O número de famílias paulistanas endividadas, com contas em atraso e sem condições de pagar os débitos é maior entre aquelas com renda de até dez salários mínimos. Em dezembro deste ano, 31,2% delas afirmaram que não poderão honrar com o pagamento dos débitos no próximo mês.
Segundo a Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor), divulgada pela Fecomercio-SP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), 37,2% dos entrevistados que recebem até dez mínimos disseram que vão pagar parte do débito e outros 24,7% deverão pagá-lo integralmente.
Considerando as famílias com as contas em atraso e que ganham mais de dez mínimos, 42,9% conseguirão honrar totalmente seus compromissos, enquanto 35,7% disseram que vão quitá-los parcialmente. Já 21,4% não terão condições de pagar nada.
Do total de endividados inadimplentes, considerando todas as faixas de renda, 30,6% disseram que não terão condições de pagar as dívidas no próximo mês, outros 37,1% conseguirão pagar parte delas e 25,8% afirmaram que pagarão totalmente os débitos.
Endividados
A pesquisa mostra que, do total dos entrevistados, 12,9% disseram que estão muito endividados. Esse percentual é maior entre os que recebem até dez salários mínimos (13,7%) do que entre as famílias com renda superior a esse patamar (7,6%).
De modo geral, 13,7% dos entrevistados estão mais ou menos endividados e 14,7% estão pouco endividados. Em compensação, 56% das famílias não têm dívidas, sendo que, entre aquelas com renda de até dez salários mínimos, o número cai para 54,8% e, entre aquelas com renda superior a dez mínimos, sobe para 65,5%.
Cartão de crédito lidera
Analisando os tipos de dívida, de maneira geral, o cartão de crédito lidera, com 74,5%* das respostas, seguido por carnês, com 23%, e crédito pessoal, com 12%.
Considerando as faixas de renda, novamente o cartão de crédito aparece no topo da lista, sendo o principal tipo de dívida de 74,2% das famílias que ganham até 10 salários mínimos e de 77,9% das que têm renda acima deste valor.
Já o financiamento de carro endivida mais as famílias que recebem acima de 10 mínimos (16,9%) dos que as que ganham abaixo disso (12,2%), situação inversa que ocorre com os carnês. Este tipo de dívida é mais comum para as famílias com ganhos até 10 mínimos (24,2%).
* A pesquisa permite respostas múltiplas, por isso o percentual ultrapassa os 100%