GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer
Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

sábado, 31 de janeiro de 2015

Marina Ruy Barbosa surge de franja e lingerie em ensaio sensual: 'Cresci'

Marina Ruy Barbosa modificou o visual. A atriz aderiu à franjinha ao estampar a capa da revista "TOP Magazine" de fevereiro, em um novo ensaio sensual. Ela que deve pintar os cabelos de preto para a série "Assombrações", afirmou que aprovou o novo look.
"É um ensaio diferente de tudo que eu tinha feito. Gostei de me ver assim", declarou a intérprete da Maria Isis da novela "Império". Em entrevista para a publicação, Marina contou que não se assustou ao ver sensual na trama das nove da Rede Globo. "De repente, de forma natural, eu me vi mais velha, me vi fazendo uma personagem que aparece de lingerie, em cenas mais ousadas... De repente, eu falei: 'Nossa! Cresci!'", admitiu.
Atriz teve medo de personagem ser rejeitada
Marina contou ainda que teve medo da ninfeta do folhetim de Aguinaldo Silva não ser bem aceita pelo público. "Era uma personagem muito arriscada, porque tinha a possibilidade de ter uma rejeição muito grande. Então, tinha um desafio grande de fazer isso dar certo. E, para nossa surpresa, foi muito bacana, as pessoas torcem pelo casal", explicou se referindo ao seu par, José Alfredo (Alexandre Nero).
Marina Ruy Barbosa surge de franja e lingerie em ensaio sensual: 'Cresci': Marina Ruy Barbosa usou franjinha para ensaio sensual: 'Gostei de me ver assim'
Marina Ruy Barbosa surge de franja e lingerie em ensaio sensual: 'Cresci'

E a atriz retorna à questão da sensualidade para contar como se entregou a sua personagem. "E eu, que nunca tinha feito cenas assim, nunca fui de fazer ensaios em que mostrava muito o corpo, sempre fui muito discreta com tudo, precisei me expor mais", afirmou Marina que ganhou elogios nas redes sociais ao aparecer apenas de lingerie em foto publicada em sua conta de Instagram.
"Mas não prepararei muito a minha cabeça. Simplesmente falei pra mim mesma: 'Bom, a personagem é muito mais do que isso, faz parte do contexto da trama'. Então, fiquei disponível pra fazer, e aí, enfim, comecei a me jogar na Maria Isis", acrescentou a rainha do baile de Carnaval do hotel Copacabana Palace.
'Sou exigente', afirmou em relação ao que veste
Aos 19 anos e namorando o empresário Caio Nabuco, de 33 anos, Marina Ruy Barbosa declarou que se impõe em relação ao seu closet. "Eu sou muito séria na minha vida pessoal, sou exigente, e gosto de vestir exatamente o que tem a minha cara, o meu estilo", declarou. "Então, gosto de escolher minhas próprias roupas, minha mãe me ajuda a montar a produção e, de vez em quando, também peço a opinião de algum amigo stylist", completou a atriz.
Mesmo escalada para "Assombrações", Marina tem planos para quando terminar de gravar "Império". "Mas quero, se tudo der certo, tirar umas férias. Queria viajar, melhorar meu inglês e aprender um pouco de francês também", acrescentou contando que planeja se dedicar ao cinema.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Como o amadorismo trouxe de volta a ortodoxia econômica



Por trás de toda complexidade das teorias econômicas, há um conjunto de desafios permanentes à frente dos formuladores: como compatibilizar crescimento de renda e de emprego, atendimento das necessidades da população com o combate à inflação e o equilíbrio das contas externas.
Há um conjunto de objetivos conflitantes:


Vamos ao desafio proposto ao Ministro da Fazenda Joaquim Levy.
  1. O setor privado necessita de previsibilidade e demanda para voltar a investir na economia.
  2. O maior fator de imprevisibilidade é o lado fiscal, depois do carnaval de isenções sem controle do período Mantega-Arno.
  3. A medida fiscal mais utilizada é a relação d/vida pública/PIB - que é das mais baixas do mundo.
  4. O objetivo maior a ser perseguido é a receita que garanta a estabilidade da relação d/vida/PIB com o menor efeito possível sobre o crescimento.
No entanto, quase sempre as escolhas obedecem muito mais às afinidades ideológicas dos gestores, do que a análises objetivas de custo-benefício para a economia como um todo.
Analisemos algumas estratégias possíveis.
Estratégia 1: com menos ortodoxia


Parte dos seguintes pressupostos:
  1. Dada a pequena relação dívida/PIB, não há a necessidade de um superávit primário robusto que reduza ainda mais essa relação. Basta um horizonte factível que garanta a estabilidade da relação atual.
  2. Há três maneiras de estabilizar a dívida pública: ou se cortam os juros, ou se cortam despesas ou se aumentam impostos. Corte de juros afeta exclusivamente o capital financeiro. Melhora a vida dos devedores (incluindo o Tesouro) e exige menos cortes de despesas e menos aumento de impostos.
  3. O único papel da Selic, hoje em dia, é coordenar as expectativas empresariais em relação à inflação. Há uma extensa literatura comprovando que a única influência sobre a inflação é deletéria: a apreciação cambial. Aumenta a Selic, entra mais capital especulativo que provoca uma apreciação no câmbio reduzindo os preços dos importados - à custa do aumento dos sacrifícios da produção e do emprego.
  4. Hoje em dia, praticamente todo o mercado se guia pelas planilhas do Banco Central, de estimativa da inflação futura. O desafio será montar os gatilhos que substituam a alta da Selic, quando as expectativas forem de alta da inflação.
  5. Outro desafio será desarmar o sistema de títulos públicos, que assegura plena rentabilidade e liquidez aos investimentos.
Este seria o modelo virtuoso, que daria segurança e previsibilidade ao setor privado, garantindo equilíbrio fiscal e manutenção da demanda. Exige criatividade e coragem para romper com a ortodoxia.
Estratégia 2: a ortodoxia

Essa é a estratégia implementada pelo Ministro da Fazenda Joaquim Levy. Não há nada que penalize o capital financeiro; nem que o induza a buscar a economia real.
O remanejamento dos recursos do mercado financeiro para a economia real depende de uma série de fatores:
  1. Previsibilidade fiscal, sem dúvida.
  2. Manutenção da demanda.
  3. O capital só irá para a economia real se esta oferecer uma remuneração similar à dos títulos públicos mais uma taxa adicional para compensar os riscos da renda variável. Com a Selic a 12,5%, o investimento na economia real deveria proporcional no mínimo uma taxa de retorno de 17% ao ano. Fora tráfico de drogas, está difícil encontrar setores com esses atrativos.
Aumento de Selic, de impostos e corte de despesas derrubam a demanda interna, reduzem ainda mais a atratividade do investimento na economia real.
A esperteza cansativamente previsível do mercado consiste em focar só na primeira questão: a previsibilidade fiscal. Como se, tendo previsibilidade fiscal, o investimento viesse automaticamente; vindo o investimento (pelo caminho mais doloroso, porque em um cenário de queda de demanda) o desenvolvimento voltará em um dia qualquer do futuro.
É a reedição da surrada “lição de casa”, a visão cristã da economia, de que todo sacrifício (dos outros) resultará na purgação dos pecados e na redenção das almas, brandida por Pedro Malan, Antonio Pallocci e companheiros.
O fator Mantega-Arno
A volta do mito do pote no final do arco iris é consequência do fracasso da experiência heterodoxa do período Dilma-Mantega-Arno.
Havia um dado da realidade: a pesadíssima campanha negativa dos grupos de mídia, três anos jogando para baixo as expectativas empresariais, em uma estratégia escandalosa de pintar o caos, que atingiu seu ápice com as obras da Copa.
Sabendo-se desse fator, o correto teria sido o governo se armar dos melhores oficiais para enfrentar o fogo de exaustão. Em vez disso, entregou a guerra nas mãos da dupla Mantega-Arno que avalizou a impulsividade de Dilma Rousseff da forma mais desorganizada possível.
A manipulação dos dados fiscais, a incapacidade de desenvolver um discurso público minimamente eficiente, a falta de visão estratégica e integrada na política de isenções, a falta de convicção em sustentar a redução da Selic, desmoralizaram a tentativa de romper com a ortodoxia das políticas monetária e fiscal. E deram verossimilhança ao terrorismo praticado pela mídia.
A derrota não foi da anti-ortodoxia: foi do amadorismo.

Mulheres não estão preocupadas com tamanho do ‘documento’



Pelo menos é isso o que demonstra uma pesquisa realizada pelo C-date, site especializado em sexo casual. Segundo o resultado da enquete lançada por lá, mais de 800 mulheres usuárias do site revelaram a opinião sobre o tamanho do pênis do parceiro. No levantamento, 46,76% das mulheres responderam que não faz diferença se o documento é grande ou não. Boa notícia?
A maioria das entrevistadas respondeu que o que importa no sexo casual é “saber fazer”. Já 33,68% acreditam que o tamanho faz diferença e 19,56% estão indecisas quanto ao tamanho: querem um que não seja grande demais e nem pequeno demais. Difícil, né?

Catástrofe social, econômica e ambiental ronda o Estado de SP, por Oded Grajew



da Rede Nossa São Paulo
Diante da crise da água em São Paulo, o coordenador geral da Rede Nossa São Paulo e do Programa Cidades Sustentáveis faz um apelo às autoridades e aos cidadãos para que assumam as devidas responsabilidades.
A cidade de São Paulo está diante de uma catástrofe social, econômica e ambiental sem precedentes. O nível do sistema Cantareira está em cerca de 6% e segue baixando por volta de 0,1% ao dia. O que significa que, em aproximadamente 60 dias, o sistema pode secar COMPLETAMENTE!
O presidente da Sabesp declarou que o sistema pode ZERAR em março ou, na melhor das hipóteses, em junho deste ano. E NÃO HÁ UM PLANO B em curto prazo. Isto significa que seis milhões de pessoas ficarão praticamente SEM UMA GOTA DE ÁGUA ou com enorme escassez.  Não é que haverá apenas racionamento ou restrição. Poderá haver ZERO de água, NEM UMA GOTA.
Você já se deu conta do que isto significa em termos sociais, econômicos (milhares de estabelecimentos inviabilizados e enorme desemprego) e ambientais? Você já se deu conta de que no primeiro momento a catástrofe atingirá os mais vulneráveis (pobres, crianças e idosos) e depois todos nós?
O que nos espanta é a passividade da sociedade e das autoridades diante da iminência desta monumental catástrofe. Todas as medidas tomadas pelas autoridades e o comportamento da sociedade são absolutamente insuficientes para enfrentar este verdadeiro cataclismo.
Parece que estamos todos anestesiados e impotentes para agir, para reagir, para pressionar, para alertar, para se mobilizar em torno de propostas e, principalmente, em ações e planos de emergência de curto prazo e políticas e comportamentos que levem a uma drástica transformação da nossa relação com o meio ambiente e os recursos hídricos.
Há uma unanimidade de que esta é uma crise de LONGUÍSSIMA DURAÇÃO por termos deixado, permitido, que se chegasse a esta dramática situação. Agora, o que mais parece é que estamos acomodados e tranquilos num Titanic sem nos dar conta do iceberg que está se aproximando.
Nosso intuito, nosso apelo, nosso objetivo com este alarme é conclamar as autoridades, os formadores de opinião, as lideranças e os cidadãos a se conscientizarem urgentemente da gravíssima situação que vive a cidade, da dimensão da catástrofe que se aproxima a passos largos.
Precisamos parar de nos enganar. É fundamental que haja uma grande mobilização de todos para que se tomem ações e medidas à altura da dramática situação que vivemos. Deixar de lado rivalidades e interesses políticos, eleitorais, desavenças ideológicas. Não faltam conhecimentos, não faltam ideias, não faltam propostas (o Conselho da Cidade de São Paulo aprovou um grande conjunto delas). Mas faltam mobilização e liderança para enfrentar este imenso desafio.
Todos precisamos assumir nossa responsabilidade à altura do nosso poder, de nossa competência e de nossa consciência. O tempo está se esgotando a cada dia.

Tequila pode diminuir glicose no sangue e ajudar a emagrecer


Segundo cientistas da Sociedade Química Americana, o agavin, um tipo de líquido adoçante natural, extraído da agave, pode ajudar você a perder peso. Isso porque essa frutose, quando ingerido, estimula a produção de insulina e diminui o nível de glicose no sangue. Em experimento nos EUA, os autores do estudo identificaram que ratos obesos perderam peso e tiveram o nível de glicose no sangue diminuído quando consumiram a substância em comparação com outros animais que receberam a mesma dose de água só que com glicose, sucarose e aspartame.
“Nossa pesquisa é a primeira que testou o agavin como adoçante”, diz Mercedes López, da Universidade de Guanajuato (México), autora do estudo. “Nós descobrimos que, além de não aumentar a glicemia, ele aumenta a secreção de GLP-1”. O GLP-1 (glucagon-like peptide-1) é um hormônio que estimula a produção de insulina, portanto está relacionado à redução da glicemia.
Diferente do que se pensa, o agavin não é um tipo de açúcar, mas sim uma cadeia longa de frutose chamada de frutanos. Elas são benéficas para a flora intestinal e, por não serem absorvidas, podem fazer um papel parecido com o das fibras alimentares, diferente de todos os tipos de açúcares refinados que são colocados em sucos, refrigerantes e drinks. Por isso, não eleva o nível de glicose no sangue, ainda segundo cientistas mexicanos que estudam a Agave, planta usada para produzir tequila.
“O agavin é melhor que adoçantes artificiais, que são absorvidos pelo corpo e podem causar efeitos colaterais, como dor de cabeça”, diz López. “O agavin não é caro e não possui efeitos colaterais conhecidos, exceto em pessoas que são intolerantes a ele. Sua única desvantagem é que não é tão doce como os adoçantes artificiais”.
Por mais que os testes não tenham sido realizados em humanos (ainda), parece um bom motivo para mandar uma dose guela abaixo. Só não vale exagerar, afinal, de acordo com estudos do Centro para vícios e saúde mental (Canadá), um shot de tequila por dia é o suficiente para alcançar o benefício sem sabotar o organismo!

Bandeira de Mello: "O maior inimigo do Brasil é a mídia brasileira"

Bandeira de Mello defende o aumento do nível cultural da população para se contrapor aos efeitos deletérios da imprensa
 
 
Jornal GGN - Ele é considerado um dos expoentes do Direito Administrativo no Brasil, é a quinta geração envolvida com o mundo jurídico na sua família, começou como professor da Faculdade de Direito da PUC, onde mais tarde se tornou vice-reitor acadêmico. Aos 78 anos acumula os títulos de professor honorário da Faculdade de Direito da Universidade de Mendoza, na Argentina; da Faculdade de Direito do Colégio Mayor de Rosário, em Bogotá (Colômbia), membro correspondente da Associação Argentina de Direito Administrativo, membro honorário do Instituto de Derecho Administrativo da Faculdade de Direito da Universidade do Uruguai, professor extraordinário da Universidade Notarial Argentina e membro titular de seu Instituto de Derecho Administrativo e professor titular visitante da Universidade de Belgrano - Faculdade de Direito e Ciências Sociais, também da Argentina.
 
Estamos falando de Celso Antônio Bandeira de Mello, que em entrevista concedida ao jornalista Luis Nassif, no programa Brasilianas.org (TV Brasil) reconheceu a necessidade de uma reforma no poder judiciário. Para ele, os ministros do Supremo Tribunal Federal deveriam ocupar o cargo por no máximo oito anos. Hoje, o cargo é vitalício.
 
“Uma ministra do Supremo [Tribunal Federal] me disse, não faz muito tempo: ‘tanto nos chamam de excelência que a gente acaba pensando que é mesmo’”. Segundo o professor, a ministra em questão se referia à necessidade de se estabelecer um limite para os mandatos no STF.
 
Ele ponderou que o conservadorismo ainda é um dos elementos que atrapalham o aprimoramento das relações entre o poder judiciário e o cidadão comum.  E criticou severamente a imprensa brasileira. “Eu considero que o maior inimigo do Brasil, o mais perigoso inimigo do Brasil, é a mídia brasileira e do jeito que ela é”. 
 
E explica: “Fala-se muito em liberdade de imprensa como sendo uma coisa importante por uma razão óbvia: onde é que nós recebemos informações sobre o Brasil e sobre o mundo? É pela mídia. Logo, se ela nos der uma informação truncada, orientada, encaminhada para valorar certas coisas e desvalorizar outras, o que nós brasileiros vamos ter dentro da cabeça?”. Bandeira de Mello defende o aumento do nível cultural da população para se contrapor aos efeitos deletérios da imprensa.
 
Durante o debate, o professor abordou a histórica polarização entre a Faculdade de Direito da USP "Largo de São Francisco" e a Faculdade de Direito da PUC; falou das suas principais influências e críticas em relação ao julgamento da Ação Penal 470.
 
“Estava tão indignado com a decisão do Supremo. Isso me fez pensar que, se eu vivesse de renda, fecharia meu escritório no dia seguinte, não admitiria reedição mais de livro nenhum meu, porque o direito acabou”, declarou.
 
 
Bandeira de Mello pontuou, ainda, que o direito administrativo brasileiro é, historicamente, autoritário quando deveria ser literalmente o oposto. “O direito administrativo nasceu exatamente [durante a constituição] do estado de direito, com o esforço para a contenção dos poderes do estado e valorização do cidadão”. E foi esse princípio que procurou, junto com Geraldo Ataliba, inspirar no curso de especialização de direito administrativo da PUC, realizado durante a ditadura militar. Ele conta que objetivo das aulas era o de questionar “todas as manobras que levavam o poder a querer se prevalecer sobre o cidadão”. O curso chamou a atenção dos órgãos de repressão, mas não chegou a ser fechado.
 
“Nesse período éramos alertados para ter cuidado, porque falávamos muita coisa. Mas eu tinha um realismo sutil de saber que eu não tinha importância suficiente para ser preso”, ironizou. Com o final da ditadura militar, se alastrou no Brasil um movimento para a construção de uma nova Constituição Federal. Como advogado, Bandeira de Mello colaborou com o PMDB. “Mas foi uma assessoria inútel. Os deputados não queriam ser assessorados, foi uma coisa  figurativa”.
 
Ainda assim conseguiu emplacar o Artigo 37, que legisla sobre a administração pública no país. “Não está exatamente nos termos que eu encaminhei para ele”, se referindo ao então líder do PMDB no Senado Federal, Fernando Henrique Cardoso. Bandeira de Mello ressalta que, décadas mais tarde, já como presidente, FHC “fez o possível e o impossível para tentar mutilar a constituição”, dizendo-se ingênuo por um dia ter admirado o ex-presidente.

Diretor da Sabesp joga a toalha e sugere intervenção federal



Paulo Massato, o que mentiu; Jerson Kellmann, Macena e Benedito Braga
Em 17 de abril de 2014, o Secretário Municipal de governo da prefeitura de São Paulo, Chico Macena, criticou a falta de transparência da Sabesp em relação à crise da água. Mencionava racionamento noturno de água através da diminuição da pressão da água em período noturno.
O Secretário Estadual de Saneamento e Recursos Hídricos, Mauro Arce, taxou a afirmação de “mentira”. O diretor metropolitano da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) Paulo Massato classificou-a de “irresponsável”. Disse mais: “˜É no mínimo lamentável que gestores públicos usem uma reunião de natureza técnica para deturpar declarações com objetivos político-eleitorais” (http://migre.me/omsZ2).
Naquele momento, o galo cantou pela primeira vez.
O Secretário Arce reafirmou as críticas: “Nunca foi dito por mim nem por nenhum funcionário da Sabesp que a companhia pratica qualquer tipo de rodízio ou racionamento. Por uma única razão: não há rodízio nem racionamento”.
O galo cantou pela segunda vez.
Já o governador Geraldo Alckmin se esquivou: “Não vamos transformar a maior seca das últimas décadas em picuinha política” (http://migre.me/omto8).
O galo ficou aguardando o desfecho.
Hoje, foi sintomática – e desesperada – a afirmação do mesmo Paulo Massato, de que “o rodízio poderá ocorrer se os órgãos reguladores acharem necessário”.
Ora, sendo necessário o rodízio, a decisão deveria ser do governador Geraldo Alckmin. Ao passar o bastão aos órgãos reguladores, Massato revela a impotência da Sabesp ante a falta de coragem e de iniciativa de Alckmin.
O próprio Massato define a dimensão do rodízio: serão necessários dois dias com água e cinco sem água para fazer diferença.
No mesmo evento, a única atitude de Alckmin foi mais uma vez tratar a crise de água como picuinha política. E admitir que a redução da pressão ocorre há mais de um ano (http://migre.me/omtvJ).
Pouco tempo depois do alerta de Macena, o Brasilianas.org foi ao ar tendo como um dos entrevistados Benedito Braga, presidente do Conselho Mundial das Águas  (http://migre.me/omueL). No programa, Braga mencionou estudos de 2009, que indicavam a necessidade de um plano para ampliar reservatórios e adutoras na macro metrópole paulista – que vai do litoral até Campinas. Porque não avançou? Ele: Quem tem que responder é o governo do estado.
Outro entrevistado, Paulo Canedo, coordenador do Laboratório de Hidrologia da Coppe/UFRJ foi mais enfático: “A própria ANA (Agência Nacional de Água) estabeleceu uma série de condicionantes que não foram cumpridas na íntegra. Já no início de 2014 se sabia, portanto, que as obras não estariam prontas em tempo para São Paulo enfrentar a crise. Por isso o governo do estado deveria ter iniciado a campanha de racionamento e uso consciente de água deste janeiro”.
No final do ano, Benedito Braga foi nomeado Secretário de Recursos Hídricos do governo do Estado, substituindo Mauro Arce, originário do setor elétrico. Levou um ano para Alckmin entender a necessidade de especialistas em água na Secretaria. E a Poli sempre esteve disponível com seus especialistas.
Em seguida, nomeou para a presidência da Sabesp o respeitado Jerson Kellman – sócio e colega de Paulo Canedo.
Há um ano que as 35 prefeituras da região metropolitana tentam se organizar com o governo do Estado para enfrentar a crise. Não conseguiram uma reunião sequer. Em todas as reuniões houve um trabalho persistente de boicote por parte do governo do Estado.

MPF lança portal explicativo sobre a Operação Lava Jato



ornal GGN - O Ministério Público Federal criou uma página exclusiva sobre as investigações da Lava Jato. O portal, que abre com uma explicação sobre o nome da Operação, traz infográficos, histórico, fluxograma do esquema de corrupção, o papel de cada órgão (MPF, Polícia Federal, Justiça, CGU, TCU, CADE) nas apurações, as denúncias apresentadas contra todos os réus, e outros detalhamentos.



O site foi produzido com o objetivo de transparência e prestação de contas do trabalho já realizado. “Trata-se  da maior investigação de corrupção e lavagem de dinheiro que o país já teve. Com as denúncias, o MPF começa a romper a impunidade dos poderosos grupos econômicos e políticos que, há muitos anos, articulam-se contra os interesses do país”, disse o procurador da República Deltan Martinazzo Dallagnol.
 
A intenção do MPF é de atualizar constantemente a página com os desdobramentos das investigações. “É essencial que a sociedade acompanhe os trabalhos e compreenda de que forma o esquema atuava, para que situações como essa não se repitam”, afirmou o procurador.
 
As explicações são apresentadas de forma didática e de compreensão acessível a todos. Áqueles que querem se aprofundar no acompanhamento, o site explica como ler a tramitação do processo completo no site da Justiça, informando o número da ação, mostrado para cada um dos réus.
 
Resumidamente, as denúncias do MPF para cada um deles também são mostradas, em um panorama geral, além de notícias, os últimos despachos e decisões da Justiça e seção de perguntas e respostas - esclarecendo dúvidas, desde o que é um doleiro até como é formalizada a acusação.
 
A última decisão judicial é relativa à Operação Casa Blanca, um desdobramento da Lava Jato. Foram emitidos mandados de busca e apreensão contra a organização criminosa comandada pelo doleiro Raul Henrique Srour. Já a última notícia registrada foi a ordem de prisão preventiva contra o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. 
 
Os infográficos ilustram quase todos os temas. Faltou apenas o fluxograma de vazamentos das delações.



A volta do pêndulo e os tempos de pré-Collor

O grande músico e mestre Hans-Joachim Koellreutter dizia que a história é como uma espiral: sempre volta-se para o mesmo lugar alguns degraus acima.
De certo modo a espiral brasileira remete para 1989.
O primeiro ponto em comum é o desencanto, o fim das utopias e a gravidade das crises que se prenunciam.
Lá, havia a interrupção do sonho da redemocratização e dos pacotes econômicos e o fantasma da hiperinflação; aqui, o desencanto com o sonho do desenvolvimento com equidade social e o fantasma da crise da água.
***
O segundo ponto é a decepção com as instituições públicas. Aliás, nos dois momentos, o raio-x nítido das razões porque o país sempre se fez tão lentamente: a pobreza das instituições públicas, partidos políticos, três poderes e mídia; a imensa dificuldade em pensar grande, em desenvolver uma visão estratégica.
***
O terceiro, a ausência de figuras referenciais. Lá, a desmoralização da oposição com a enorme caça ao butim que se seguiu à posse de Sarney. Aqui, a falta de propostas do governo e da oposição e a pobreza de lideranças.
***
Em cima desse quadro, nos próximos anos se enfrentará a crise de água, problemas econômicos, radicalização social, a crise do velho modelo de articulação da informação, com o advento das redes sociais e, principalmente, a falta de perspectivas.
***
Dependendo do desenrolar da crise, estarão feridos de morte os dois partidos que dividiram a hegemonia política brasileira nas últimas décadas: PT e PSDB. A paciência do eleitor não suportará por tanto tempo o discurso do “mal menor”.
***
De quem é o protagonismo político?
Do lado do governo, da presidente Dilma Rousseff. Nas últimas eleições Dilma foi premiada com a segunda oportunidade – uma tradição no jogo político brasileiro, mas que tornará o eleitor muito mais exigente – e com a extraordinária fragilidade do seu opositor, o PSDB.
Indicou um Ministério político para se defender das tentativas de impeachment que virão, mas terá que desenhar um projeto de país para se defender do alastramento do anti-petismo e do anti-governismo.
Terá os próximos meses para mostrar a cara de seu governo.
O balanço do primeiro governo não sugere uma obra à altura dos desafios atuais de um país convivendo com múltiplas crises. Até poderá emergir uma nova Dilma, com uma estatura política até agora impressentida. Mas seria uma surpresa.
***
O PT tornou-se um partido político sebastianista, agarrado à imagem de Lula. Lula de 2018 será como Getulio de 1950: novos tempos, novas circunstâncias com o peso da idade contando.
***
Do lado da oposição, vai sobrar quem? Mesmo que mantenha os votos do antipetismo, Aécio Neves não demonstrou fôlego para assumir a empreitada de liderar a oposição. A crise de água irá expor em toda intensidade o nível do provavelmente mais medíocre governador da história moderna de São Paulo, Geraldo Alckmin.
Entre as lideranças alternativas, Marina Silva tem a consistência de uma libélula perdida.
***
Em 1989 surgiu a surpresa Fernando Collor, embalado nas ideias de Margareth Tatcher.
Agora, não apenas o Brasil mas o mundo está perdido na ausência de propostas.
Vem tempos bicudos pela frente.

Alckmin pode não ter solução para a água, mas já tem estratégia de mídia

Na manhã desta quinta-feira (29), o internauta que visitou a página principal do portal da Folha de S. Paulo com alguma dose de crítica, pensou: "Uau, parece que a Folha descobriu a crise de água em São Paulo!", ao passo em que todos os outros jornais, nos últimos tempos, oscilaram entre amenizar o assunto ou aguardar um ensaio de apagão de energia para por todos os problemas e gestores (os estaduais e o nacional) em um mesmo balaio. 
Curiosamente, nesta mesma quinta-feira, a Folha destaca em sua home um texto assinado por Marcio Aith, subsecretário de Comunicação do governo de São Paulo, capitaneado por Geraldo Alckmin (PSDB). É Aith quem faz na Folha uma crítica à grande imprensa revelando, ao mesmo tempo, a estratégia de mídia a ser adotada por Alckmin - que já está de olho na próxima disputa presidencial - mais à frente.
A estratégia consiste em dizer que Alckmin, diferentemente de outros gestores, descobriu as dificuldades que enfrenta hoje com o colapso dos sistemas Cantareira e Alto Tietê há muito mais tempo que Dilma Rousseff (PT) o fez em relação aos obstáculos com hidrelétricas, ou os governadores Fernando Pimentel (PT) e Pezão (PMDB), com os mananciais de Minas Gerais e Rio de Janeiro, respectivamente.
Alckmin e a Sabesp, segundo Aith, chamam a atenção da população de São Paulo para a grave estiagem provocada pelo mau humor de São Pedro desde janeiro de 2014. O tucano e a empresa de saneamento não ficaram inertes face a tragédia anunciada. É injusto, portanto, colocar o governador paulista no mesmo bolo em que está Dilma, Pimentel, Pezão e outros gestores que não se anteciparam aos fatos.
É o que diz o artigo de Aith:
"Nem sempre a imprensa consegue distinguir os fatos que deveria apurar dos argumentos que bailam em torno deles, frequentemente interessados. No caso das crises hídrica e energética, esta Folha, apesar de suas múltiplas vozes, confortou-se com uma ideia fixa: governos federal e estadual são igualmente culpados. Infelizmente, por mais confortável que possa parecer a alguns editorialistas, colunistas e repórteres deste jornal, tal argumento enfrenta o obstáculo de fatos. Há um ano, no dia 27 de janeiro de 2014, um comercial veiculado pela Sabesp informava: 'O Sistema Cantareira está com o nível mais baixo dos últimos dez anos. A falta de chuvas em dezembro –o menor índice dos últimos 84 anos– agravou o problema, deixando o sistema com apenas 24% da capacidade'."
E seguiu Aith a citar campanhas da Sabesp, antes de dizer que, um ano depois, "a dimensão nacional do problema foi escancarada por um apagão elétrico em 11 Estados da Federação e pelo agravamento da crise hídrica em Minas Gerais e no Rio. Ministros e agentes reguladores federais, sem abandonarem o discurso hostil a São Paulo, passaram a exprimir um novo consenso, idêntico ao qual chegou esta Folha: o de que todas as crises e governos cabem num só saco."
Para o governo Alckmin, tal argumento "deriva de certa covardia jornalística, de grande cinismo, e não resiste aos fatos. Até dezembro de 2013, nenhum estudo meteorológico previu a atual crise, muito menos a sua gravidade."
Mas desde 2004, quando das discussões sobre a outorga do Cantareira, existem estudos que alertam o governo do Estado sobre a necessidade de reduzir a dependência da Região Metropolitana de São Paulo em relação ao Sistema Cantareira. Era preciso investir em obras para potencializar outros mananciais, a exemplo do que Alckmin só agora planeja fazer com a Billings, ao sabor da crise, no improviso, sendo que o reservatório artificial existe desde a década de 1930 e é alvo de regulamentação e debates ambientais pelo governo estadual ao menos desde a gestão José Serra (PSDB). As obras que o Palácio dos Bandeirantes e a Sabesp conseguiram tirar do papel, com certo atraso, só ficarão prontas entre 2016 e 2018.
Estes fatos - que o GGN aponta com base em reportagens aqui lançadas, bem como opiniões de especialistas consultados ao longo do último ano - não importam, pois, na visão do subsecretário de Alckmin, o "Estado de São Paulo foi pioneiro no esforço de racionalização do uso da água, adotando o sistema de bônus e ônus antes de qualquer Estado. Interligou sistemas, aumentou a captação do Alto Tietê, do Guarapiranga e do Rio Grande. Iniciou obras estruturais e trouxe inovação – caso das membranas de tratamento da água de reúso, por meio da nanotecnologia. O que fizeram outros no mesmo período?"
Que fizeram Dilma, Pimentel, Pezão, perguntará Alckmin no próximo debate eleitoral.
Aith ainda deixa um recado para a Folha: pegue mais pesado com os gestores que, diferente de Alckmin, estão de braços cruzados. "Tratar igualmente os desiguais, numa espécie de jornalismo compensatório, agride o fundamento da isenção porque agride a verdade. A imprensa realmente isenta tem o rabo preso com os fatos, o que sempre será do interesse do leitor, do internauta, do telespectador, do ouvinte etc. O governo de São Paulo está fazendo a sua parte. A sua lista de ações é matéria de fato, não de opinião."
Jogada ensaiada
Marcio Aith, segundo lembrou Luciano Costa Martins (Observatório da Imprensa), fez carreira na própria Folha, "onde chegou a editor de Economia, e foi editor-executivo da revista Veja antes de se tornar coordenador de comunicação da campanha do ex-governador José Serra à Presidência da República em 2010".
Para Martins, o artigo de Aith na Folha não passa de uma jogada combinada entre o assessor de Alckmin com o jornal dos Frias e um colunista da revista Veja.
"Basicamente, trata-se de uma operação casada, na qual o colunista de Veja 'levanta a bola' e o responsável pela comunicação do governo paulista chuta em gol, sob o patrocínio da Folha de S. Paulo. Os dois [Aith e o colunista] criticam a imprensa brasileira por atribuir responsabilidades iguais a Geraldo Alckmin e a Dilma Rousseff pela falta de água, argumentando que o governador paulista vem tomando as medidas necessárias para amenizar o problema, enquanto a presidente estimulou o consumo de energia ao baratear as tarifas em 2012."

Alguém precisa acordar Alckmin


São Paulo está na iminência de uma catástrofe, com a falta de água. E o governador Geraldo Alckmin não se move.
Não apresentou um plano de contingência, fundamental para impedir tragédias maiores. Não apresentou um projeto sequer de orientação da população.
Os demais poderes do Estado precisam agir imediatamente, exigindo uma posição do governador. Depois do desastre consumado, de nada adiantará enquadrá-lo em crime de responsabilidade. As ações têm que ser tomadas agora. O que está em jogo é a situação de doentes em hospitais, de populações faveladas expostas a epidemias, de empresas paralisando seus trabalhos.
Parece até o ultimo baile da Ilha Fiscal. No Twitter, Secretários como José Anibal deblaterando contra a crise de energia do governo federal. No Facebook e por email, vikings da terceira idade, como Aloyzio Nunes e Alberto Goldmann denunciando pacotes fiscais. E não existe um assessor capaz de alertar o governador sobre o custo que o Estado pagará por sua inércia.