Com essa frase, o agora ministro da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella, encerrou seu discurso em uma das posses mais concorridas do atual governo.
Centenas de convidados, incluindo praticamente todo o staff ministerial, sete senadores, o governador do Distrito Federal, dezenas de deputados de vários partidos, além de lideranças e militantes republicanos, lotaram o espaço reservado no Palácio do Planalto para a cerimônia.
“Confio nas qualificações do senador Crivella, que, apesar de sua humildade, ainda nos ensinará a colocar minhocas nos anzóis”, brincou a presidente Dilma, dando boas-vindas ao novo membro de sua equipe e, ao mesmo tempo, comemorando o retorno do PRB ao Poder Executivo.
Veja a biografia do novo Ministro.
O novo ministro iniciou seu discurso, interrompido várias vezes por aplausos da assistência, afirmando que apesar de sua inexperiência, “afinal, como destacou a imprensa, nem sei colocar uma minhoca no anzol”, tem um grande desejo de aprender e de trabalhar pela sociedade. “Até porque, aprender a colocar a minhoca no anzol é fácil, difícil é aprender a servir ao próximo, ao cidadão, à sociedade”, lembrou.
O ministro contou que recebeu o convite com surpresa e que em um primeiro momento, chegou a sugerir outros nomes de integrantes do PRB que julgava mais qualificados no tema. “Mas, após insistência da presidente, aceitei, porque não se recusa uma missão, ainda mais a de servir à sociedade.”
Crivella fez questão de lembrar que seu estado, o Rio de janeiro, não será esquecido. “Como, aliás, não tem sido nesse governo. A presidente Dilma, desde sua gestão no ministério do governo Lula, sempre teve uma atenção especial para com o meu estado. Por isso, a quantidade de investimentos em vários setores, como portos, infraestrutura, geração de energia e desenvolvimento industrial. Exatamente por esse compromisso, sei que poderei contar com ela para não promover a quebra de contrato e a agressão a um ato jurídico perfeito que é a atual partilha de royalties do petróleo”, destacou, em um claro sinal de que sua batalha pelo estado não será esquecida em sua nova atribuição, até por contar com “o novo senador Eduardo Lopes, um político que honrou o Rio de Janeiro durante seu mandato como deputado federal.”
O ministro fez uma defesa enfática do governo, apontando inúmeros e inequívocos sinais de desenvolvimento, conseguidos desde a gestão Lula, e mantidos na atual administração Dilma. “Sei de sua preocupação, com nosso País, com nosso povo e com a miséria, que é uma macula em uma nação que é a sexta economia mundial. Preocupação essa que fez a presidente arriscar a própria saúde, travando em paralelo uma luta pela sua vida sem esquecer a vida se seus concidadãos.”
Crivella elogiou ainda a mobilização da sociedade, que por meio de redes sociais e avanços na tecnologia das comunicações, está cada vez mais consciente e não se sujeitará ao estrabismo político do passado “no qual nos faltaram líderes que combatessem a miséria. Que fizessem do cidadão sua prioridade. Mas isso é passado, desde a gestão Lula, e do nosso saudoso presidente de honra do PRB, José Alencar, e agora com presidente Dilma, temos lideres, temos compromissos com o povo e temos perspectiva de futuro”.
A citação a José Alencar foi um dos momentos mais emocionantes do discurso do novo ministro, no qual Crivella se permitiu uma pequena quebra de protocolo, para homenagear “a vocação pela cidadania, a simplicidade e a dignidade de um brasileiro que honrou seu País”.
O ministro elencou alguns dos desafios da sua pasta, “muitos dos quais já previstos quando nós, do PRB, ao integrarmos o governo na Secretaria de Assuntos Estratégicos, ajudamos a elaborar o documento com as metas para os nossos 200 anos de Independência (o Brasil 2022), no qual citávamos a necessidade de ampliar nossa produção, que hoje, a despeito de nosso potencial, ainda é inferior a de países como o Peru”.
Crivella lembrou um dos paradoxos do setor pesqueiro. “Precisamos investir na formação de técnicos. Precisamos de uma Embrapa no setor. Pois, apesar de termos mais de 800 mil profissionais de Engenharia registrados no País, possuímos apenas 1,4 mil engenheiros de pesca.”
Crivella concluiu afirmando que acredita acima de tudo no trabalho. “Espero não decepcionar a confiança da presidente Dilma, mas ela sabe que pode contar com meu empenho. Vou me devotar de corpo e alma a aprender a colocar a minhoca no anzol e principalmente a ajudar os milhões de brasileiros que trabalham no setor. Por sinal, quando falei dessa prioridade ao trabalhador, a presidente me disse que esse era o espírito e me deu certeza de que ao me dedicar mais a servir ao cidadão, estarei ajudando mais do que me limitando a ser um especialista.”
A presidente iniciou sua fala afirmando que confia nas qualificações do senador Crivella. Dilma Rousseff lembrou a importância de aliados e dos acordos políticos que garantam a própria governabilidade e afirmou que o PRB é um desses parceiros que sempre colaboraram com o governo. “A entrada de Crivella no governo é um reconhecimento do papel do PRB nessa grande coalizão que nos permite manter o País no caminho da prosperidade e do desenvolvimento humano.”
Dilma citou a fala de seu novo ministro ao dizer que concorda “com Crivella ao dizer que mais importante que colocar a minhoca no anzol é servir ao cidadão. Esse é o aprendizado que queremos no governo”.
A presidente lembrou que o País demorou séculos para se voltar ao cidadão, “tendo inclusive o triste legado da escravidão. Mas agora, após o presidente Lula e o nosso querido José Alencar, encontramos o caminho de governar para o povo. Por isso a importância de ter pessoas como o senador Crivella integrando essa equipe. Um homem que com certeza fará a diferença”.
Dilma Rousseff, que chegou a ficar com voz embargada ao agradecer o trabalho do ex-ministro Luiz Sérgio, concluiu agradecendo a presença do especialista em trabalhar pelo povo, Marcelo Crivella, que “vai dar sequência à grande participação do PRB em nosso governo, participação essa que teve início com o Zé (José Alencar) e que ainda vai dar muitos frutos”. A presidente finalizou com uma mensagem aos republicanos: “O PRB não está sendo agregado ao governo. Ele está voltando. Seja bem-vindo!”