O monitoramento realizado pelo
Instituto Argonauta e Aquário de Ubatuba mostra que no mês de janeiro, o auge
da temporada de verão, mais da metade das praias do Litoral Norte apresentação
uma situação considerável de lixo nas areias no período da coleta.
O percentual maior foi em Ubatuba,
com mais praias analisadas e o menor em Ilhabela. A situação mais preocupante é
Caraguatatuba, único município onde a classificação chegou a inaceitável em
seis pontos.
Conforme o balanço, no período foram
monitoradas 132 praias, sendo 57 em Ubatuba, 15 em Caraguatatuba, 31 em São
Sebastião e 29 na Ilhabela, totalizando 4.092 registros em relação ao grau de
contaminação por lixo nas praias da região.
No total, foram retirados 1.307,9 kg
de lixo, sendo 462,3 kg em Ubatuba, 337,5 kg em São Sebastião, 289,6 kg em
Caraguatatuba e , que os valores de peso são referentes a uma amostragem
do local diária, onde é possível visualizar picos do aumento destes resíduos
principalmente aos finais de semana em todos os municípios.
Das praias avaliadas, 78 (52,1%)
foram predominantemente classificadas como “traços” e apresentaram algum
indício de resíduos sólidos. As demais, 48 (41,9%) predominaram como “ausentes”
e seis (6%) “inaceitável”. Nenhuma praia foi classificada como “caótico”,
embora conste um percentual em Ubatuba.
No município, dos 1,767 registros,
58,6% tinham “traços” de lixo, seguido do grau “ausente” (38%), “inaceitável”
(3,3%) e caótico (0,1%), sendo dois dias na Praia do Matarazzo, no Centro.
Esta é uma praia pequena com 157
metros de extensão de areia fina, tem um ducto de água fluvial que pode conter
despejo de esgoto clandestino e contaminar o local. Além da matéria orgânica,
que não é considerada lixo, os analistas puderam observar uma grande quantidade
de resíduos de origem antropogênica, como garrafas pet, copos e embalagens
descartáveis, fragmentos de plástico e isopor, garrafas de vidro,
preservativos, entre outros itens.
“A situação tende a se agravar devido
à junção de fatores ambientais, como ressaca do mar e eventos de origem
antropogênica”, aponta o relatório.
Caraguatatuba teve 465 registros,
sendo que 52,7% foram classificados como “traços”, seguido do “inaceitável”
(35,9%) e “ausente” (11,4%). As seis praias mais sujas foram Camaroeiro, Pan
Brasil, Palmeiras, Flecheiras, Romance e Porto Novo porque se mantiveram nessa
situação por um período muito grande.
Em São Sebastião, de 961 registros,
51,7% foram classificados como “ausente”, seguido de “traços” (46,8%) e
“inaceitável” (1,5%). Já em Ilhabela, de 899 pontos analisados, 55,1% estavam
com as praias “ausente” de lixo, seguido de “traços” (44,5%) e “inaceitável”
com 0,4%.
O Boletim do Lixo nas Praias foi
lançado no final de 2018 pelo Instituto Argonauta e o Aquário de Ubatuba e o objetivo
é fazer uma classificação desde as mais limpas às mais caóticas. A coleta é
diária e os dados serão disponibilizados no início de cada mês
Os dados sobre a qualidade do lixo estarão disponíveis online no
facebook do Instituto Argonauta e pelo site www.institutoargonauta.org.
Fonte: https://www.novaimprensa.com/2019/02/relatorio-praias-litoral-norte-lixo-areia.html?fbclid=IwAR1BNRVUEHv-Qx_eSNIBcmAqonqi2Oocwfh1xsxx19ow9NplvRhcAPeSa9g
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