Entre as oitavas e as quartas de final da Copa do Mundo, nesta semana começa para valer o período eleitoral no Brasil. Os partidos têm até este domingo, 29, para realizar suas convenções. O prazo para o registro dos candidatos e das coligações é sábado, 5. E os concorrentes estão liberados para fazer propaganda a partir de domingo, 6. Tudo isso será feito com o olho no espaço que cada um terá no horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão, com início marcado para 19 de agosto.
Pela legislação e pelas regras definidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os partidos políticos poderão usar na propaganda eleitoral de seus candidatos em âmbito regional (governador e deputados federal, estadual e distrital) a imagem e a voz do candidato ou do militante do partido que integre a coligação em âmbito nacional.
Por exemplo, o candidato do PMDB ao governo do Estado de São Paulo, Paulo Skaf, poderá, se quiser, usar a imagem de Dilma Rousseff, que é a presidenciável do PT. É que o PMDB apoia no plano nacional o projeto dilmista. Ao mesmo tempo, a petista poderá também estar na propaganda eleitoral do candidato de seu partido ao Palácio dos Bandeirantes, Alexandre Padilha.
Ainda em São Paulo, o PSB apoia a candidatura a reeleição de Geraldo Alckmin (PSDB), tendo inclusive a vice na chapa do tucano com o pessebista Marcio França. Ocorre que o PSB tem um candidato próprio a presidente da República, o ex-governador Eduardo Campos, que é adversário na corrida pelo Planalto do tucano Aécio Neves. Nesse caso, ambos, Eduardo Campos e Aécio Neves, poderão em tese ser mostrados nas propagandas de Geraldo Alckmin.
Consultoria
Para garantir a presença e o apoio de figuras ilustres da política brasileira, como os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso e os presidenciáveis, equipes de advogados têm assessorado os partidos nos processos de formalização de alianças, com as respectivas consequências, inclusive no horário eleitoral gratuito.
Os primeiros problemas apareceram publicamente na semana passada, após a convenção nacional do Partido Progressista (PP), em Brasília. A sigla decidiu apoiar a candidatura à reeleição da presidente Dilma. A senadora Ana Amélia, que vai disputar o governo do Rio Grande do Sul, e outros políticos inconformados recorreram ao TSE para tentar suspender os efeitos da convenção. No entanto, o pedido de liminar foi rejeitado.
Ana Amélia queria que o partido ficasse neutro. Dessa forma, ela poderia livremente apoiar e ser apoiada pelo tucano Aécio Neves, que está em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto para o Palácio do Planalto.