O Terceiro Juizado de Instrução do Peru aprovou o pedido feito pela Justiça do Paraná de oitiva de duas testemunhas arroladas pela defesa do ex-ministro José Dirceu, preso em Curitiba desde agosto passado.
Após a decisão, o procurador Alonso Raúl Freyre convocou as testemunhas de Dirceu para serem ouvidas nesta sexta-feira (22) no processo da Lava Jato no qual Dirceu é acusado de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
O processo atende aos critérios necessários para cooperação judicial internacional e de extradições. A informação - com a autorização de Freyre - veio por ofício do sistema judiciário do Peru até o departamento de cooperação internacional do Ministério da Justiça.
A decisão é um desdobramento do pedido do criminalista Roberto Podval, que convocou o ex-presidente peruano Alan Garcia, com quem Dirceu se reuniu pelo menos duas vezes quando esteve naquele país em janeiro e novembro de 2007.
Segundo a defesa, o ex-presidente Garcia está apto a demonstrar as relações políticas de Dirceu no exterior, inclusive para a prospecção de negócios de seus clientes na JD Assessoria e Consultoria Ltda, empresa do ex-ministro petista.
Os defensores de Dirceu arrolaram também o ex-primeiro ministro peruano Jorge Del Castillo (APRA), outro com quem Dirceu manteve encontros na mesma época e em maio de 2008. A ideia do depoimento de Castillo é a mesma de Garcia: comprovar negócios supostamente legítimos e a influência da empresa no exterior.
A JD consultoria é acusada de receber dinheiro de propina desviado do esquema investigado pela Lava Jato na Petrobras, inclusive por contratos de gavetas com delatores do caso e no pagamento de reformas de imóveis de Dirceu.
Veja o ofício das autoridades peruanas:
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