticas avançadas de sadomasoquismo, mas que na vida real, não sentem nenhuma vontade  de realizá-las. Ou outras que adoram se imaginar em cenas de estupro mas que, obviamente, jamais desejariam estar nessa situação – apenas gostam de brincar com a mente para que ela produza efeitos desejados no corpo.
Fantasiar com mulheres não significa que você seja lésbica, ou significa. Na verdade, essa nossa ansiedade em nos encaixarmos em padrões pré-estabelecidos gera muitas angústias desnecessárias. Quem se define, se limita, e por isso é tão complicado usar as definições impostas pela sociedade como “homossexual”, “heterossexual”, “bissexual”. Pesquisas já mostraram que a  grande maioria das pessoas tem atração pelo sexo oposto em algum nível – esse fatos geralmente passa despercebido porque, no primeiro sinal dessa atração, muita gente trata de escondê-la e guardá-la a sete chaves – “vai que eu viro gay.” Então, se você acha que se enquadra no “exclusivamente heterossexual” , por exemplo, será que está nesse posto porque nunca sentiu o mínimo de atração por alguém do mesmo sexo ou porque reprimiu esse desejo? Para os radicais, falta um pouco a coragem de admitir que é possível sim sentir prazer em alguma escala com o mesmo sexo – não estamos afirmando que todo mundo é gay, mas prazer é prazer, todo mundo é capaz de dar e sentir – independentemente do gênero.
No seu caso, acho que você precisa observar outros detalhes do seu cotidiano pra analisar se existe aí alguma atração reprimida por mulheres ou se é puro fetiche limitado à mente. Você já ficou com mulheres? Sente algum tipo de atração por elas? De repente, vale a pena experimentar ao menos uma vez para que você tire essa encanação da cabeça – afinal, é muito suspeito dizer que não gosta de algo que nunca tenha vivido ou experimentado.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Venha para o PRB - Caraguatatuba (12) 97989179

Corrupção Cachoeira tentou comprar partido político

Escutas da Polícia Federal mostram o contraventor negociando a compra da seção goiana do PRTB

Carlinhos Cachoeira
Carlinhos Cachoeira negociava a compra de um partido político, diz a PF 

 
No olho do furacão das investigações da operação Monte Carlo, conduzida pela Polícia Federal (PF), o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, tentava negociar a compra de um partido político.
Conversas telefônicas interceptadas pela Polícia Federal flagram Cachoeira negociando a compra da seção goiana do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), cujo presidente nacional Levy Fidelix - célebre por sua bandeira do 'aerotrem' -  é citado em diversas escutas.

Segundo as investigações da PF, as negociações começaram em maio de 2011, quando Cachoeira questiona um aliado sobre a direção da legenda em Goiás. Dias depois, o contraventor pede a Wladimir Garcêz que envie uma mensagem para alguém, cujo codinome entre a quadrilha é “nosso maior”, questionando se valia a pena “pegar” o PRTB.
A PF identificou que o sargento aposentado da Aeronáutica, Idalberto Matias Araújo, o Dadá, também fazia parte da negociação. Figurinha fácil em esquemas fraudulentos e presença contumaz em inquéritos da PF, Dadá diz a Cachoeira que falou como o advogado (possivelmente do partido) e que ele teria pedido 300 000.
“Já aumentou aquele valor que falei para você. Falou que era 200 000, passou para 300 000”, diz Dadá. “Tá roubando (sic). Que garantia que tem?”, pergunta Cachoeira.
“Disse que faz na hora. O presidente vem e faz tudo e vai para o TRE. Resolve tudo”, explica o araponga. “Falou que fica com o estado todo na mão e nomeia os municípios”, prossegue Dadá.
Cachoeira anima-se e diz que é para fechar o negócio. “Até 200 000 dá para fazer. Fecha logo, mas tem que ter garantia”.
Segundo a PF, em agosto o grupo continuava discutindo o assunto. No início do mês, Dadá liga para Cachoeira perguntando se ele ainda estava interessado “naquele negócio do partido?” Ele confirma e pergunta qual era a legenda. Dadá responde que é o mesmo partido do Levy, o PRTB. No dia 11, Cachoeira liga para Dadá e questiona: “E o negócio do partido lá, o que deu?”.
O araponga responde: “Uai, tá naquele lenga, lenga, o cara quer, tá lá em São Paulo, hoje mesmo ligou, querendo os nomes, mas eu sugeri aquilo que você me falou. (...) Aí ele ficou de ver lá como Levy Fidelix, pra ver se fazia assim, pra mim te falar e mandar mensageiro lá, mandar o negão lá com esses nomes”.
Cachoeira mostra-se satisfeito coma resposta e pede que Dadá verifique o andamento das negociações. Três dias depois, Dadá informa que levaria os nomes para o pessoal do partido. Cachoeira insiste para que o araponga marque uma conversa com Fidelix para “desenrolar” o assunto. As investigações não revelam se a negociação prosperou.

PMDB tenta evitar convocação de Cabral na CPI do Cachoeira

Tranquilos até poucos dias atrás com o tiroteio entre PT e oposição, que mantinha o PMDB distante do alvo central da CPI do caso Cachoeira, integrantes da cúpula do partido começaram a se mobilizar no fim de semana para tentar blindar o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), e evitar que seja aprovada sua convocação para depor logo no início dos trabalhos. Dirigentes peemedebistas não escondiam nesta segunda-feira o desconforto e a preocupação com a superexposição das relações de Cabral com o dono da Delta, Fernando Cavendish, em fotos divulgadas pelo ex-governador e deputado federal Anthony Garotinho (PR-RJ).
A avaliação feita em conversas reservadas era de que a CPI começa a caminhar com as próprias pernas, e que a cúpula do PMDB terá que rever sua estratégia inicial de se manter à margem da CPI que nunca quis. Por isso, apesar do feriado de hoje, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), chega a Brasília para uma reunião com o presidente licenciado do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e com o presidente da CPI, Vital do Rêgo (PMDB-PB), para discutir como conduzir o caso e não deixar que o foco da CPI extrapole o objeto de sua criação: o esquema Carlinhos Cachoeira, Delta e o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO).
A preocupação é com o descontrole das investigações além dos limites dos negócios da Delta no Centro-Oeste - que podem atingir os governadores Marconi Perillo (GO) e Agnelo Queiroz (DF). O governador do Distrito Federal é o único que já tem pedido de inquérito aberto pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, sob a alegação de que assessores receberam propina para facilitar contratos em seu governo. Marconi Perillo é acusado de relações estreitas com o grupo de Cachoeira e Demóstenes, que teriam indicado servidores em postos de alto escalão em seu governo. Mas não há ainda inquérito ou gravações que o incriminem diretamente.
Um dos representantes do PMDB na CPI, o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) disse, num primeiro momento, que seria inevitável a convocação de Cabral.
” Será uma oportunidade para ele se explicar sobre as denúncias de que privilegiou a Delta por ser amigo do Fernando Cavendish. Não faria sentido chamarmos outros governadores acusados de envolvimento na teia da CPI, como o Perillo e o Agnelo, e deixarmos o Cabral de fora só porque pertence ao PMDB ou porque governa o Rio”, declarou Ferraço no domingo ao site IG.
Nesta segunda-feira, depois da mobilização da cúpula peemedebista, Ferraço estava mais cauteloso, alegando que Garotinho estava fazendo disputa política: “O Renan me deu liberdade para agir de acordo com minhas convicções. E minha convicção é que não vou ser instrumento de lutas regionais. Pode tirar o Garotinho da chuva!”, disse Ferraço, ontem, ao GLOBO.
Preferindo manter-se no anonimato, um deputado do PMDB faz a mesma avaliação que Ferraço: “A CPI começa a ganhar rumo próprio. Quem é que vai convocar o Perillo e o Agnelo e depois botar a cara lá para defender o Cabral? Quem defender Cabral vira alvo. Como que o Renan, que quer ser presidente do Senado, vai defender isso? Só por baixo dos panos”.
Nas conversas de bastidores, peemedebistas avaliaram que a situação de Cabral se complicou muito no final de semana com a divulgação dos vídeos e fotos. Mas a ordem interna é não alimentar essa polêmica. “A CPI é para investigar o Cachoeira e as investigações das operações da Polícia Federal. Se tem outras ramificações, lá na frente a CPI terá que investigar. Temos que aguardar o plano de trabalho da comissão para ver onde e o que tem de ligação com Cachoeira”, disse ex-líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), ressaltando que não é da CPI.
Cabral, que não tem relação estreita com seus partidários no Congresso, está procurando aproximação maior e sondou pessoas do partido para refutar suspeitas de que privilegiou a Delta.

Dilma e os bancos: presidente resolveu dar uma de “presidenta Cristina Kirchner”. Certamente um mau momento

Levante a mão quem não acha os juros bancários no Brasil escandalosamente altos! Creio que nem os banqueiros se dignaram a mover o braço. São, sim! Quais as razões? Os especialistas se dividem quanto às causas. Deve haver, porque é da natureza, certa cupidez dos “companheiros banqueiros” etc e tal. Apelo a alguma ironia porque esse é um debate antigo, que nunca chegou a um consenso. Costuma marcar fronteiras entre pensamentos econômicos. Sem me alinhar com grupos, alinho-me com aqueles, no entanto, que não veem motivos técnicos para o estratosférico spread vigente no país. Muito bem! Governos interferem, sim, nessas coisas. Afinal, são também a autoridade monetária, e suas ações são decisivas na formação dos preços — muito especialmente do preço do próprio dinheiro. Dito isso, quem era aquele que vimos ontem na TV? Parecia Dilma, mas se comportava como Cristina Kirchner.
O governo vem de uma escalada de pressão contra os bancos, tentando forçar a queda do spread. Dilma não quer ver repetido em 2012 o baixo crescimento do ano passado. Considera que o governo está fazendo a sua parte (não é bem verdade), inclusive por intermédio dos bancos públicos, mas que os privados estão sabotando esse esforço. Muito bem! Digamos que tudo isso fosse assim mesmo. Será que cabe à presidente, abusando de sua altíssima popularidade (segundo as pesquisas), satanizar os bancos em rede nacional? Ora, nem bancos nem setor nenhum da economia ou da sociedade!
Tratou-se de um discurso completamente fora do lugar. Claramente, o que se via ali era a líder conclamando o povo a pressionar os bancos. “Por que, Reinado, bancos não podem ser pressionados?” Ora, claro que sim! Para tanto existem os partidos, as lideranças políticas, as entidades sindicais, os tais “movimentos sociais”… Escolham aí os agentes. Uma coisa eu sei: não cabe ao governante fazer uma intervenção daquela natureza, muito especialmente no discurso do Dia do Trabalho. A mensagem foi clara: trabalhador de um lado (e ela junto) contra banqueiros do outro.
Não deixa de ser uma ironia da história. Em 2010, escrevi aqui, o PT usou o “discurso do medo” contra o então adversário, José Serra. Nos bastidores, o partido explorou a valer, num recado aos banqueiros, o suposto viés intervencionista do tucano. Por irônico que possa parecer, o partido de Lula dizia aos “companheiros” do sistema financeiro, ainda que com outras palavras, o seguinte: “Cuidado! Serra é muito… esquerdista!!!” Nao é segredo para ninguém que os bancos fizeram uma escolha: Dilma! Um pragmático poderia dizer que eles fizeram muito bem, do seu ponto de vista, em escolher o PT: vivem nove anos verdadeiramente dourados.
Mas sabem como é… O PT, cedo ou tarde, sempre volta à sua natureza. E Dilma foi para o confronto, na hora errada, com uma fala errada. “Tá com peninha dos banqueiros, Reinaldo Azevedo?” Eu? Como disse uma conhecida certa feita, em matéria financeira (em outras áreas tudo bem!), é indecente ter pena de alguém mais rico do que você… O que estou criticando é a inoportunidade do discurso, o tom, a escolha. Qual é efetividade daquilo?
Corrupção
Dilma também aproveitou o pronunciamento para demonstrar que o governo está acima das lambanças da política — que ela voltou a chamar de “malfeitos”; os corruptos e corruptores foram tratados como “malfeitores”. Com a popularidade nas nuvens — e é evidente que as lambanças no Congresso contribuem para isso —, tratou aquele rolo como “coisa dos outros”, como se a Delta não fosse  um problema do governo federal. Tanto é  que os petistas e o próprio governo se esforçam para tirá-la da CPÌ, do noticiário, do mundo se possível…
Terá Dilma inaugurado ontem uma nova fase, mais — não vai dar para evitar a palavra — populista? Uma liderança política com elevadíssima popularidade que vai à TV, por ocasião do Dia do Trabalho, e decide satanizar banqueiros e atacar os “malfeitores”  pode estar fazendo uma escolha política. Uma má escolha. Vamos ver.

E começa o processo de compra do, acreditem!!!, Aerodilma…

O governo federal reabriu a compra de um novo avião presidencial, processo que estava parado desde que Dilma Rousseff tomou posse, no ano passado. O futuro avião, apelidado informalmente de Aerodilma, será maior e terá maior autonomia do que o atual Aerolula, e poderá custar quase seis vezes mais. No mês passado, a FAB emitiu dois pedidos de informação, a primeira etapa da compra: um para a aquisição de um avião de transporte VIP e outro para uma aeronave de reabastecimento aéreo. Três empresas poderão fazer ofertas: a Airbus europeia, a Boeing norte-americana e a IAI israelense, que não fabrica aviões, mas adapta modelos usados. Segundo apurou, não há decisão final sobre a compra no Planalto.
O custo é o problema: tanto o avião-tanque quanto o VIP novos podem sair por quase US$ 300 milhões (R$ 570 milhões) cada; modelos usados, um terço do preço. Enquanto a decisão política não sai, a FAB adianta o processo, como publicou ontem o jornal “Valor Econômico”. Além disso, a Força espera para este semestre a definição da compra dos seus novos caças, um negócio que pode chegar a R$ 10 bilhões. A troca do avião presidencial é tema sensível. No fim de 2010,  revelou que a FAB havia feito um pedido de informações para um avião-tanque que também tivesse uma área VIP.
Assim, o governo tentava dissimular a compra do substituto do Airbus-A319 presidencial, conhecido como Aerolula por ter sido comprado pelo então presidente Lula. O favorito para aquele negócio era o modelo Airbus-A330MRTT, que deverá ser oferecido novamente agora para a função de reabastecimento. À época, Lula disse que o Brasil era “humilhado” pela necessidade de escalas do Aerolula no exterior.  Não deixou de ser uma ironia, dado que o governo gastara US$ 56 milhões (R$ 106 milhões ontem) com o Airbus alegando que aviões mais baratos da Embraer não teriam capacidade intercontinental.
Com 8.500 km de autonomia, o A319 não voa com conforto de Brasília à Europa, necessitando de uma escala. Para a Ásia, são duas paradas. Versões de transporte VIP dos jatos Boeing-777 e Airbus-A340, que têm custo similar ao A330MRTT, mas não são aviões-tanque, podem chegar a 17 mil km sem escalas, ligando quase todos os aeroportos do mundo diretamente.

Vitória da liberdade de expressão — Juiz extingue ação contra pastor Malafaia e deixa claro: ele não foi homofóbico, e a Constituição brasileira não comporta a censura sob nenhum pretexto

O juiz federal Victorio Giuzio Neto, da 24ª Vara Cível de São Paulo, extinguiu ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal contra o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus, contra a TV Bandeirantes e também contra a União. Vocês se lembram do caso: no programa “Vitória em Cristo”, Malafaia criticou duramente a parada gay por ter levado à avenida modelos caracterizados como santos católicos em situações homoeróticas. Já escrevi alguns posts a respeito. Aquele em que em exponho detalhes do caso está aqui . Ao defender que a Igreja Católica recorresse à Justiça contra o deboche, Malafaia afirmou o seguinte:
“É para a Igreja Católica entrar de pau em cima desses caras, sabe? Baixar o porrete em cima pra esses caras aprender. É uma vergonha!”
Acionado por uma ONG que defende os direitos dos gays, o Ministério Público Federal recorreu à Justiça, acusando o pastor de estar incitando a violência física contra os homossexuais. Demonstrei por que se tratava de um despropósito. E o que queria o MPF? Na prática, como escrevi e também entendeu o juiz Victorio Giuzio Neto, a volta da censura. Pedia que o pastor e a emissora fizessem uma retratação e que a União passasse a fiscalizar o programa.
A decisão é primorosa. Trata-se de uma aula em defesa da liberdade de expressão. Fico especialmente satisfeito porque vi no texto muitos dos argumentos por mim desfiados neste blog — embora tenha sido esculhambado por muita gente: “Você não entende nada de direito”. Digamos que fosse verdade. De uma coisa eu entendo: de liberdade. O juiz lembra que o Inciso IX do Artigo 5º da Constituição e o Parágrafo 2º do Artigo 220 impedem qualquer forma de censura, sem exceção. De maneira exemplar, escreve:
Permite a Constituição à lei federal, única e exclusivamente: “… estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se defenderem de programas ou programações de rádio e televisão que contrariem o disposto no artigo 221, bem como da propaganda de produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao meio ambiente”.
Estabelecer meios legais não implica utilização de remédios judiciais para obstar a veiculação de programas que, no entendimento pessoal, individual de alguém, ou mesmo de um grupo de pessoas, desrespeitem os “valores éticos e sociais da pessoa e da família” até porque seria dar a este critério pessoal caráter potestativo de obstar o exercício de idêntica liberdade constitucional assegurada a outrem.
Mais adiante, faz uma síntese brilhante:
Proscrever a censura e ao mesmo tempo permitir que qualquer pessoa pudesse recorrer ao judiciário para, em última análise, obtê-la, seria insensato e paradoxal.
Excelente!
Afirma ainda o magistrado:
Através da pretensão dos autos, na medida em que requer a proibição de comentários contra homossexuais em veiculação de programa, sem dúvida que se busca dar um primeiro passo a um retorno à censura, de triste memória, existente até a promulgação da Constituição de 1988, sob sofismático entendimento de ter sido relegado ao Judiciário o papel antes atribuído à Polícia Federal, de riscar palavras ou de impedir comentários e programas televisivos sobre determinado assunto.”
O juiz faz, então, uma séria de considerações sobre a qualidade dos programas de televisão, descartando, inclusive, que tenham influência definidora no comportamento dos cidadãos. Lembra, a meu ver com propriedade, que as pessoas não perdem (se o tiverem, é óbvio) o senso de moral porque veem isso ou aquilo na TV; continuam sabendo distinguir o bem do mal. Na ação, o MPF afirmava que os telespectadores de Malafaia poderiam se sentir encorajados a sair por aí agredindo gays. Lembrou também o magistrado que sua majestade o telespectador tem nas mãos o poder de mudar de canal: não é obrigado a ver na TV aquilo que repudia.
Giuzio Neto  analisou as palavras a que recorreu o pastor e que levaram o MPF a acionar a Justiça:
As expressões proferidas não são reveladoras de preconceito se a considerarmos como manifestação de condenação ou rejeição a um grupo de indivíduos sem levar em consideração a individualidade de seus componentes, pois não se dirigiu a uma condenação generalizada através de um rótulo, ao homossexualismo, mas, ao contrário, a determinado comportamento ocorrido na Parada Gay (….) no emprego da imagem de santos da Igreja Católica em posições homoafetivas.
Diante disto, não pode ser considerado como homofóbico na extensão que se lhe pretende atribuir esta ação, no campo dos discursos de ódio e de incentivo à violência, pois possível extrair do contexto uma condenação dirigida mais à organização do evento - pelo maltrato do emprego de imagens de santos da igreja católica - do que aos homossexuais.
De fato não se pode valorar as expressões dissociadas de seu contexto.
E, no contexto apresentado, pode ser observado que as expressões “entrar de pau” e “baixar o porrete” se referem claramente à necessidade de providências acerca da Parada Gay, por entender o pastor apresentador do programa, constituir uma ofensa à Igreja Católica reclamando providências daquela.
(…)
É cediço que, se a população em geral utiliza tais expressões, principalmente na esfera trabalhista, para se referir ao próprio ajuizamento de reclamação trabalhista (…) “vão meter a empresa no pau”. Outros empregam a expressão “cair de pau” como mera condenação social; “entrar de pau” ou “meter o pau”, por outro lado, estaria relacionado a falar mal de alguém ou mesmo a contrariar argumentos ou posicionamentos filosóficos.
Enfim, as expressões empregadas pelo pastor réu não se destinaram a incentivar comportamentos como pode indicar a literalidade das palavras no sentido de violência ou de ódio implicando na infração penal, como pretende a interpretação do autor desta ação.
Bem, meus caros, acho que vocês já haviam lido algo semelhante aqui, não?, escrito por este “não-especialista em direito”, como sempre fazem questão de lembrar os petralhas. Caminhando para a conclusão de sua decisão,  observa:
Por tudo isto e diante da clareza das normas acima transcritas, impossível não ver na pretensão de proibição do pastor corréu de proferir comentários acerca de determinado assunto em programa de televisão, e da emissora de televisão deixar de transmitir, uma clara intenção de ressuscitar a censura através deste Juízo.”
Mas e quem não se conforma com fim da censura na TV? O juiz dá um conselho sábio, com certo humor e uma pitada de ironia:
Para os que não aceitam seu sepultamento - e de todas as normas infraconstitucionais que a previram - restam alternativas democráticas relativamente simples para a programação da televisão: a um toque de botão, mudar de canal, ou desliga-la. A queda do IBOPE tem poderosos efeitos devastadores e mais eficientes para a extinção de programas que nenhuma decisão judicial terá.

Caminhando para o encerramento
Sábias palavras a do juiz federal Victorio Giuzio Neto! Tenho me batido aqui, como vocês sabem, contra certa tendência em curso de jogar no lixo alguns valores fundamentais da Constituição em nome de alguns postulados politicamente corretos que nada mais são do que os “preconceitos do bem” de grupos de pressão influentes. Os gays têm todo o direito de lutar por suas causas. Mas precisam aprender que não podem impor uma agenda à sociedade que limite a liberdade de expressão, por exemplo, ou a liberdade religiosa.
No caso em questão, a ação era, em essência, absurda. É claro que o contexto deixava evidente que o pastor recorria a uma linguagem metafórica — de uso corrente, diga-se. Se alguém foi vítima de preconceito nessa história, esse alguém foi Malafaia. Não fosse um líder evangélico — e, pois, na cabeça de alguns, necessariamente homofóbico —, não teria sido importunado por uma ação judicial. Há um verdadeiro bullying organizado contra os cristãos, pouco importa a denominação religiosa a que pertençam. Infelizmente, a “religião” que mais cresce no mundo hoje é a cristofobia.
Eu, que tenho criticado com certa frequência a Justiça, a aplaudo desta vez.

Evo toma empresa de energia elétrica dos espanhóis. E o assalto feito à Petrobras na Bolívia uma semana depois de Dirceu se encontrar com o índio de araque

O presidente da Bolívia, Evo Morales, o índio de araque — o nativo de gibi —, nacionalizou a empresa Rede Elétrica Espanhola (REE). A decisão ocorre duas semanas depois de Cristina Kirchner ter dado uma rasteira nos espanhóis no caso da Repsol. Ambas as ações têm tecnicalidades distintas, mas são diferenças que não fazem diferença. Nos dois casos, a brincadeira é a seguinte: “Nossos governos estão encalacrados, e temos de achar um jeito de botar a culpa em alguém…” Como reza velho adágio de Samuel Johnson, “o patriotismo é o último refúgio dos canalhas”.
A imprensa tem lembrado que à ação de Cristina se segue a de Morales. Mas também pode ser o contrário. Quem inaugurou a moda de tomar pelas armas o que pertence aos outros foi Evo, quando tungou, no dia 1º de maio de 2006, as duas refinarias da Petrobras na Bolívia. Elas tinham sido compradas em 1999 por US$ 104 milhões. No período, receberam investimentos de US$ 30 milhões. Oficialmente, o governo boliviano ofereceu pela nacionalização US$ 112 milhões. Mas nunca ninguém viu a cor do dinheiro. O Petrobras foi roubada e ponto.
E como reagiu o governo brasileiro ao ver parte do patrimônio de seu povo ser tungado? Deu o maior apoio ao índio de araque e ainda lhe abriu as portas do BNDES para financiar uma estrada  — aquela que acabou em rolo com indígenas — que só serve ao transporte de folha de coca, que depois vira o pó que inunda o Brasil e alimenta o narcotráfico. Evo foi compreensivo com os brasileiros por tamanha generosidade. Pesquisem: incentivou a criação de novos campos de cultivo da planta mais perto da fronteira com o nosso país. A variedade plantada não serve para mascar (o tal “consumo ritual”). Só serve mesmo, depois de processada, para… cheirar!
Um dos “consultores” ouvidos pelo governo boliviano dias antes de Evo anunciar que roubaria as duas refinarias da Petrobras foi… José Dirceu. Isso mesmo: o valente viajou à Bolívia no dia 23 de abril de 2006, encontrou-se com o presidente e retornou no dia seguinte. Uma semana depois, as refinarias não pertenciam mais à Petrobras, e o governo Lula aplaudiu a decisão e deu crédito barato ao “querido Evo”. O Zé viajou num jatinho Citation 7 registrado em nome da siderúrgica MMX, de Eike Batista.
O governo espanhol precisa aprender a ser bonzinho, como diria aquela antiga personagem de Kate Lyra, como é o brasileiro. Em vez de reclamar quando alguém lhe rouba alguma coisa, deve aplaudir. E ainda enviar “assessores” especiais para instruir os ladrões.

Vídeo Radar 01/05/2012

Brizola Neto no Ministério do Trabalho: Seria ele o Einstein do trabalhismo, o Rimbaud da política, o Mozart na negociação?

A presidente Dilma Rousseff nomeou para o Ministério do Trabalho um rapaz que vai fazer 34 anos em outubro: Brizola Neto. Nem está ainda na categoria daqueles brasileiros que podem exercer qualquer cargo público: para a Presidência da República e para o Senado, exige-se a idade mínima de 35 anos. O estrago que a inexperiência pode fazer num ministério é infinitamente superior à que pode provocar no Senado Federal, onde há mais 80 para eventualmente controlar certos ímpetos.
Juventude, em si, não é o problema a depender do assunto. Com a idade de Brizola Neto, Einstein já tinha doutorado havia 8 anos, e Rimbaud tinha parado de escrever havia… 17!!! E Mozart então? Estava a apenas um ano da morte e já havia feito tudo aquilo… Brizola Neto, como é notório, não é o Einstein do trabalhismo, o Rimbaud da política, o Mozart da negociação. É o quê?
Um rapaz que se elegeu em razão do nome do avô. Tem uma carreira política curta e, como se viu pela reação que se seguiu a seu nome, está longe de ser unanimidade em seu próprio partido. Tanto é assim que Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência, teve de vir a público nesta terça para lembrar que nomear ministros é prerrogativa da presidente da República. Claro que é! Ao fazer tal afirmação, endossa, na prática, ainda que com outro viés, a crítica de parcela significativa do PDT. que afirma que ele não representa o partido.
Um ministro de estado é o braço operativo do presidente da Repúbica, executa a sua política. Mas seu estilo pessoal faz a diferença. Dá-se de barato que uma de suas atribuições é resolver conflitos, em vez de criá-los. Quem já leu uma vez ou outra os “tijolaços eletrônicos” de Brizola Neto — as suas diatribes na Internet, tentando mimetizar os longos textos que o avô publicava nos jornais como matéria paga — vai constatar que Dilma botou no ministério, como posso dizer?, um dos blogueiros do JEG… Não sei porque não os leio, mas devem estar animadíssimos.
Quem queria a sua nomeação era o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical. “Paulinho da Força” se dizia um possível pré-candidato do partido à Prefeitura de São Paulo. Especula-se que Dilma nomeou Brizola Neto em troca do apoio da legenda à candidatura do petista Fernando Haddad em São Paulo. Vamos ver. A ser assim, seria a segunda concessão feita pela presidente de olho na disputa da capital paulista. Também Marcelo Crivella, ministro da Pesca (PRB) — aquele sobrinho de Edir Macedo que anunciou que aprenderia a pôr minhoca no anzol… Já terá aprendido? —, teria o objetivo de fazer diminuir a rejeição dos evangélicos ao nome de Haddad. A Igreja Universal representa apenas parcela minoritária dos evangélicos. De resto, o fato de a igreja ser parceira do PT não implica que os fiéis também o sejam. Duvido que mesmo os frequentadores da Universal endossem algumas escolhas feitas pelo ex-ministro da Educação… Mas volto a Brizola Neto.
A menos que esse rapaz mude radicalmente de postura — para falar a verdade, duvido muito! —, Dilma está mais levando o conflito para dentro do Ministério do que uma solução. Mesmo como arranjo político, parece coisa manca. No que concerne, então, às especificidades da pasta, aí estamos no mais absoluto escuro. O que pensa Brizola Neto? Qual é sua intimidade com a área? Qual é o seu pensamento? Ninguém sabe! Dilma nomeou o neto de Brizola, que escrevia tijolaços eletrônicos.
Até a nomeação, o feito mais notável desse rapaz era atacar com fúria bucéfala qualquer um, na imprensa ou fora dela, que “ousasse” fazer uma crítica ao governo, por mais modesta que fosse. Criticar a crítica, digamos assim, é parte do jogo. Pode-se fazê-lo de modo inteligente ou boçal. Brizola Neto sempre escolheu o segundo caminho, excitando a bile de petralhas e associados. Se mantiver o estilo, Dilma terá levado a briga de rua e a polêmica vazia e barulhenta para dentro do Ministério do Trabalho.
Para encerrar: Brizola Neto não tem quadros para compor sua equipe. Na prática, o ministério será comandado por Paulinho.

Dilma vai baixar o rendimento da poupança; só não sabe será antes da eleição

Dois dias depois de defender em cadeia nacional de TV a redução dos juros, a presidente Dilma Rousseff reúne hoje os líderes dos partidos governistas para discutir medidas econômicas que permitam baixar ainda mais as taxas bancárias e pode incluir na discussão mudanças na remuneração da caderneta de poupança. Dilma definiu como estratégia de seu governo reduzir os juros reais da economia para no máximo 2% ao ano até o fim de seu mandato, meta que para ser atingida demanda alterações no rendimento da aplicação mais popular do país. A medida, já tentada antes, tem caráter altamente polêmico, principalmente neste ano eleitoral.
Em pronunciamento de TV e rádio anteontem, Dilma acusou uma “lógica perversa” do setor financeiro e cobrou redução dos juros cobrados pelos bancos privados. Segundo assessores, na reunião de hoje no Palácio do Planalto ela pretende “preparar o terreno” para tratar das mudanças na poupança. Um assessor presidencial disse à Folha que ela quer discutir o assunto com seus aliados, mas ainda avaliava a viabilidade política, já que este é um ano eleitoral e o tema de “mudar a poupança” é visto com desconfiança. Atualmente, os juros reais -taxa do Banco Central, descontada a inflação- no Brasil estão em 3,3% ao ano, nível mais baixo desde o início dos anos 90.
Apesar de próximo ao piso de 2% ao ano desejado por Dilma, as reduções a partir do patamar atual são mais difíceis por esbarrarem em problemas estruturais -um deles, a remuneração da caderneta de poupança. Fixado em lei, o rendimento mínimo da poupança equivale à variação da TR (Taxa Referencial) mais 6,17% ao ano, funcionando como um piso para taxa de juros. Se a taxa básica do BC, hoje em 9% ao ano, ficar próxima do rendimento da poupança, aplicações como fundo de investimento ficariam menos rentáveis que a caderneta porque pagam Imposto de Renda e taxa administrativa.
Isso provocaria fuga de recursos para a poupança, criando problemas para os bancos e dificuldades para o governo financiar sua dívida. Alguns líderes governistas, porém, estão aconselhando Dilma a deixar a mudança para depois das eleições, o que pode fazê-la mudar de ideia e não apresentar o tema hoje.

Cachoeira sobre Demóstenes: “Pedido nosso é uma ordem”

Telefonemas interceptados pela Polícia Federal mostram que a cúpula da empreiteira Delta Construções atuou para proteger o vice-líder do PMDB na Câmara, deputado Eduardo Cunha (RJ), em processo que o parlamentar movia contra uma jornalista. É a primeira vez que Cunha, que é amigo do dono da empreiteira, Fernando Cavendish, é citado em grampos da Polícia Federal na Operação Monte Carlo, que originou a CPI do Cachoeira. Em conversa gravada no dia 25 de março de 2011, o então diretor regional da Delta no Centro-Oeste, Cláudio Abreu, conversa com o suspeito de contravenção Carlinhos Cachoeira a respeito de um depoimento que o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) daria quatro dias depois em um processo que Cunha move contra a jornalista Dora Kramer, de “O Estado de S. Paulo”.
A ação está trancada desde maio passado no Tribunal de Justiça de São Paulo. O processo questiona um artigo sobre a disputa pelo controle do fundo de pensão de Furnas, que citava Cunha. Abreu relata a Cachoeira ter sido “incumbido” de convencer Demóstenes, arrolado como uma das três testemunhas de defesa da jornalista, a “não pegar pesado” com o vice-líder do PMDB. Demóstenes e Cunha são adversários políticos. “Eu fui incumbido aqui para falar com você para falar lá com o Demóstenes, cara”, diz Abreu. “Ele vai depor a favor da Dora, só que estão pedindo para mim ir lá conversar com ele para não pegar pesado com o Eduardo.”
Cachoeira diz então que irá conversar sobre o pedido com o senador, e indica estar otimista com a receptividade do senador: “Vamos conversar. Pedido nosso é uma ordem”.