Ubatuba – Um trecho da rodovia Rio-Santos, em Ubatuba, deverá ser duplicado ainda este ano pelo Dnit (Departamento Nacional de Infra-Estrutura Terrestre). O projeto prevê a implantação de marginais nos dois sentidos e construção de ciclovias.
Também está prevista uma alça de acesso à rodovia Oswaldo Cruz (SP-125), que liga Taubaté a Ubatuba, para evitar que os carros que se dirigem à região sul precisem passar pela entrada da cidade. As obras deverão reduzir o número de mortes por atropelamento que engordam as estatísticas de acidentes com vítimas fatais na rodovia.
Segundo o inspetor De Amorim, da 7ª Delegacia da Polícia Rodoviária Federal em Ubatuba, o projeto engloba o trecho entre os bairros Praia Grande e Indaiá, de cerca de 10 km, um dos mais críticos e que registra o maior número de acidentes com vítimas fatais envolvendo pedestres, ciclistas e motociclistas. A obra está em fase de licitação e já recebeu autorização dos organismos ambientais.
A Rio-Santos corta bairros populosos de Ubatuba, como Estufa I e Estufa II. Neste trecho, não há passarelas e os moradores são obrigados a cruzar a rodovia às pressas, já que não há semáforos, apesar do trecho ser perímetro urbano. “Nos 53km da rodovia sob nossa jurisdição, nos 10km que serão incorporados ao projeto são registrados diversos atropelamentos”, frisa o inspetor.
Com o novo projeto, serão construídas passagens subterrâneas com largura para dois veículos, ligando o bairro Estufa I ao Estufa II, e também os bairros Usina Velha e Sumidouro. O Dnit também construirá um novo acesso ao Fórum de Ubatuba, implantar iluminação e recapear o trecho. Os pedestres também poderão atravessar pelo túnel.
Trecho crítico
Outro trecho crítico, em Ubatuba, é o que corta a Praia Grande. Nos fins de semana e feriados prolongados, os acidentes são causados pela desatenção dos motoristas, que aproveitam para observar a paisagem da praia. “Um simples descuido pode gerar uma batida. Há também colisões de carros que saem dos condomínios e que cruzam a pista pegando todo o fluxo pesado registrado nos finais de semana”, exemplificou o inspetor da Polícia Rodoviária Federal.
Em Caraguatatuba, o trecho onde ocorre o maior número de acidentes, principalmente com vítimas fatais, está localizado no km 95, altura do bairro Olaria, segundo a Polícia Rodoviária Estadual. Somente na semana passada a corporação registrou três capotamentos com vítimas. O trecho é de serra e bastante sinuoso, exigindo atenção redobrada dos motoristas.
Apesar de ser considerado o mais crítico, o trecho de 50 quilômetros que separa Caraguatatuba e Ubatuba, é o que possui acostamento em quase toda sua extensão, o que não ocorre no trecho entre Caraguatatuba e São Sebastião. Porém, os condutores têm dificuldades para visualizar as placas de trânsito, já que muitas delas estão encobertas pelo mato alto.
Rotatórias
A falta de rotatórias agrava a situação e contribui para o aumento das estatísticas de acidentes de trânsito, segundo a Polícia Rodoviária Estadual. Na tarde de ontem, duas motos e uma Kombi se envolveram num acidente na Praia Dura, em Ubatuba. Ao sair do bairro, que não possui rotatória, uma das motociclistas atravessou a pista e atingiu outra motociclista. As duas acabaram se chocando com a Kombi e se feriram.
“Toda semana tem acidente envolvendo motos”, queixou-se o balconista Ivanildo Gomes de Araújo, 20. “Sempre tem gente morrendo aqui”, completou a professora aposentada Maria Lúcia Valim, 67. “Os motoristas não reduzem a velocidade e acabam atingindo as motos que saem dos bairros. Isso acontece em toda a rodovia. Já apresentamos requerimentos para o Dnit e o DER, que administram a rodovia, para aumentar a sinalização”, disse o vereador de Ubatuba Claudinei Xavier (PSC).
"O ordenamento do trânsito sempre foi uma grande preocupação. Só quem mora nos bairros é que sabe a dificuldade de transitar até o centro em períodos de grande movimento, isso sem falar na grande incidência de acidentes envolvendo ciclistas”, afirmou o secretário de Obras de Ubatuba, João Paulo Rolim.
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