GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer
Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

ELEIÇÕES - CAETANO VELOSO


O PT, quando na oposição, foi o mais udenista

Estou correndo para conseguir terminar a gravação de voz para meu novo disco e viajar para a Bahia sem mais preocupações quanto a isso. Vou para o aniversário de minha mãe. Ela faz 105 anos, e eu não deixaria de ir mesmo que fossem 53.

 A questão de concluir as vozes para o disco não se restringe aos três dias que são o mínimo requerido para eu ir do Rio a Santo Amaro e voltar: um adiamento desse tamanho se multiplica por pelo menos dez. Se você tem tudo pronto para mixagem e masterização num determinado dia, tudo pode correr de modo a termos o CD pronto para lançamento em X de novembro. Inclusive (muito importante) minha disponibilidade para realizar ou acompanhar os trabalhos de feitura de capa e encarte. Levando em conta tudo isso, três dias de adiamento podem significar mais de um mês de atraso para a entrega do disco. Não tenho muito tempo para pensar. Pelo menos para pensar em outras coisas.

As eleições se aproximam. Minha decisão por Freixo foi tomada, sem hesitação, logo que soube que ele era candidato. Ter confiança política em alguém por conhecer seu modo de agir no passado não significa abandonar a pesagem das circunstâncias e adotar um critério messiânico. Entro assim nesse assunto porque ele me veio à cabeça. Ouvi de amigos e conhecidos ponderações sobre os ganhos do Rio devidos à parceria de Paes-Cabral com Dilma-Lula, ou seja, com o governo central. E acabo de ler um panfleto pró-Paes que cita Aristóteles e Kant e desqualifica os eleitores de Freixo como “playboys neofascistas da Zona Sul”.

Uma amiga já tinha me escrito em e-mail que é eleitora de Aspásia (trata-se de uma moça que mantém um blog ecológico) e que não votaria em Freixo porque ele não atinge sua “sensibilidade Zona Norte”. Percebi nessa sua observação o efeito de definições, nascidas de resultados de pesquisas eleitorais, da candidatura de Freixo como um fenômeno “Zona Sul”. Mesmo porque as candidaturas verdes têm sido, até aqui, consideradas de modo semelhante. Vide Gabeira e Marina.

Bem, eu moro na Zona Sul do Rio. Mas não fui formado nesse ambiente. Minhas escolhas respondem mais a Santo Amaro e a Guadalupe do que ao Leblon. Mas a Zona Sul é Antonio Carlos Jobim fazendo “A felicidade”. É Carlos Lyra escrevendo “Você e eu”. Vinicius achando as rimas de “Maria Moita”. É sobretudo o ambiente que acolheu a batucada embutida no violão de João Gilberto — e que mudou a medula do samba, de Lúcio Alves aos mestres de bateria de escola de samba, passando por Beth Carvalho — tendo sido concebida em Juazeiro e desenvolvida em Diamantina. A bossa nova é fogo. Então, vamos deixar de crer que podemos desvalorizar o que brota ou viceja na Zona Sul.

 Mas, se eu quisesse continuar usando a metáfora da bossa nova, o caso Freixo está mais para a batida de João Gilberto do que para as composições e arranjos de Tom. O mesmo para minha adesão à sua candidatura. Algo que vem se formando desde Santo Amaro e Niterói encontra primeiro receptividade entre alunos da PUC-Rio. O que não quer dizer que pare por aí.

Apoio Freixo como apoiei Brizola, Mangabeira, Gabeira e Marina. E também como apoiei Lula contra Collor. Na eleição Lula versus Serra, votei — e declarei voto — em Lula. Mas não com a mesma decisão interna com que apoiei os outros citados. Uma adesão semelhante a essas muito definidas se deu quando da candidatura de Ciro Gomes à presidência. Mas tal adesão não resistiu ao comportamento a um tempo afoito e desmotivado do candidato.

No caso de Freixo, estou seguro de que se o Rio der estatura à sua personalidade política demonstrará maturidade e saúde social. E sempre terminará obtendo ganhos. A começar pela situação imediata. Se Paes se elege sem contrapeso, contando com dezenas de legendas, dezenas de minutos na TV, poderosas corporações e a grande imprensa (no Rio isso se resume ao GLOBO), o Rio fica sem mostrar resistência aos abusos das empresas de transporte público, sem crítica ao desenho do metrô, sem exigência moral.

 Nada disso significa que Paes tenha sido ruim para a cidade. Mas é preciso ser menos vulnerável aos epítetos “udenista”, “lacerdista” etc. que se aplicam a todo e qualquer esboço de critério ético para a atividade política. O PT, quando na oposição, foi o mais udenista de todos, exigindo ações ilibadas e coerência nas definições entre amigos e inimigos.

FH nunca encontrou entre os que agora elogiam a aproximação entre Lula e Sarney, Lula e Delfim, Lula e Maluf quem quisesse justificar seu diálogo com Sarney ou ACM.

Minhas escolhas são públicas. Não é do meu feitio escondê-las. Escolhendo Freixo, estou sendo fiel ao que aprendi com meu pai, minha mãe, meu povo.

Sua filha gosta

Falando de amor e responsabilidade, Rashid se consagra entre os novos nomes do rap nacional 
 
Nos últimos anos, uma novíssima geração de rappers vem dando nova cara ao gênero no Brasil. 
Ampliou a temática das músicas, as batidas e, por tabela, o seu público, há muito não restrito à periferia.

Um dos principais arquitetos dessa mudança é o paulistano Michel Dias Costa, 24, o Rashid, nome que vem do árabe e quer dizer "justo" ou "verdadeiro" -palavras que ele tatuou no braço direito.

Com versos como "sua filha é linda, parabéns pra você! / deve ter caprichado na hora de fazer!", que fazem as "minas" pirarem, ele tem pavimentado a carreira que começou na base do perrengue.

Nascido no bairro de Lauzane Paulista, zona norte de São Paulo, onde mora hoje, Rashid foi criado em Ijaci (a 300 km de Belo Horizonte). Lá, começou a fazer rap aos 12 anos.

"Eu botava o boné na cabeça, olhava no espelho e ficava rimando para mim mesmo, mexendo as mãos como Mano Brown", diz.

Sem muito recurso tecnológico, ele se virava como podia, gravando trechos de músicas em fitas cassete e, depois, a própria voz por cima.

O primeiro computador só veio aos 21 anos, quando ele já estava enturmado com Projota e Emicida, outros dois novos rappers. Juntos, eles formam o projeto Os Três Temores.

Rashid conheceu a dupla enquanto passava férias em São Paulo, no final da adolescência.

Foi nessa época, por volta de 2008, que gravou profissionalmente suas primeiras músicas. A divulgação era na base do boca a boca ou, como ele lembra, "mandando para cada um dos 4.000 amigos que eu tinha no Orkut".

Deu certo, e suas rimas se espalharam rapidamente; público e outros rappers começaram a prestar atenção no moleque.

"A construção do texto e as rimas do Rashid são das mais afinadas dessa nova geração", analisa o produtor Daniel Ganjaman, que tem no currículo trabalhos com os Racionais e Criolo.

"Ele abriu a temática do hip- hop -que no final dos anos 1990 estava muito restrita ao próprio movimento- falando mais abertamente de amor, por exemplo."

Entre as primeiras músicas divulgadas no MySpace e os primeiros shows que fez, mais dificuldades. 
Rashid chegou a morar sozinho em uma casa minúscula, sem geladeira e fogão. "As vezes eu até duvidava que conseguiria gravar um disco", conta.

Apesar disso, nunca quis um emprego fixo e se manteve focado no que chama de missão: o rap.

ENFIM, O SUCESSO 

Neste ano, veio a colheita. O clipe de "Quero Ver Segurar", da "mixtape" "Assim Seja", a terceira da carreira, concorre nas categorias Revelação e Hit do Ano do Video Music Brasil, da MTV. Ele também subirá ao palco da premiação para cantar com Emicida.

Sozinho ou acompanhado, Rashid faz uma média de 12 shows por mês e já lotou casas de Porto Alegre a Manaus.

A maior parte do público não chegou à maioridade. Por causa disso, ele virou o rei das matinês, levando uma média de 6.000 pessoas por apresentação.

"Ele está em ampla evolução da performance no palco e é um dos caras mais determinados que conheci", diz Kamau, rapper de uma geração anterior à de Rashid e um dos primeiros a notarem seu talento.

A internet também ajudou a propagar seus versos e rimas, independentemente de classe social. 
"Gente da periferia ou da classe média se identifica com a minha mensagem do mesmo jeito. Classe social não é importante. Eu quero ser ouvido e me interessa que as pessoas sejam melhores."

Para ele, isso não quer dizer mudança de discurso. Rap é compromisso e fala também de coisas sérias, além de, no seu caso, relacionamentos e cotidiano, com pitadas de humor.

Quando olha para os artistas que foram os seus guias, Rashid diz que a principal diferença de sua geração para "o rap antigo, dos Racionais MCs, por exemplo", é a linguagem.

"A criançada na periferia está sempre com o celular na mão. O nosso rap acompanha isso." 
Com cerca de 100 mil "amigos" no Facebook e 700 mil seguidores no Twitter, o rapper propaga uma espécie de (também título de uma música sua): "Foco, força e fé".

A vida melhorou nos palcos e fora deles. Neste ano, alugou uma casa mais confortável, para onde levou a avó.

Quando encontrou a reportagem do "Folhateen", Rashid carregava debaixo do braço um exemplar de "O Poderoso Chefão", do italiano Mario Puzo.

"A história parece um pouco com a filosofia dos samurais, tem a coisa do foco na missão. Acredito nisso. Se você tem uma certeza, foque nisso, que vai funcionar", diz.

PATRIMÔNIO LITERÁRIO » Resgate de raridades


Seminário Episcopal de Diamantina desenvolve projeto de conservação de parte do acervo de 50 mil livros de sua rica biblioteca, submetidos à ação de insetos, fungos e do tempo 
 
Diamantina – Páginas escritas em grego, latim, francês, alemão e bom português saem da escuridão do abandono e ganham a luz da conservação. E, aos poucos, transformam a terra de Juscelino Kubitschek e Chica da Silva num gigantesco “livro aberto” para o conhecimento, pesquisa e preservação da memória. Na cidade do Vale do Jequitinhonha, a 292 quilômetros de Belo Horizonte, um projeto desenvolvido no Seminário Episcopal do Sagrado Coração de Jesus, fundado em 1867 e vinculado à Mitra Arquidiocesana de Diamantina, começa a recuperar cerca de 50 mil volumes, muitos deles raros, da biblioteca da instituição, os quais ficaram confinados, sem cuidado e atenção, durante 12 anos. Na primeira fase, prevista para terminar em 30 de novembro, o trabalho contempla 10 mil obras, com desinfestação de insetos xilófagos (cupins e traças) e higienização. “Este é um universo que está sendo desbravado e será de grande utilidade para os estudiosos”, diz, com entusiasmo, o diretor de estudos do seminário, padre Júlio César Morais.
Na realidade, três mundos literários se sucedem no subsolo do prédio pintado de amarelo-claro onde estudou, quando adolescente, o ex-presidente JK (1902-1976). No primeiro, na sala da antiga biblioteca, estão 40 mil volumes – hoje enfileirados nas estantes, de forma organizada – à espera de recuperação. No segundo, no ateliê montado desde julho para essa tarefa, especialistas e sua equipe verificam a situação dos livros, separando-os em bons (50%), regulares (30%) e ruins (20%), e fazem a conservação. E finalmente, no terceiro, estão os já higienizados e prontos para consulta. Os ambientes são próximos, mas o caminho para salvá-los é longo e cheio de surpresas.

O acervo ficou longe dos olhos, de 2000 até o ano passado, quando a direção do seminário detectou o estado de degradação, chamou profissionais da área de conservação e buscou recursos. “Monsenhor Celso de Carvalho, falecido há 12 anos, tinha esse acervo para uso pessoal. Com ele, morreu o domínio da biblioteca”, conta padre Júlio César. Até agora, o livro mais antigo encontrado data de 1615, embora o diretor de estudos tenha localizado, no meio das pilhas, uma lista constando um de meados do século 16. “Ainda o estamos procurando”, afirma com determinação. 

Com capa de pergaminho (pele de animal) e escrito em latim, o Prontuário moral sobre o evangelho dominical, de 1615, se encontra na condição de regular e recebe olhares de admiração da equipe envolvida na tarefa de recontar a história do seminário por meio de um dos seus maiores tesouros: os livros. “Esta biblioteca é irmã da existente no Santuário do Caraça, em Catas Altas. Começou em 1886, com o segundo reitor, padre Miguel Maria Sípolis, vindo da França junto com os sacerdotes lazaristas”, diz o diretor de estudos, que não para de fazer descobertas. A mais recente, registrada com caneta-tinteiro, é um caderno com a cronologia do seminário.

Na hora de escolher os primeiros livros para conservação, prevaleceu o critério de data e relevância da obra, explica a historiadora e arquivista da Mitra Arquidiocesana, Verônica de Mendonça Motta: “O acervo foi se formando desde os primeiros tempos da instituição. Desta forma, temos volumes do século 18 ao 21, pois os padres que vinham para cá traziam as suas coleções em várias línguas. Temos assuntos variados, com enfoque maior na teologia, a exemplo de missais, bíblias, vida de santos e direito canônico, bem como humanidades e história. Mas temos também obras de autoria de Marcel Proust, Dostoievsky e outros. “No século 19 e primeira metade do 20, a biblioteca recebia um exemplar de muitas obras sobre religião e cultura geral publicadas na França”, diz Verônica. Os recursos para a primeira etapa (R$ 100 mil) da empreitada são do Fundo Estadual de Cultura (FEC), da Secretaria de Estado da Cultura, com a contrapartida da Mitra Arquidiocesana de Diamantina, estando os serviços a cargo do Grupo Oficina de Restauro (desinfestação), Pedra Menina Arte, Cultura e Restauro (higienização) e Marca D’Água, que vai restaurar os livros mais debilitados. O primeiro da leva, Letras symbolicas e sibyllinas, de 1747, que mais parece uma “renda de guipir”, todo furadinho pelos insetos, já está, em Belo Horizonte, nas mãos da restauradora Blanche Thais Porto de Matos. 

No ateliê, o restaurador Adriano Ramos mostra o estado de degradação de alguns volumes. “Além dos danos causados por insetos e fungos, encontramos manchas decorrentes de flores, fita adesiva, riscos de caneta, marcas de santinhos, recortes de jornais velhos e outros fatores de alto risco. “A situação era de abandono, mas os mineiros vão ter de volta uma das bibliotecas mais importantes do estado”, revela Adriano. Quando terminar a primeira etapa do projeto, elaborado por ele, a intenção é partir para busca de mais recursos.

Nas mãos da estudante de história da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri Iara Nunes Ferreira, de 24, há outro livro, desta vez de 1702, com encadernação em couro e de autoria de Augustini Barbosae. “A gente tem que se segurar para não ler todos esses livros”, brinca Iara, que, a exemplo dos demais integrantes da equipe, usa jaleco branco, máscara e luvas cirúrgicas. Depois de trabalhar como estagiária voluntária na Biblioteca Antônio Torres, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), no Centro Histórico de Diamantina, a estudante se sente bem no novo espaço. “São livros diferentes, muitos religiosos, mas sempre interessantes para se lidar”, explica. Ao lado, Maximiliano dos Santos Barroso, de 18, atuando como auxiliar, está gostando da experiência nesse universo formado por letras, palavras, ideias e pensamentos. Tem toda a razão de gostar. Impossível, para qualquer um, ao ver textos impressos há tanto tempo, não tentar um mergulho profundo nessas páginas guiado apenas pela vontade de conhecer outras épocas e costumes.
Saiba mais - 
Tecnologia de ponta

A técnica em higienização Fernanda Alves Guerra lembra que os maiores inimigos dos livros são a poeira, a umidade e o armazenamento em local inadequado, além, claro, dos agentes biológicos. “A prevenção é essencial para garantir a sobrevida das obras e a oxigenação das páginas (aeração).” Numa sala próxima ao ateliê, fica o terror dos insetos, algo comparável a uma bolha assassina. É o processo de anóxia ou atmosfera modificada: os livros são colocados em bolsas plásticas impermeáveis, hermeticamente fechadas, havendo a substituição do oxigênio, no interior, por um gás inerte – no caso, o nitrogênio, responsável pela redução do nível de oxigênio contido em cada bolsa para menos de 0,2%. O período de permanência do material dentro da bolsa pode ser de 30 a 60 dias.
Memória - Legado cultural

O fundador da biblioteca do seminário de Diamantina, padre Miguel Maria Sípolis, trabalhou também em Portugal. No Brasil, antes de seguir para Diamantina, aonde chegou em 1886 sucedendo o seu irmão, padre Bartolomeu Sípolis, que fora transferido para a corte do Rio de Janeiro como provincial, ele atuou como missionário, professor e reitor do Santuário do Caraça. Com o tempo, foram incluídas no acervo as bibliotecas pessoais dos bispos dom João Antônio dos Santos (1863-1905), dom Joaquim Silvério de Souza (1905-1933), dom Serafim Gomes Jardim (1934-1953) e dom Geraldo de Proença Sigaud (1960-1980) e de vários sacerdotes lazaristas e seculares, como a do monsenhor Celso de Carvalho (1913-2000), que era filósofo e trovador.

Crime e castigo‏

A febre do juridiquês baratina os nativos de Pindorama, prestes a virar a terra do causídico doido ou do juiz insano. No boteco, na praia e na feira, no elevador e fila da Mega-Sena, Excelências de leigas togas deblateram sobre prolatar e precluir, prova e indício, alegação e imputação, e de permeio data vênia, parquet, acórdão, bis in idem, caput, litisconsorte, branquear valor, e o indefectível “sigo o relator”. No debate leigo, a insondável retórica vira divertido esgrima verbal sobre o nada.

Divertia-me com as estocadas, quando me cai nas mãos instigante documento do Instituto Histórico de Alagoas, sobre tentativa de estupro na província de Sergipe. Transcrevo, ipsis litteris, ipsis verbis, a sentença do juiz de Vila de Porto da Folha, de outubro de 1833 – há 180 anos! O tempo aplaca a violência do ato, do acusado sem defesa, e do juiz que saca da manga o castigo de cada crime. Hilário absurdo!

PROVÍNCIA DE SERGIPE:


“O adjunto de promotor público, representando contra o cabra Manoel Duda, porque no dia 11 do mês de Nossa Senhora de Sant’ana, quando a mulher de Xico Bento ia para a fonte, já perto della, o supracitado cabra, que estava numa moita de mato, sahiu della de supetão, e fez proposta a dita mulher, por quem queria para coisa que não se pode trazer a lume, e como ella se recuzasse, o dito cabra abrafolou-se della, deitou-a no chão, deixando as encomendas della de fora e ao Deus dará. Elle não conseguiu matrimônio porque ella gritou e veio em amparo dela Nocreto Correia e Norberto Barbosa, que prenderam o cujo em flagrante. Dizem as leis que duas testemunhas que assistam a qualquer naufrágio do sucesso faz prova.CONSIDERO: 

Que o cabra Manoel Duda agrediu a mulher de Xico Bento para conxambrar com ela e fazer chumbregâncias, coisa que só marido della competia coxambrar, porque casados pelo regime da Santa Igreja Catholica Romana.

QUE o cabra Manoel Dida é um suplicante deboxado que nunca soube respeitar as famílias de suas vizinhas, tanto que quis também fazer conxambranas com a Quitéria e Clarinha, moças donzellas.

QUE Manoel Duda é um sujeito perigoso e que não tiver uma cousa que atenue a perigança delle, amanhan está metendo medo até nos homens.

CONDENO:

O cabra Manoel Duda, pelo malefício que fez à mulher de Xico Bento, a ser capado, capadura que deverá ser feita a macete. A execução desta peça deverá ser feita na cadeia desta Villa. Nomeio carrasco o carcereiro. Cumpra-se e apregue-se editais nos lugares públicos. Assinado: Manoel Fernandes dos Santos, juiz de direito”.

Sem rei nem lei, a pena brutal não educava o povo; nem o vazio esgrima verbal da toga leiga. Vamos crescer como sociedade ao sabermos de cada crime, seu castigo.

Inovação poderá embalar Brasil futuro


Projeto oferecido pelo governo deve inspirar empresas

O governo, aflito com a perda de competitividade da indústria nacional, não tem se limitado às benemerências abençoadas no Palácio do Planalto, envolvendo redução de impostos e, mais recentemente, cortes no preço da energia elétrica. Um trabalho bem menos visível, está em curso, e, por enquanto, se esconde sob o batido e pouco entendido rótulo de "inovação", sob a exótica categoria da "nanotecnologia". O Brasil, gigante produtor de alimentos, poderá se beneficiar da novidade.

"O certo não seria falar em nanotecnologia, mas nanotecnologias", diz o diretor do Departamento de Tecnologias Inovadoras do Ministério do Desenvolvimento, João Batista Lanari Bó. Há diversas tecnologias agrupadas sob o nome de nanotecnologia, unidas apenas por sua escala microscópica: são engenhos humanos, criados com milionésimos de milímetro, aplicáveis às mais variadas áreas da indústria, da química ou da medicina, capazes de alterar a propriedade dos materiais. O ministério começa a sair do terreno das especulações sobre o tema, para incentivar as empresas a abraçarem essas novas tecnologias - nada microscópicas, quando se trata de medir seus possíveis ganhos.

Após reuniões entre potenciais interessados e a contratação de uma empresa de consultoria especializada, o governo está perto de provar que é possível escolher uma rota tecnológica inovadora e montar um modelo de negócios factível. O setor escolhido foi o da indústria de embalagens, essencial para a competitividade das exportações do país, onde a nanotecnologia pode permitir a criação de produtos mais resistentes, esterilizados ou inteligentes - capazes de avaliar e indicar ao consumidor o estado da mercadoria embalada, por exemplo.


A indústria de plásticos, recentemente beneficiada por aumento de barreiras contra a concorrência importada, foi o alvo escolhido pelos técnicos do governo para a primeira iniciativa. É um setor onde há pouquíssimas empresas no início da cadeia produtiva, na produção de resinas plásticas (setor quase totalmente dominado por uma grande firma, a Braskem), e, na ponta final, cerca de 12 mil fabricantes de produtos de plástico. Em uma ponta, os negócios têm de ter uma escala monumental para atrair a atenção e interesse dos executivos; na outra, o reduzido tamanho das empresas as deixa muito pouco dispostas a riscos e investimentos em novas tecnologias.

O governo assumiu, então, um papel geralmente desempenhado pelos próprios empresários, e, após reuniões de trabalho com o setor privado, financiou a primeira fase de um estudo de viabilidade para a instalação de uma indústria de produtos plásticos com nanotecnologia destinados a embalagens. "Começamos falando em nanotubos de carbono, para embalagens da indústria eletroeletrônica, mas o Brasil é grande exportador de alimentos, onde temos de inovar na cadeia produtiva", comenta o coordenador do estudo, encomendado à consultoria Nanobusiness, Ronaldo Pedro da Silva.

"No país, 40% do que se consome em embalagens é para alimentos; está aí um baita mercado", resume o especialista. O "baita" mercado da indústria de embalagens reúne cerca de 230 empregos e tem faturamento estimado, neste ano, de R$ 46 bilhões, cerca de 5% acima da receita gerada em 2011. O setor de plásticos ocupa mais da metade do pessoal nessa indústria e participa com 40% do total de suas exportações.

O resultado do estudo encomendado pelo ministério já interessou uma holding do setor a bancar os passos seguintes do que pode se transformar numa fábrica de insumos nanométricos para a indústria de embalagens plásticas. Ou, em português corriqueiro: uma fábrica que produzirá uma espécie de pasta com componentes de argila em escala microscópica, a serem misturados às resinas plásticas, para criar embalagens mais resistentes, mais duráveis, mais impermeáveis, ou com capacidades antimicrobianas e antioxidantes. Um material capaz de enfrentar as crescentes exigências técnicas que os países desenvolvidos vêm impondo às importações, especialmente de alimentos.

O estudo, que necessita, obviamente, de aprofundamento para orientar, de fato, a criação de uma fábrica, evitou delírios desenvolvimentistas e adotou hipóteses conservadoras. A nanoargila foi escolhida por ser um material com facilidade de domínio da tecnologia e um mercado sem concorrentes dominantes, aberto a empreendedores.

Os estudos preliminares, que agora são discutidos seriamente pelo ministério com os empresários interessados, indicam a possibilidade de criação de uma fábrica de custo relativamente baixo e retorno alto, para produzir esse material a ser usado pela indústria plástica na melhoria das embalagens.

O mercado estimado é de até R$ 40 milhões anuais até 2016, os custos de instalação e operação (Capex e Opex, na terminologia dos planos de negócio) ficam em até R$ 29 milhões, pelas hipóteses mais conservadoras, nos primeiros cinco anos. Com financiamento do BNDES, pelo PSI, o carinhoso programa de apoio a investimento do banco, o investidor terá uma taxa de retorno entre 40% a 63% e recuperaria o capital em cinco anos e meio. É um negócio modesto, que pode trazer melhorias a uma cadeia produtiva de dezenas de bilhões de reais;

O exercício microeconômico serve para mostrar que nem tudo que se pode fazer pela competitividade da economia nacional ganha cerimônia e fanfarra nos palácios oficiais. O grupo de inovação do ministério explora também as possibilidades da nanotecnologia na exploração de petróleo, que será um dos temas de um seminário em outubro.

A escala microscópica desse tipo de tecnologia pode, quem sabe, inspirar o setor privado a se armar de lupas e investigar novas oportunidades, além das ações do governo, que surgem contra a armadilha da falta de competitividade.

Estarei a sonhar?

Em duas ocasiões recentes externei uma cogitação que tanto me impacientava que a ela retorno. Relembrando que com a paz seguida aos seis anos de guerra, iniciada em 1939 e finda em 1945, era corrente a ideia, esperança ou convicção de que a humanidade não resistiria a novo conflito das proporções do recém-encerrado; depois de tantos horrores e perdas irreparáveis, como pelos formidáveis avanços na arte de matar e destruir; outro não fora o propósito dos que travejavam o edifício da ONU; no entanto, embora não houvesse irrompido nova conflagração universal, seguiram-se sucessivos surtos belicosos, mais ou menos extensos e duradouros que, somados, corresponderiam a um conflito terrível. 

Exemplo dessa diátese sinistra é a que vem ocorrendo na Síria. De feroz guerra civil converteu-se em caso internacional que levou a ONU a enviar comissão investigatória dos fatos, e que voltou como saíra, sem acesso a coisa alguma, a despeito de presidida por individualidade de alto conceito internacional. Desse modo, a impotência da ONU ficou selada, uma vez que dois países, Rússia e China, desaprovaram outras medidas que levassem à cessação da guerra exasperada. E a carnificina prossegue em violência crescente. 

O fato me fez lembrar outro, quando Mussolini invadiu a Abissínia e a incorporou ao domínio fascista, a despeito de inócuos protestos da Sociedade das Nações, esta começou a morrer, para desaparecer sem se saber quando; ficou insepulta. Temo que coisa semelhante possa ocorrer com a ONU, embora criada sob as mais auspiciosas intenções. 

Mudando de assunto, tiro da sombra um fato já antigo e em tudo e por tudo diferente do atual, menos em algum traço; ocorreu depois da eleição do presidente Jânio Quadros e antes de sua posse. A confiança na mudança era tanta e tamanha, que se formara a certeza de que se processaria real mudança na vida do país, antes da posse já se notavam espontâneas mudanças; agora, na minha percepção, antes do termo do processo mensalão, está se operando fenômeno semelhante ao dos dias de dezembro de 1960 e janeiro de 61; a impressão que se tem é de uma rajada de ar fresco a varrer insuportável ambiente mefítico. 

Não faltava quem proclamasse que o mensalão nunca existira, assertiva repetida ao universo até pelas colunas do New York Times, mesmo depois de iniciado o julgamento de dezenas de denunciados pelo procurador-geral da República; agora, porém, poucos se mantêm nessa posição. 

Já se disse que, do fundo das maiores aberrações, pode emergir a chama capaz de expurgar o pústula. Até onde sei, o mensalão foi a mais elaborada conjura destinada ao domínio do aparelho governamental a partir do Congresso, não faltando nem o braço bancário e nem foi gratuita a condenação de diretor do Banco do Brasil; o mesmo ocorreu com a lavagem de dinheiro, em fartas quantias, que não dão em árvore. 

Mercê desses ingredientes espantosos se vão juntando dados propícios à reações saneadoras. Ou estarei a sonhar?

Estarei a sonhar?

Em duas ocasiões recentes externei uma cogitação que tanto me impacientava que a ela retorno. Relembrando que com a paz seguida aos seis anos de guerra, iniciada em 1939 e finda em 1945, era corrente a ideia, esperança ou convicção de que a humanidade não resistiria a novo conflito das proporções do recém-encerrado; depois de tantos horrores e perdas irreparáveis, como pelos formidáveis avanços na arte de matar e destruir; outro não fora o propósito dos que travejavam o edifício da ONU; no entanto, embora não houvesse irrompido nova conflagração universal, seguiram-se sucessivos surtos belicosos, mais ou menos extensos e duradouros que, somados, corresponderiam a um conflito terrível. 

Exemplo dessa diátese sinistra é a que vem ocorrendo na Síria. De feroz guerra civil converteu-se em caso internacional que levou a ONU a enviar comissão investigatória dos fatos, e que voltou como saíra, sem acesso a coisa alguma, a despeito de presidida por individualidade de alto conceito internacional. Desse modo, a impotência da ONU ficou selada, uma vez que dois países, Rússia e China, desaprovaram outras medidas que levassem à cessação da guerra exasperada. E a carnificina prossegue em violência crescente. 

O fato me fez lembrar outro, quando Mussolini invadiu a Abissínia e a incorporou ao domínio fascista, a despeito de inócuos protestos da Sociedade das Nações, esta começou a morrer, para desaparecer sem se saber quando; ficou insepulta. Temo que coisa semelhante possa ocorrer com a ONU, embora criada sob as mais auspiciosas intenções. 

Mudando de assunto, tiro da sombra um fato já antigo e em tudo e por tudo diferente do atual, menos em algum traço; ocorreu depois da eleição do presidente Jânio Quadros e antes de sua posse. A confiança na mudança era tanta e tamanha, que se formara a certeza de que se processaria real mudança na vida do país, antes da posse já se notavam espontâneas mudanças; agora, na minha percepção, antes do termo do processo mensalão, está se operando fenômeno semelhante ao dos dias de dezembro de 1960 e janeiro de 61; a impressão que se tem é de uma rajada de ar fresco a varrer insuportável ambiente mefítico. 

Não faltava quem proclamasse que o mensalão nunca existira, assertiva repetida ao universo até pelas colunas do New York Times, mesmo depois de iniciado o julgamento de dezenas de denunciados pelo procurador-geral da República; agora, porém, poucos se mantêm nessa posição. 

Já se disse que, do fundo das maiores aberrações, pode emergir a chama capaz de expurgar o pústula. Até onde sei, o mensalão foi a mais elaborada conjura destinada ao domínio do aparelho governamental a partir do Congresso, não faltando nem o braço bancário e nem foi gratuita a condenação de diretor do Banco do Brasil; o mesmo ocorreu com a lavagem de dinheiro, em fartas quantias, que não dão em árvore. 

Mercê desses ingredientes espantosos se vão juntando dados propícios à reações saneadoras. Ou estarei a sonhar?

Duas falhas

É lastimável que o Grêmio tenha deixado ontem de concorrer ao título deste Brasileirão por ter levado o gol de empate do Flamengo em uma bola absolutamente defensável. 

Eu não sou contra o goleiro do Grêmio, sou a favor do Grêmio. E também não encontro motivo justificado para Luxemburgo ter retirado Moreno de campo depois de o centroavante ter feito um gol genial. Inexplicável. 

Uma secretária (recepcionista) em clínica médica escreveu-me pedindo que não cite seu nome. Se eu citá-lo, é certo que ela perde seu emprego e nenhuma outra clínica médica a empregará jamais. 

Não gosto do anonimato, mas é compreensível a razão por que a remetente deseja ficar incógnita. 

Ela manda dizer que não é só pelos planos de saúde pagarem pouco aos médicos por determinadas cirurgias que se verificam falhas graves no atendimento aos pacientes, referindo-se a uma crônica recente minha a respeito. 

Ela diz que há alguns médicos que se determinam somente a atender dois pacientes do IPE por semana, por receberem pouco por isso, enquanto têm sempre disponibilidade de atendimento por um determinado convênio que paga quantia compensadora. Sendo deste, sempre arrumam o famoso encaixe. 

Diz mais: pacientes são atendidos de 20 em 20 minutos (ligeirinho), caso não tenham que fazer exames nas clínicas, neste caso então a recompensa pelos serviços será maior. 

Diz em sua defesa salarial que antigamente as recepcionistas de clínicas eram tratadas como secretárias, hoje são classificadas como recepcionistas porque o piso salarial das secretárias é bem mais alto. Só que as atribuições das chamadas recepcionistas são as mesmas das secretárias. 

Que, em decorrência de ganharem pouco dos convênios por algumas cirurgias, exatamente como este colunista escreveu recentemente, são preteridas algumas cirurgias para que possam alguns médicos ganhar na quantidade de consultas por dia. E vá atender aquela multidão. E as reclamações que porventura surgirem não são alguns médicos que as suportam, e sim as recepcionistas. 

Diz ainda que, em algumas especialidades em que trabalhou, já há tempos têm sempre alguns médicos, não são todos, são raros, mas existem, alguma coisa para vender, um serviço ou algum produto. Alguns oftalmologistas, não são a maioria, mas existem, vendem lentes de contato com lucro de 90%. E outros poucos mas frequentes indicam óticas, as quais no final do mês mandam um envelope contendo comissões para alguns médicos. E, finalmente, alguns pouquíssimos médicos que atendem os pacientes de convênio cobram por fora dos doentes. 

Esse foi o depoimento da secretária a este colunista. 

Agora uma explicação do colunista: todos os que me leem sabem que tenho verdadeira veneração pelos médicos. Vivo falando em meus tratamentos (câncer, tontura incapacitante, ouvidos precários etc.) e na relação que mantenho com dezenas de grandes médicos. 

Isso não impede, no entanto, que eu dê trânsito a reclamações contra poucos médicos que não agem eticamente, pois devo também respeito aos pacientes. 

Vou dar um exemplo de profunda honestidade profissional: meu oftalmologista recebe inúmeras propostas de óticas para que encaminhe seus pacientes para elas. Pois sempre recusou terminantemente estas propostas. Ele deixa o paciente livre para onde quiser comprar seus óculos. 

Ou seja, a grande maioria dos médicos procede com lisura notável em sua profissão, são honestos e há entre eles muitos idealistas. 

Viva a medicina exercida com ética! 

E o objetivo desta coluna é um só: que toda a medicina seja exercida com exatidão, com ética, com profundo respeito aos pacientes. Felizmente, a esmagadora maioria dos médicos assim procede, honrando o juramento de Hipócrates. A esses, presto em nome do povo gaúcho uma homenagem de gratidão.

Uma nova identidade muçulmana? AMENA YASSINE


Para muitos analistas, o fenômeno reflete uma mudança de paradigma, do ideológico para o identitário

Passado mais de um ano da Revolução de Jasmim, é possível uma melhor compreensão das mudanças que se operam no Oriente Médio e no Norte da África. Sem desconsiderar os aspectos particulares de cada caso, pode-se identificar um traço comum aos movimentos que se reproduziram, com maior ou menor intensidade, em 17 países muçulmanos, desde o ato de imolação do tunisiano Mohamed Bouazizi: o impulso autóctone das mobilizações sociais.

Desde o fim da Guerra Fria, diversas sociedades passaram por processos endógenos de reflexão sobre suas identidades. Para muitos analistas, o fenômeno reflete uma mudança de paradigma, do ideológico para o identitário. Para entender a dinâmica das relações internacionais contemporâneas, propõe o escritor libanês Amin Maalouf, será preciso, portanto, compreender antes o que desejam essas complexas identidades que se forjam e a maneira como elas interagem globalmente.

Ao contrário do que o senso comum reproduzia, sobretudo após o 11 de setembro, a identidade que desejam construir os países de maioria muçulmana, como mostram os exemplos da Tunísia e do Egito, contempla participação cidadã de vozes excluídas do processo político, inclusive de congregações religiosas historicamente marginalizadas; inclusão social; e reformas institucionais.

Epicentro das forças políticas e sociais que movimentaram a região, a Tunísia pré-revolucionária convivia com elevadas taxas de desemprego, restrições aos direitos políticos e civis, desigualdade de renda e inexistência de alternância política. Com mais de 20% da população vivendo abaixo da linha da pobreza, o quadro político e socioeconômico no Egito não era distinto. Os egípcios conviviam com taxas de desemprego de 9% em 2010, que atingia majoritariamente a população jovem, e com renda per capita de menos de 3 dólares.

As frustrações com a falta de oportunidades levaram os tunisianos a depor Ben Ali, no comando do governo por 25 anos, e os egípcios, reunidos aos milhares na Praça Tahrir, a destituir o regime de Hosni Mubarak, no poder desde o início dos anos 80. As manifestações de insatisfação popular culminaram, nesses dois países, em processo de transição para democracia com eleições livres e multipartidárias.

Embora as Forças Armadas egípcias ainda exerçam forte influência na política local, o país igualmente avançou no processo de consolidação democrática. Eleições parlamentares foram convocadas; uma Assembleia Constituinte está em fase de organização; e o povo egípcio acaba eleger um presidente — o Guia Supremo da Irmandade Muçulmana, Mohamed Morsi, que vem demonstrando moderação e liderança política interna e internacionalmente.

A vitória expressiva de partidos de orientação religiosa na Tunísia e no Egito, há décadas na clandestinidade, traduz ainda, em última instância, a frustração local com os regimes autoritários e excludentes, embora seculares, do Oriente Médio e Norte da África. Para obter 41% dos assentos da Assembleia Nacional Constituinte, o Ennahdha precisou, entretanto, reinventar- se e adotar um discurso moderado, que defendia, entre outros, os direitos das mulheres. Também no caso egípcio, a Irmandade Muçulmana, com 47% dos assentos na Assembleia do Povo, adotou postura mais conciliatória.

A aspiração dessas sociedades parece ser, pois, a de formação de uma identidade árabe-muçulmana em harmonia com o os direitos humanos, a democracia e a equidade social.

Como consequência das transformações identitárias por que passam, esses países deverão revisitar a maneira como irão relacionar-se com o exterior, o outro. Por essa razão, importa que a comunidade internacional atue de modo a auxiliar a que essas mudanças político-sociais ocorram em benefício da democracia e da prosperidade econômica e social.

caso líbio é um exemplo premente. Um dos maiores IDHs do Norte da África antes do conflito, o país encontra-se mergulhado em violência e ameaçado por grupos extremistas que desafiam a autoridade central. Bem-vinda, a recente democracia líbia prescinde de um enfoque abrangente por parte da comunidade internacional com vistas a auxiliar na consolidação de um governo unificado, inclusivo e multiétnico.

O Brasil tem muito a contribuir. Pode ser útil nesse processo de transição a experiência brasileira com a democracia, os programas sociais e de distribuição de renda, as políticas de gênero, os programas de erradicação da pobreza e de promoção dos direitos humanos, entre outras.

Em sua política externa, o Brasil tem atuado no sentido de aproximar as culturas e sociedades sul-americana e árabe de maneira mutuamente construtiva. Com esse objetivo, voltarão a dialogar em Lima, no início de outubro, os chefes de Estado e de Governo de 22 países árabes e 12 sul-americanos, por ocasião da Cúpula América do Sul-Países Árabes (Aspa). Fundado em 2005, esse foro constitui o instrumento birregional mais eficiente desse processo de conhecimento mútuo. Os sul-americanos deverão ter a oportunidade de interagir com um novo mundo árabe e muçulmano.

O processo de construção identitária é relacional. A maneira como os países lidarão com esses
novos Oriente Médio e África será, pois, determinante. Para tanto, importa começar por rejeitar generalizações que buscam forjar uma percepção negativa sobre os acontecimentos naquela região, como as avaliações apressadas sobre uma suposta incompatibilidade entre identidade muçulmana e regimes democráticos. Quanto mais se conhece sobre o outro a partir dele mesmo, mais se favorecem o diálogo, o desenvolvimento conjunto e a convivência pacífica.

Amena Yassine é diplomata e professora

Homofobia e religião acirram eleições no Rio Liberdade religiosa e homofobia entram na campanha no Rio

Ataque de Garotinho a Paes provoca crise na equipe de Rodrigo Maia

As críticas feitas pelo ex-governador Anthony Garotinho (PR) ao apoio do prefeito Eduardo Paes (PMDB), que disputa a reeleição, a políticas de defesa dos direitos dos homossexuais no programa eleitoral de TV do candidato do DEM a prefeito do Rio, Rodrigo Maia, direcionaram a corrida ao Palácio da Cidade para dois temas que pautaram eleições majoritárias anteriores: religião e homofobia. Em participação no programa de TV de sexta-feira passada, Garotinho afirmou que Paes concede apoio aos homossexuais e, depois, "vai para igrejas evangélicas e diz: "Glória a Deus! Aleluia". Isso é fingimento, hipocrisia". A declaração levou a uma crise na campanha de Rodrigo, que perdeu um dos principais integrantes do núcleo político-administrativo: Marcelo Garcia, que integrou o secretariado do ex-prefeito Cesar Maia.

O posicionamento de Garotinho repercutiu negativamente entre movimentos religiosos e contra homofobia. Sua participação no programa do DEM ainda foi criticada por líderes religiosos que participaram, na manhã de ontem, em Copacabana, da V Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa.

O evento, de acordo com os organizadores, reuniu 210 mil pessoas. O candidato do PSOL, Marcelo Freixo, esteve na manifestação e assinou uma carta-compromisso que enumera ações garantindo a liberdade religiosa. Vice na chapa do PMDB, o vereador Adilson Pires (PT) representou Paes. Já os candidatos Otavio Leite (PSDB) e Cyro Garcia (PSTU)enviaram representantes e disseram estar dispostos a assinar o documento.

- Foi uma atitude fascista do ex-governador Anthony Garotinho. Respeito suas convicções religiosas, mas o que ele fez foi demonizar ações de pessoas que não seguem a religião dele. O ex-governador esquece que o Estado é laico. Ele, como político, deveria combater a homofobia e defender a liberdade religiosa - afirmou Ivanir dos Santos, interlocutor da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa.

Garotinho fala em lavagem cerebral

Garotinho se defendeu das críticas em seu blog. "Olha, eu sei que existem pessoas que por conta da lavagem cerebral da mídia acham que eu tenho alguma coisa contra os homossexuais, isso porque quem não vai às paradas gays ou bate palmas é considerado homofóbico. Sim, porque fui eu o primeiro governador do Brasil a criar um Disque-Denúncia Homossexual (DDH) justamente para defendê-los da discriminação e da violência."

Responsável pela idealização do plano de governo de Rodrigo Maia, Marcelo Garcia afirmou ontem que comunicou sua saída da campanha do DEM logo após ver o programa de TV, na noite de sexta-feira. Segundo ele, nos 47 segundos que Garotinho atacou os homossexuais, o deputado descumpriu acordos firmados entre o DEM e o PR para que fosse viabilizada a aliança entre Rodrigo e Clarissa Garotinho.

- As reuniões aconteceram na minha casa. Deixei claro que a homofobia não seria tolerada. Ele usou um espaço precioso na TV, que deveria ser utilizado para mostrar propostas para os eleitores, e não para abordar questões que não dizem respeito à campanha. Eu não poderia ter outra atitude, a não ser deixar a campanha. Não quero caminhar em direção à lama para onde Garotinho caminha - disse Garcia, amigo do pai de Rodrigo, o ex-prefeito Cesar Maia.

O prefeito Eduardo Paes preferiu não comentar as agressões de Garotinho, assim como a coordenação de campanha de Rodrigo.

domingo, 16 de setembro de 2012

Lions Clube promove baile beneficente amanhã no Club Nyx em Caraguá


O Lions Clube de Caraguatatuba promove nesta sexta-feira, a partir das 22h30 a segunda edição do baile beneficente “Noite Estranha com Gente Esquisita”. O evento será realizado no Club Nyxx (Av. da Praia, 1875, Centro – Próximo ao Camaroeiro). Os convites custam R$ 20 – inteira, e R$ 10 – meia entrada e estão a venda na Ótica Diniz, Galter Imóveis e no próprio Club Nyx. 
De acordo Liedna Maria de Moraes, que integra a comissão de organização do evento, mais de 300 pessoas são esperada para o baile. Segundo a organização o evento já se tornou tradicional dentro da entidade. “Fizemos o primeiro no ano passado e como foi um sucesso não só decidimos repetir a dose como incluímos este evento no calendário oficial do Lions e a partir de agora todos os anos em meados de setembro ou outubro será promovida esta grandiosa festa”, explicou Liedna.

Um dos diferenciais da noite de festa é justamente o traje escolhido para os convidados, de acordo com Liedna será uma festa á Fantasia. “Quem viu nosso material de divulgação já gostou do traje escolhido pela diretoria da entidade. Nós colocamos traje incomum, bizarro, confuso ou fantasia. Já imaginou como será divertido”, brincou.  Toda a renda angariada nesta festa servirá de base para os eventos e projetos promovidos pela instituição até o final do ano. “Com o recurso vamos ajudar a entidade Instituto Pró mais Vida, vamos garantir a festa de Natal das Crianças e ajudar a fomentar alguns projetos sociais desenvolvidos pelo Lions Clube de Caraguá”, explicou. 
 
A entidade
Fundada em Abril de 1998 o Lions de Caraguatatuba faz parte de uma rede internacional de homens e mulheres, presentes em 205 países e áreas geográficas, que trabalham juntos para atender às necessidades que desafiam as comunidades do mundo. As reuniões são geralmente às quartas-feiras, às 20h30. 

A DEMOCRACIA NA CORDA BAMBA


PAULO ROBERTO MACHADO GUIMARÃES - Advogado
Senhores Ministros da mais Alta Côrte.  Nos Estados modernos – institucionalmente organizados – a fonte  que dá sustentação à Democracia localiza-se nos Poderes constituídos. Não importa se Parlamentarismo ou Presidencialismo...ou outra forma democrática de Estado. Sempre estará nas Instituições.  Em nossa República Federativa e como determina nossa Carta Magna,  nos três Poderes, portanto,  reside a tal “fonte da democracia”. Cada qual com suas atribuições e responsabilidades. Basta que um desses “tripés” deteriore-se  para já comprometer o que chamo de “equilíbrio institucional”.  MAS, há um desses Poderes que  reputo ser a  “alma da democracia”.  Através e por ele corrige-se as injustiças, determina-se as condutas, sugere-se modificações, estimula-se aperfeiçoamento. Enfim, o Poder Judiciário é o responsável pelo equilíbrio institucional – portanto, a manutenção da própria Democracia. É a sua alma!  E todo esse mecanismo só existe em função de um único objetivo: a criação de uma Nação!  E Nação significa Povo!  Quando  - não importa o tempo ou o espaço – eventuais condutas corrompidas e corroídas atingem esse “Poder Alma” o rompimento institucional é apenas questão de tempo...

A soberania indispensável de quem detém o poder judicante, certamente  é a mais alta responsabilidade  de que um cidadão poderia estar investido – naquele enfoque de “equilíbrio institucional”.  Nosso País está capenga. Universos sociais de desigualdades extremas. Indústrias de ponta e miséria absoluta.  Escolas que produzem formação de qualidade e escolas que mantém “status de analfabetismo” (por paradoxal que possa parecer, uma vez que o conceito moderno de alfabetização certamente não é apenas saber ler e assinar o nome).  Acesso de alguns às mais avançadas técnicas médicas e outros (a maioria) sem nenhuma assistência básica. Enfim, nosso País é injusto.  E QUEM SÃO OS AGENTES PROPULSORES DE TRANSFORMAÇÕES?  Repito, em Estados Institucionais e em nossa República Federativa  são os nossos gestores.  Sim, podemos dizer, são os políticos! 

 E nesse conceito e em nossa organização constitucional são os membros dos Poderes Executivo e Legislativo.  Se esses “agentes” se corrompem, a Nação se corrompe. Se esses agentes praticam peculato, lavagem de dinheiro, corrupção ativa, corrupção passiva... a Nação é a vítima, e, como disse, o Povo é a vítima!   Em qualquer julgamento – sobretudo de natureza criminal – obviamente que os magistrados deverão analisar juridicamente as questões postas. Isto, porém, não significa que na formação soberana da convicção jurídica não haja ingredientes de outra natureza – sociológica, política, moral, ética...  -  que participarão na formação do “juízo de valores” do magistrado.  Eu ouso dizer mais:  esses outros ingredientes – não necessariamente jurídicos, em sentido estrito -  por vezes podem e às vezes devem influenciar a análise jurídica.  Como cidadão – e sobretudo como advogado – fico triste (e até chocado) quando “agentes políticos” são tratados como se fossem “cidadãos privilegiados”. Ora, é exatamente o oposto: eles  deveriam ser “cidadãos mais vigiados”.  

Por quê?  São eles que  definem o caminho.  Ou o correto ou a corrupção;  ou a legalidade ou a ilegalidade;  ou a honestidade ou os descalabros.  E como também já afirmei:  o Povo sempre será a vítima!   Fiquei profundamente abalado e inquieto quando vi e ouvi de um Ministro a afirmação de que  “é da mais alta responsabilidade este julgamento (dos mensaleiros), pois trata-se da liberdade. De suas famílias....”  Meu Deus, lembro-me também quando vi e ouvi a apreciação do recebimento da denúncia do ex-ministro Palloci.  Naquele episódio onde este pseudo agente político  feriu a dignidade de um cidadão simples do povo (o Francelízio, lembram-se?)  este mesmo Ministro que está preocupado com a liberdade e com as famílias dos mensaleiros, naquele  episódio do Palloci, o seu voto foi pelo não recebimento da denúncia.  Pergunto: não preocupou-se, S.Excelência, com a dignidade do Francelízio? Com a sua família? 

 Aquele sim, foi um julgamento “não jurídico”, onde o ingrediente político passou a ser o ingrediente jurídico.  Quando uma quadrilha formada por agentes políticos praticam crimes que afetam as Instituições eles não estão atingindo as suas famílias.  Eles estão agredindo TODAS AS FAMÍLIAS DO POVO BRASILEIRO....SOBRETUDO OS MAIS DESPROTEGIDOS...OS FRANCELÍZIOS.   Se o Poder Judiciário não restabelecer sua credibilidade o rompimento institucional – que já está encaminhado -  mais cedo ou mais tarde se materializará. E, sabemos,  essa alternativa conduz ao imprevisível...

MP abre inquérito civil para averiguar obra de contenção do Massaguaçu










Obra de contenção começou no final de 2011 e agora será investigada pelo Ministério Público de Caraguatatuba
Josiane Carvalho 

O Ministério Público de Caraguatatuba instaurou um inquérito civil para apurar as denúncias de irregularidades na obra de contenção de erosão na Praia do Massaguaçú executada pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER) desde o final do ano passado. 
No documento do MP, assinado pelo promotor de justiça Fernando Henrique de Freitas Simões foi considerada a representação de Urias Macedo e José Rodrigues Cidreira sobre a alteração na forma de execução das obras de contenção. Diante disso, o promotor encaminhou um ofício ao DER solicitando o pronunciamento sobre esses fatos. “Expediu-se um ofício ao DER a fim de pronunciar-se integralmente sobre esses fatos, cuja resposta ressaltou estar sendo cumprido integralmente o projeto executivo, apresentando cópia deste, no qual não é possível verificar a aprovação dos órgãos ambientais”, diz o ofício expedido pelo promotor. 

De acordo com um dos autores da denúncia ao MP desde o início os moradores observaram as supostas irregularidades na obra que, segundo eles, está paralisada há um bom tempo. “Quando recebi o ofício do promotor cheguei até a fazer um agradecimento público com relação a isso. Desde o início desta obra observamos que ela não estava sendo feita de maneira correta com um valor total de investimento absurdo. Eles começaram com um projeto onde seria feito um muro com escada de acesso à praia, no meio do caminho parece que mudaram o projeto da obra e estão colocando pedras que certamente irá dificultar o acesso”, relatou Cidreira. 
Desde o início da obra o Jornal Imprensa Livre vem publicando uma série de matérias com reclamações de moradores e até questionamentos com relação ao valor estimado para a realização da contenção. Desde o início, o departamento sustenta o investimento de aproximados R$ 3 milhões pagos à empresa Compec Galasso responsável pela obra de correção da erosão e a contenção da área para evitar o avanço do mar e consequentemente o possível desabamento da pista da rodovia. 
 
Outro Lado
Com relação à notificação do Ministério Público, a Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Logística e Transportes informou que o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) ainda não foi notificado oficialmente e, por conta disso, não iria se manifestar sobre o assunto. 
 
Entenda o caso
Na época, do início das obras, o DER encaminhou uma nota explicando os detalhes do que estaria sendo feito no local. “Faremos a correção da erosão provocada pelo mar, mais precisamente no barranco que dá acesso à pista, e colocando o chamado enrocamento de pedra. A intenção é conseguir escavar até abaixo do nível do mar para iniciar o processo de colocação das pedras. O objetivo é fazer com que o mar não consiga chegar embaixo da pista. Este é na verdade um trabalho preventivo para que não volte a acontecer”, afirmou a assessoria.
O processo de erosão na margem direita da rodovia é um problema que vem sendo discutido há muitos anos pelos moradores e frequentadores da região. Segundo informações, o processo, no trecho da praia de Massaguaçu, começou há mais de 10 anos com o avanço repentino do mar em direção à costa. Este fenômeno ocorre principalmente durante as ressacas.
Em 2005, o DER iniciou obras para contar a erosão, na época orçada de R$ 1,3 milhão, mas, a maré acabou derrubando o muro de contenção e a obra foi interrompida.  Outra medida emergencial feita na época foi a construção de barreiras com sacos de areia, o que visivelmente não surtiu muito efeito.

Polícia Civil prende homem acusado de estuprar garota de 9 anos


Policiais do Setor de Investigações Gerais (SIG) de Ilhabela, prenderam ontem J.A.R.S., 30 anos. Ele é acusado de estuprar uma menina de 9 anos que morava no seu bairro, o Reino. A prisão ocorreu após a Polícia Civil conseguir mandado contra o suspeito. 
De acordo com o setor, há alguns meses os policiais investigavam denúncia de que J.A.R.S. teria praticado estupro de vulnerável. Outras crianças vizinhas da vítima teriam presenciado quando o suspeito teria se esfregado na garota. Elas relataram às mães que informaram aos familiares da criança e o caso foi registrado na Delegacia de Polícia.  Conforme o artigo 217- A do Código Penal, estupro de vulnerável é o ato de ter conjunção carnal ou praticar outra ação libidinosa com menor de 14 anos. Neste caso, a pena varia de oito a 15 anos de reclusão. 
Ontem cedo os policiais foram até o local de trabalho do acusado e efetuaram a prisão. Confirme os investigadores, após denúncias já houve tentativa de linchamento contra ele. Agora, ele será encaminhado para a Cadeia Pública de Caraguatatuba e depois para o Centro de Detenção Provisória (CDP) da cidade. (M.C.)