Garfunkel vai direto ao ponto ao descrever seu trabalho. Conforme o título de sua nova coletânea, Garfunkel é "The Singer" (o cantor) – e seu orgulho é perfeitamente justificável.
Afinal de contas, a voz dele está por trás de hinos pop como "Bridge over Troubled Water" (1970), "El Condor Pasa" (1970), e hits como "I Am a Rock" (1966), "Mrs. Robinson" (1967), "The Boxer" (1970) e "All I Know" (1973). Com o amigo de infância e parceiro no Hall da Fama do Rock, Paul Simon, Garfunkel criou algumas das canções mais importantes dos anos 1960 e, desde então, tem mantido um padrão de qualidade vocal praticamente inigualável.
"Se precisasse resumir tudo em uma frase, posso garantir que seria sincero em meu orgulho pelo trabalho que realizei, com tantas performances incríveis e a boa sorte que tive no estúdio", afirmou Garfunkel, de 71 anos, em uma entrevista por telefone de seu apartamento em Manhattan. "Quando junto as canções e as coloco em sequência, seja com ou sem Simon, vejo o trabalho de uma vida todo e fico extremamente orgulhoso. Assim fica muito fácil dizer: 'Aí está o que fiz: cantei bem!'."
Isso é especialmente verdade num momento em que cantar bem se tornou um grande desafio para Garfunkel.
Em 2010, durante uma das periódicas turnês com Simon, Garfunkel foi afetado por uma paralisia das cordas vocais, uma condição que o impossibilitou de cantar, obrigando-o a cancelar apresentações solo e a turnê com Simon. O cantor deu início imediato ao tratamento, sempre temendo que seus dias de palco tivessem chegado ao fim.
"A única coisa que esperava é que minha voz voltasse", admite Garfunkel. "Essa era minha única esperança. Fiquei deprimido, pensando: 'Cara, será que nunca mais vou cantar?. Os médicos diziam: 'Parece que as coisas estão melhorando', e eu ficava de joelhos, agradecendo a Deus por permitir que o verbo 'melhorar' fizesse parte da minha vida."
"Mas, minha nossa, como foi difícil esperar."
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