O governo federal reabriu a compra de um novo avião presidencial,
processo que estava parado desde que Dilma Rousseff tomou posse, no ano
passado. O futuro avião, apelidado informalmente de Aerodilma, será
maior e terá maior autonomia do que o atual Aerolula, e poderá custar
quase seis vezes mais. No mês passado, a FAB emitiu dois pedidos de
informação, a primeira etapa da compra: um para a aquisição de um avião
de transporte VIP e outro para uma aeronave de reabastecimento aéreo.
Três empresas poderão fazer ofertas: a Airbus europeia, a Boeing
norte-americana e a IAI israelense, que não fabrica aviões, mas adapta
modelos usados. Segundo apurou, não há decisão final sobre a compra no Planalto.
O custo é o
problema: tanto o avião-tanque quanto o VIP novos podem sair por quase
US$ 300 milhões (R$ 570 milhões) cada; modelos usados, um terço do
preço. Enquanto a decisão política não sai, a FAB adianta o processo,
como publicou ontem o jornal “Valor Econômico”. Além disso, a Força
espera para este semestre a definição da compra dos seus novos caças, um
negócio que pode chegar a R$ 10 bilhões. A troca do avião presidencial é
tema sensível. No fim de 2010, revelou que a FAB havia feito um pedido de informações para um avião-tanque que também tivesse uma área VIP.
Assim, o
governo tentava dissimular a compra do substituto do Airbus-A319
presidencial, conhecido como Aerolula por ter sido comprado pelo então
presidente Lula. O favorito para aquele negócio era o modelo
Airbus-A330MRTT, que deverá ser oferecido novamente agora para a função
de reabastecimento. À época, Lula disse que o Brasil era “humilhado”
pela necessidade de escalas do Aerolula no exterior. Não deixou de ser
uma ironia, dado que o governo gastara US$ 56 milhões (R$ 106 milhões
ontem) com o Airbus alegando que aviões mais baratos da Embraer não
teriam capacidade intercontinental.
Com 8.500 km
de autonomia, o A319 não voa com conforto de Brasília à Europa,
necessitando de uma escala. Para a Ásia, são duas paradas. Versões de
transporte VIP dos jatos Boeing-777 e Airbus-A340, que têm custo similar
ao A330MRTT, mas não são aviões-tanque, podem chegar a 17 mil km sem
escalas, ligando quase todos os aeroportos do mundo diretamente.
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