ESTOCOLMO - Ao que tudo indica, o rascunho do primeiro relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) de 2013, com as bases físicas do clima, deve ser aprovado até o fim da semana sem alterações maiores de conteúdo, conforme indicou ontem ao Estado o chefe do IPCC, Rajendra Pachauri. Isso significa, na prática, que a comunidade científica deve confirmar estimativas mais moderadas para o aquecimento global.
O senhor acredita que esse texto pode sofrer fortes alterações até a sexta-feira?
REJENDRA PACHAURI - Creio que o relatório que está em discussão será aquele aprovado e levado aos dirigentes políticos. Pode haver alterações de linguagem, tornando as conclusões mais claras, mas não creio em mudança maior no documento.
A linguagem pode ser amenizada de alguma forma para facilitar o acordo?
REJENDRA PACHAURI - Não, a linguagem não será amenizada para obter um consenso. Somos todos pessoas racionais, há autores trabalhando nessa sala e todos temos acesso aos detalhes e às razões fundamentais a respeito de cada afirmação, de cada descoberta. Além disso, a decisão final continua nas mãos dos autores. De novo: não creio que haverá alterações maiores. No IPCC de 2007, não houve nenhuma flexibilização da linguagem.
Como o senhor vê as críticas de "negacionistas" sobre o relatório de 2013?
REJENDRA PACHAURI - Não vou comentar o que vem sendo afirmado por alguns políticos de fora de organizações científicas. Nossa mensagem é clara: oferecemos um amplo e sólido documento científico ao mundo para que os governantes possam tomar decisões. Estamos focados nisso.
O IPCC está mais resistente a críticas em 2013 do que em 2007?
REJENDRA PACHAURI - Nossa função é oferecer ao mundo a informação científica de que os dirigentes políticos precisam. Veja a consciência que existe hoje em todo o mundo sobre o aquecimento global. Isso nos dá razões para otimismo e nos leva a crer que o relatório do IPCC será bem recebido.
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