GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer
Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Bebê sequestrado: pedreiro ficou sabendo que filho não era seu quando PMs prenderam a mulher

Pedro Henrique tem apenas 19 dias, mas passou um quarto de sua vida longe da família. Vítima de um drama que envolveu crime, aborto e mentiras, o bebê — sequestrado na última quarta-feira, em São Gonçalo — voltou nesta segunda-feira para os braços da mãe, Jéssica Cristina da Silva, de 20 anos. Graças a uma denúncia anônima, policiais do 35º BPM (Itaboraí) localizaram a criança no bairro Marambaia, em Itaboraí, onde fica a casa de Cláudia Ferreira Dantas de Oliveira, de 35, suspeita do crime.
Na 71ª DP (Itaboraí), a felicidade de parentes e amigos de Jéssica contrastava com o pesadelo que começava para o pedreiro José Dailson da Silva, de 39 anos. Ele soube da trama da mulher apenas ontem, quando policiais bateram à porta de sua casa. Ela admitiu ter escondido do marido que perdeu a criança que esperava, e apresentou Pedro Henrique como sendo o filho recém-nascido do casal.
Apesar de dois depoimentos conflitantes prestados por Gleice Kelly da Silva, que estava com o bebê quando ele foi levado, o delegado Wellington Vieira não acredita na versão de Cláudia de que Gleice teria dado a criança, alegando que a família não teria condições de criá-lo.
— Não acreditamos na versão da sequestradora — afirmou o delegado.
Gleice contou na delegacia que parou em uma praça para dar mamadeira para Pedro Henrique, quando Cláudia teria oferecido ajuda. A tia do bebê disse que precisava ir à uma farmácia. Foi quando a sequestradora se ofereceu para ficar com a criança. Ao voltar, Gleice não encontrou mais a mulher e o menino. Cláudia foi indiciada por sequestro de menores e, se condenada, pode pegar de dois a cinco anos de prisão.
José Dailson ao lado de Cláudia, na delegacia: pedreiro disse estar com vergonha
José Dailson ao lado de Cláudia, na delegacia: pedreiro disse estar com vergonha Foto: Paulo Carvalho / Extra
‘Estou com vergonha’
O pedreiro José Dailson sonhava em ter um filho homem. A notícia da gravidez de Cláudia foi a confirmação do que ele sempre desejou. Trabalhando em uma obra, em Jaconé, ele costumava sair de casa na segunda-feira, só retornando na sexta. Em função disso, conta, não teve muito tempo para acompanhar a gravidez da mulher. Nem de perceber que, com seis meses de gestação, ela perdeu a criança após sofrer um aborto espontâneo.
No último fim de semana, José chegou em casa e encontrou uma surpresa: um filho. Muito feliz, passou o sábado e o domingo bebendo e comemorando. A festa durou até esta segunda-feira, quando policiais militares bateram à porta de sua casa. Foi pela boca da mulher que ele soube da verdade.
— Ela não precisava fazer isso. Não ia mudar o amor que sinto por ela. Perdeu a criança, a gente tentava outro depois. Agora não sabemos como vai ficar nossa vida — lamentou ele, na 71ª DP.
Apesar de ter demonstrado constrangimento e tristeza na delegacia, o pedreiro disse que vai continuar ao lado da mulher. Ele relatou, inclusive, que vai continuar cuidando do filho mais velho de Cláudia, de 16 anos.
— Não tem porque eu abandoná-la neste momento. Não temos dinheiro nem para contratar advogado. Agora, temos que pensar no que vai ser feito. Não sei até mesmo se estou com meu emprego garantido. Estou com vergonha — disse.
Cláudia passou o tempo todo negando na delegacia que tivesse arrancado a criança dos braços de tia Gleice Kelly — que contou ter sido agredida pela suspeita num primeiro depoimento à polícia.
Cláudia disse que se arrependeu por ter levado a criança que não era sua para casa, mas disse que a própria tia alegou que a família não tinha condições de cuidar do bebê.
— Foi a maneira que encontrei de não causar desgosto para o meu marido. Ele queria muito esse filho. Sei que errei, e estou arrependida pelo meu ato impensado — disse Cláudia.
A suspeita do sequestro admitiu que sabia estar sendo procurada pela polícia, mas alegou que ficou com medo de se entregar porque não sabia o que poderia acontecer.

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