GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

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Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Jovens ficam perdidos mais de 24 horas em mata após irem acampar

Ilhabela – Dois jovens foram resgatados na manhã de ontem após ficaram mais de 24 horas perdidos em mata fechada. Eles subiram no sábado ao Pico de São Sebastião, no Lado Sul de Ilhabela e deveriam ter retornado no domingo. As equipes de regastes foram acionadas na manhã de ontem.
Os amigos Rafael Zamboni Orioli, 26 anos, e Marcelo Vitor Rodrigues da Cunha, 20 anos, saíram de São José dos Campos para acampar no morro que tem 1.300 metros e altitude e fica dentro da área do Parque Estadual de Ilhabela (PEI).
A aventura estava programada há algum tempo e a dupla teria esperado só uma melhora do tempo para conseguir fazer a caminhada. O que os rapazes não contaram foi com a queda brusca da temperatura e formação de neblina na redondeza, como as ocorridas na madrugada de domingo. Com isso, perderam a referência e não conseguiram achar a trilha para o retorno.
Ontem, após o contato da esposa do paisagista Rafael Orioli, Thais Zion, os bombeiros da região, acompanhados por funcionários do PEI, agentes da Defesa Civil de Ilhabela e da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen) que faz o trabalho de combate a borrachudos próximo aos rios e cachoeiras e voluntários, montaram duas equipes e foram ao local que dá acesso à trilha. No total, foram 23 homens na operação de resgate que teve início às 7h10 e se encerrou às 13h30.
De acordo com o comandante do Corpo de Bombeiros no Litoral Norte, Danilo de Oliveira Godoy, a dupla foi localizada por volta das 13h de ontem, há mais de 800 metros da trilha que dá acesso ao Pico de São Sebastião.
“Eles foram encontrados bem, sem ferimentos graves, apenas com fome porque estavam sem seus equipamentos e barracas”, destacou capitão Danilo. Após o resgate, os rapazes foram encaminhados para o Hospital Municipal de Ilhabela, onde receberam atendimentos básicos e foram liberados.

Precaução

O que mais chamou a atenção nesta ocorrência foi o fato da dupla estar em uma trilha considerada de grau difícil sem a presença de um guia. “É uma caminha íngreme e que exige a presença de um monitor que conheça a região”, alertou o capitão Danilo Godoy. Segundo ele, o ideal é que as pessoas que forem fazer caminhadas pelas matas da região procure a sede do Parque Estadual e verifique as condições e necessidade de acompanhamento. A direção do Parque Estadual de Ilhabela explicou que a trilha para o Pico de São Sebastião não é considerada uma atração turística, por isso não há nem informações ao longo do seu percurso. Um dos motivos é que ela é considerada de alta fragilidade ambiental.
O acesso ao Pico de São Sebastião é feito pela Praia da Feiticeira e é necessário seguir até a entrada para a Cachoeira dos Três Tombos. Conforme os bombeiros, os rapazes chegaram à portaria de acesso à queda d´água por volta das 15h30 de sábado. Após contato com a equipe que fica no local, foi confirmado que eles não haviam retornado e o veículo da dupla permanecia no estacionamento. Foram montadas duas equipes de salvamento, sendo que uma foi em direção à cachoeira e outra ao morro. Orioli e Cunha foram localizados perto da água.

Preocupação

De volta a São José dos Campos, Thaís Zion relata que começou a se preocupar quando o marido não deu retorno por volta das 19h de domingo. “Sempre que viaja ele retorna perto desse horário. Tentei falar com ele não celular e não consegui. Liguei para a tia do Marcelo e nada de contato. Fiquei preocupada e acionou as autoridades policiais”, conta. Ontem, familiares dos dois rapazes desceram para acompanhar de perto as buscas e, de acordo com Thaís, tão logo chegaram ao local, foram informados que os jovens haviam sido localizados e retornavam para a cidade. “Foi um alívio ver que ele estava bem”. (M.C)

“Pensei que precisava manter a calma”, relata paisagista

Poucas horas após ser retirado da mata, o paisagista Rafael Zamboni Orioli conta que a partir do momento em que se viu perdido, a única coisa que passava por sua cabeça era manter a calma, não ficar nervoso. “Se naquele momento perdêssemos a calma, ficaria mais difícil conseguir tomar alguma atitude”, relembra.
Ele diz ainda que os dois saíram por volta das 7h30 do domingo do morro – chegaram à cota 1.100 – em direção à cidade. A percepção de que estavam fora da trilha foi em torno das 10h30. “Havia muita neblina, a gente não conseguia enxergar nada. O jeito foi ficar calma e achar um curso d´água porque ele tende a levar para a praia”, explica Orioli.
Nessas mais de 24 horas que ficaram na mata, a dupla conseguiu se alimentar com duas barrinhas de cereais que ainda tinha nos bolsos. Água eles tomavam do rio. Fora os arranhões provocados pelos cipós, por se tratar de mata fechada, Rafael Orioli conta que não tiveram problemas mais graves.
A lição que tirou da experiência, conforme faz questão de contar, é sempre procurar um guia para fazer uma trilha mais difícil.

Um comentário:

regina disse...

Quero agradecer os bombeiros e os guias que agiram rapido e conseguiram encontrar meu filho Marcelo e seu amigo Rafael. Agora espero que tenham aprendido a não fazer uma trilha sem um guia experiente a se aventurar sozinhos na mata. Regina e Zidane