GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

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Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Brizola Neto no Ministério do Trabalho: Seria ele o Einstein do trabalhismo, o Rimbaud da política, o Mozart na negociação?

A presidente Dilma Rousseff nomeou para o Ministério do Trabalho um rapaz que vai fazer 34 anos em outubro: Brizola Neto. Nem está ainda na categoria daqueles brasileiros que podem exercer qualquer cargo público: para a Presidência da República e para o Senado, exige-se a idade mínima de 35 anos. O estrago que a inexperiência pode fazer num ministério é infinitamente superior à que pode provocar no Senado Federal, onde há mais 80 para eventualmente controlar certos ímpetos.
Juventude, em si, não é o problema a depender do assunto. Com a idade de Brizola Neto, Einstein já tinha doutorado havia 8 anos, e Rimbaud tinha parado de escrever havia… 17!!! E Mozart então? Estava a apenas um ano da morte e já havia feito tudo aquilo… Brizola Neto, como é notório, não é o Einstein do trabalhismo, o Rimbaud da política, o Mozart da negociação. É o quê?
Um rapaz que se elegeu em razão do nome do avô. Tem uma carreira política curta e, como se viu pela reação que se seguiu a seu nome, está longe de ser unanimidade em seu próprio partido. Tanto é assim que Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência, teve de vir a público nesta terça para lembrar que nomear ministros é prerrogativa da presidente da República. Claro que é! Ao fazer tal afirmação, endossa, na prática, ainda que com outro viés, a crítica de parcela significativa do PDT. que afirma que ele não representa o partido.
Um ministro de estado é o braço operativo do presidente da Repúbica, executa a sua política. Mas seu estilo pessoal faz a diferença. Dá-se de barato que uma de suas atribuições é resolver conflitos, em vez de criá-los. Quem já leu uma vez ou outra os “tijolaços eletrônicos” de Brizola Neto — as suas diatribes na Internet, tentando mimetizar os longos textos que o avô publicava nos jornais como matéria paga — vai constatar que Dilma botou no ministério, como posso dizer?, um dos blogueiros do JEG… Não sei porque não os leio, mas devem estar animadíssimos.
Quem queria a sua nomeação era o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical. “Paulinho da Força” se dizia um possível pré-candidato do partido à Prefeitura de São Paulo. Especula-se que Dilma nomeou Brizola Neto em troca do apoio da legenda à candidatura do petista Fernando Haddad em São Paulo. Vamos ver. A ser assim, seria a segunda concessão feita pela presidente de olho na disputa da capital paulista. Também Marcelo Crivella, ministro da Pesca (PRB) — aquele sobrinho de Edir Macedo que anunciou que aprenderia a pôr minhoca no anzol… Já terá aprendido? —, teria o objetivo de fazer diminuir a rejeição dos evangélicos ao nome de Haddad. A Igreja Universal representa apenas parcela minoritária dos evangélicos. De resto, o fato de a igreja ser parceira do PT não implica que os fiéis também o sejam. Duvido que mesmo os frequentadores da Universal endossem algumas escolhas feitas pelo ex-ministro da Educação… Mas volto a Brizola Neto.
A menos que esse rapaz mude radicalmente de postura — para falar a verdade, duvido muito! —, Dilma está mais levando o conflito para dentro do Ministério do que uma solução. Mesmo como arranjo político, parece coisa manca. No que concerne, então, às especificidades da pasta, aí estamos no mais absoluto escuro. O que pensa Brizola Neto? Qual é sua intimidade com a área? Qual é o seu pensamento? Ninguém sabe! Dilma nomeou o neto de Brizola, que escrevia tijolaços eletrônicos.
Até a nomeação, o feito mais notável desse rapaz era atacar com fúria bucéfala qualquer um, na imprensa ou fora dela, que “ousasse” fazer uma crítica ao governo, por mais modesta que fosse. Criticar a crítica, digamos assim, é parte do jogo. Pode-se fazê-lo de modo inteligente ou boçal. Brizola Neto sempre escolheu o segundo caminho, excitando a bile de petralhas e associados. Se mantiver o estilo, Dilma terá levado a briga de rua e a polêmica vazia e barulhenta para dentro do Ministério do Trabalho.
Para encerrar: Brizola Neto não tem quadros para compor sua equipe. Na prática, o ministério será comandado por Paulinho.

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