O consultor de negócios e políticas & Blogueiro foi conhecer o trabalho social da “A ONG Teto”.
A ONG Teto iniciou suas atividades no Estado do
Rio de Janeiro em Jardim Gramacho, bairro da cidade de Duque de Caxias, que até
junho do ano passado abrigava o maior lixão da América Latina.
'A Teto optou por iniciar
suas atividades nesta região do Estado do Rio de Janeiro para poder denunciar a
situação de extrema pobreza em que as famílias vivem', disse o diretor
operacional da ONG de origem chilena no Brasil.
Segundo a organização, a
desativação do despejo agravou a situação dos moradores do local, em vez de
melhorar.
Dedicada a mobilizar
voluntários para construir casas para famílias pobres, a Teto já atua a 06 (seis)
anos em São Paulo e só em agosto chegou ao Rio.
Em um final de semana de
agosto, com a ajuda de 80 universitários voluntários e de moradores da região,
construiu 06 (seis) casas para as famílias mais pobres.
Foi realizada uma
aproximação com a comunidade de Jardim Gramacho, por meio de reuniões das quais
participaram cerca de 200 pessoas, para conhecer melhor a realidade deste
bairro no qual vivem cerca de 5000 (cinco) mil famílias, cuja maioria dependia
financeiramente do lixão desativado.
'As pessoas de Jardim
Gramacho estão com muitas dificuldades para se sustentarem após a remoção do
lixão, que era sua principal fonte de renda', explicou Macena.
O depósito, com cerca de
1,3 milhão de m², no qual o lixo era acumulado ao ar livre durante 34 anos, foi
desativado no dia 3 de junho de 2012 em uma iniciativa do governo para melhorar
as condições ambientais para a população.
No local chegou a ser
depositada uma montanha com cerca de 60 milhões de toneladas de lixo que
praticamente extinguiu um mangue vizinho e que contaminou as águas da Baía de
Guanabara.
Jardim Gramacho ganhou
fama internacional em 2011 quando entre os indicados ao Oscar de melhor
documentário ficou a co-produção brasileiro-britânica 'Lixo Extraordinário',
que retrata a relação do artista plástico Vik Muniz com os coletores do bairro,
que lhe forneciam objetos utilizados em suas obras de arte.
Desde 1976, a maior parte
das 8.400 toneladas de resíduos geradas diariamente no Rio de Janeiro era
disputada por aves de rapina e cerca de 1.600 pessoas que viviam da coleta de
material reciclável.
Foi à negociação com estes
coletores que atrasou por vários meses o fechamento do depósito. Ao final, cada
um recebeu uma indenização de cerca de R$ 13.700 por terem perdido sua fonte de
trabalho.
Poucos aproveitaram a
indenização, e a maioria gastou toda a quantia em menos de um ano, de acordo
com que os moradores disseram a ativista da ONG Teto.
Segundo um primeiro
diagnóstico da ONG Teto, 30% das 5000 mil famílias de Jardim Gramacho vive em
situação de extrema pobreza, em casas de madeira e lona construídas às margens
de rios e em áreas clandestinas de vazamento de detritos.
'Aos problemas de falta de
renda se soma a vulnerabilidade de viver em uma região tão marginalizada, sem
assistência e insalubre', acrescentou Macena.
'As casas da região são
muito precárias, muitas com o piso de chão batido, e quase todas sem nenhum
tipo de acesso aos serviços públicos essenciais, como água, esgoto e energia',
garantiu.
Um dos objetivos da ONG Teto
é aproveitar seus voluntários para que ensinem ofícios às pessoas que perderam
sua fonte de renda, para que possam montar pequenos negócios.
'Queremos fortalecer os
vínculos entre a organização, os voluntários e as famílias para que no futuro
seja possível fomentar ainda mais o desenvolvimento comunitário local com mais
ações e não apenas com a construção de casas de emergência', disse Macena.
A ONG Teto, que surgiu no
Chile em 1997 - onde opera com o nome 'Techo', conta atualmente com cerca de
400 mil voluntários, dos quais 3000 (três) mil trabalham permanentemente em
bairros pobres, onde foram construídas 94 mil casas.
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