QUITO - O jornalista e ex-editorialista Emilio Palacio anunciou no domingo que fugiu do Equador por sentir-se em perigo devido à perseguição que, segundo a mensagem divulgada de Miami, o presidente Rafael Correa promove contra ele. Palacio disse que deixou o país na quarta-feira passada, semanas após ter sido condenado por um tribunal — junto com três diretores do jornal “El Universo” — a três anos de prisão e pagamento de multa de US$ 42 milhões por ofender o presidente num artigo.
Na mensagem, Palacio explica as razões de sua decisão: “Nos últimos dias, a ditadura redobrou de tal modo sua perseguição contra mim que tive de concluir que minha segurança corre perigo”, disse ele, frisando ter sido obrigado a deixar o Equador por causa da situação.
O jornalista, um crítico ferrenho de Correa, disse que um novo processo foi aberto contra ele por chamar de “fascista” o canal estatal Ecuadortv, e que vários funcionários do governo vinham fazendo advertências. Palacio alegou que estava em marcha a tentativa de prendê-lo antes que sua condenação fosse julgada em segunda instância: “Seria preciso ser cego para não entender que me queriam atrás das grades antes da audiência de segunda instância, para destruir meu moral, e me obrigar a pedir perdão”, continuou.
O advogado do jornalista, Jorge Alvear, disse que a Justiça não havia emitido nenhuma ordem impedindo que seu cliente deixasse o país. Afirmou ainda que Palacio “viajou aos EUA para resolver assuntos pessoais, e resolveu ficar por lá”.
— Acho que ele foi com visto de turista, e terá que pedir outro se planeja ficar mais tempo.
A audiência de segunda instância está prevista para o próximo dia 13. No domingo, funcionários do “El Universo” publicaram uma carta afirmando a Correa que o desacordo entre o dirigente e o jornal põe em risco o trabalho dos jornalistas. Na carta, eles pedem que o presidente retire o processo contra Palacio e os editores do diário.
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