O governo do Estado do Espírito Santo pediu nesta quarta-feira o envio de mais tropas federais para enfrentar uma onda de violência registrada em decorrência de uma greve de policiais, que em cinco dias já deixou mais de 80 mortes relatadas.
O número de mortos, se confirmado, seria cerca de seis vezes maior que a taxa de homicídios no Estado registrada ao longo do ano passado.
Apesar da mobilização de 1 mil soldados das Forças Armadas e de um contingente de 200 homens da Força Nacional, que chegaram ao Estado na segunda-feira, a violência continua se alastrando após a Polícia Militar iniciar uma greve no fim de semana por uma disputa sobre reajuste salarial.
Mediante uma onda de assaltos, roubos e assassinatos, autoridades locais disseram precisar de centenas de tropas militares a mais para ajudar a compensar a média de 1.800 policiais que normalmente patrulham as ruas do Estado.
A greve, que tem participação de familiares e amigos de policiais que bloquearam acessos a batalhões, acontece à medida que o Espírito Santo, assim como outros Estados, enfrenta dificuldades financeiras para garantir serviços como saúde, educação e segurança.
O governador Paulo Hartung disse nesta quarta-feira que a greve, que fez com que escolas e hospitais fossem fechados e muitos moradores decidissem ficar em casa por medo da violência, é uma "chantagem". Ele comparou a greve ao "sequestro da liberdade de cidadãos", com cobrança de um "resgate".
O governo federal não respondeu de imediato a pedidos por mais tropas, mas já disseram esta semana que iriam tomar quaisquer medidas necessárias para restaurar a ordem.
Autoridades do governo estadual não confirmaram o número crescente de mortes violentas, mas a mídia local relatou que mais de 80 pessoas morreram desde sábado.
A maior parte da violência está centrada na região metropolitana de Vitória, onde vivem cerca de dois milhões de pessoas.
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