Quando estava no meu primeiro mandato de vereador, participei de um encontro ambientalista no ABC em comemoração pela promulgação da lei de proteção aos mananciais assinada pelo então Governador Paulo Egydio Martins. Poucos anos depois um novo encontro em que todos os participantes lamentavam a importante lei ambiental. Ao impedir o uso legal das áreas próximas a mananciais , lagos, represas como a de Interlagos/Bilyngs, que se pudessem serem comercializadas em loteamentos de lotes de grandes proporções possibilitaria a construção de casas ocupando espaços grandes mas certamente com áreas livres e arborizadas maiores ainda. Ao impedir o uso legal foram abandonadas e onde poderiam existir apenas algumas centenas de sítios, moradias de lazer, por não haver interesse comercial foram abandonadas e invadidas, não por algumas centenas de moradores, mas por mais de 3 ou 4 milhões de forma desordenada, sem nenhuma estrutura de saneamento básico e agora impossível de ser controlada a ocupação e obrigação do poder estatal investir milhões ou mesmo bilhões apenas para mitigar os estragos feitos.
Ao assistir hoje um arquiteto se referindo à ocupação das áreas de risco no Rio de Janeiro, e em outros locais do Brasil, defendendo que esse locais não deveria ser ocupado por famílias de baixo poder aquisitivo, pois não teriam condições de preparar as áreas de forma segura, me lembrei dos fatos narrados acima e quando comecei a defender que locais de risco não se poderia deixar pobres ocuparem, o poder publico deveria reservar áreas seguras para a ocupação de famílias carentes ou de baixo poder aquisitivo e nunca ás de risco, que necessita de investimentos altos para sua ocupação. Exemplo claro está perto de nós na Ponta do Arpoador...lá as construções são de cidadãos de alto poder aquisitivo, que se gastam R$ 500 mil na construção da residencia gastam R$ 1 milhão no preparo do terreno para ter a segurança dessa casa, ficando as mesma até despercebida pela floresta em volta. Se lá fosse ocupada desordenadamente não haveria canaletas de drenagens, estaqueamentos, proteção de taludes, preservação da vegetação e todos sabemos o que aconteceria posteriormente.
Assim o Estado - o agente publico - tem a obrigação de reservar áreas sem riscos, boas de serem ocupadas proporcionando segurança para a comunidade que lá irá viver - Deixe para os ricos as áreas de risco.
Fonte:
Rodoaldo Graciano Fachin, jornalista e analista politico
https://www.facebook.com/rodoaldograciano.fachini/posts/2501528989861971
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