Com a certeza de perder Paulo Henrique Ganso, Muricy Ramalho já está à procura de um meia armador de qualidade para assumir a camisa 10 do Santos no supertime que a diretoria promete formar em 2013. Tudo indica que o escolhido será um argentino. Nos últimos dias, o técnico tem assistido pela televisão até aos jogos de clubes do interior paulista na esperança de encontrar um articulador à moda antiga, mas chegou à conclusão de que a solução só será encontrada no futebol argentino.
“Na Argentina esses números 10 são diferentes. Lá ainda se forma esse tipo de jogador e todo time tem um. Mas a gente vê o jogador numa partida e na seguinte ele não está mais lá. Já foi para a Europa. Alguns chamam a atenção, mas é melhor não falar de nome senão o clube aumenta em 1.000% o passe dele”, desconversou o treinador.
Logo depois da desclassificação do time na Copa Libertadores, parte da diretoria defendia a ideia de tentar levar Riquelme para a Vila Belmiro. Nem tanto pelo futebol que a estrela do Boca Juniors estava jogando, mas pelo impacto que a contratação teria, minimizando o fracasso do time na competição continental no centenário do clube. Como o meia argentino demorou a decidir sobre o seu futuro, o assunto caiu no esquecimento. Agora, na iminência de perder de Paulo Henrique Ganso, Muricy Ramalho corre para achar um substituto para o meia.
Nem sempre recorrer à base resolve. Pelo menos uma vez por semana, o técnico leva jogadores do sub-20 para participarem dos coletivos com os profissionais e desde a sua chegada ao clube ainda não viu nenhum garoto com o futebol parecido ao de Paulo Henrique Ganso. E não foi por falta de tentativas. Alan Patrick era tido como o seu sucessor natural, porém jamais se firmou. O mesmo acontece agora com Felipe Anderson. São jogadores definidos por Muricy como “com defeito de fábrica”.
Ele diz que o trabalho de formação é com os profissionais das comissões técnicas das respectivas categorias e fez uma critica. “Hoje os esquemas táticos até na base são diferentes e por isso ficou difícil formar jogadores mais técnicos para o meio de campo”. Para ele, os meias que estão surgindo em baixo são corredores e carregadores de bola. “O camisa 10 precisa parar a bola, pensar o jogo e ter qualidade no passe”.
Se no time sub-20 há escassez de bons jogadores para o meio de campo, Muricy Ramalho está impressionando com o número de promessas do sub-17. “Nesse sim tem canhotos habilidosos até demais. São cinco ou seis no mesmo time”, afirmou o treinador.
Pelo menos uma vez por semana o sub-17 treina contra os reservas do time principal e é provável que durante o ano que vem alguns deles sigam os passos de Victor Andrade (promovido para o profissional aos 16 anos).
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