GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

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Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

terça-feira, 28 de agosto de 2018

Doença inicialmente não diagnosticada explode intestino de homem no Reino Unido


A piora da batalha de um homem britânico com a constipação acabou lhe custando parte de seu intestino, devido a uma condição rara e às vezes inexplicável conhecida como megacólon (também conhecida como Doença de Hirschsprung). Mas a assustadora história do homem, detalhada por seus médicos no BMJ Case Reports na semana passada, podia ter sido evitada se tivessem o diagnosticado corretamente mais cedo.


Segundo o relato de caso, o homem, de 24 anos de idade, tinha um histórico de constipação e dor crônicas há pelo menos quatro anos, de acordo com registros de internação hospitalar. Quando ele chegou a uma sala de emergência, ele vinha lidando com o último episódio por cerca de uma semana. Seu estômago estava claramente inchado e sensível ao toque, e uma tomografia computadorizada descobriu que seu reto e cólon estavam cheios  de fezes.

Mas o homem foi tratado de um modo bastante conservador. Ele recebeu uma prescrição de apenas laxantes orais e foi orientado a fazer enemas (procedimento manual para remoção dos dejetos) regularmente. O paciente recusou fazer os enemas, mas concordou em tomar os laxantes.

No entanto, dois dias depois, ele voltou, desta vez inconsciente e sofrendo uma dor abdominal debilitante. Uma segunda tomografia computadorizada revelou o novo dano: a metade inferior do seu cólon havia explodido, derramando fezes e ar no seu abdome.

Perfurações intestinais, como elas são chamadas, podem ser fatais, já que as bactérias encontradas no intestino, quando se encontram no abdome, podem levar a uma enorme resposta imunológica chamada sepse, que pode matar.

Segundo o relatório, o homem foi enviado para a UTI e passou por uma cirurgia de emergência para remover o final do cólon e fechar o buraco que foi deixado. Ele também recebeu uma colostomia, que cria uma nova abertura pela qual os movimentos intestinais podem passar, normalmente por meio de uma bolsa colocada do lado de fora do corpo.

Por causa dos sintomas do homem, escreveram os médicos, é provável que ele tivesse um megacólon crônico, uma condição rara em que o cólon se dilata muito mais amplamente do que o normal. Pessoas com megacólon geralmente também têm músculos intestinais paralisados, cuja combinação significa que eles não podem passar facilmente fezes ou gases.

Em e-mail enviado ao Gizmodo, Alexandros Apostolopoulos, cirurgião do Hospital Universitário de Newham, em Londres, e um dos autores do estudo, disse que o caso foi muito desafiador.

Segundo ele, o paciente tinha transtorno do espectro de autismo, e constipação crônica é muito comum nesses pacientes, que, segundo Apostolopoulos, também costumam não seguir conselhos médicos. "Foi difícil conseguir o consentimento para oferecer a cirurgia eletiva. O resultado foi perfuração intestinal e uma operação de emergência. Esse foi um caso raro e extremo. Se uma operação eletiva tivesse sido feita, as coisas teriam sido mais 'tranquilas'. No entanto, o paciente está muito bem agora. Nós o vimos várias vezes em suas consultas de acompanhamento, e ele está bastante feliz. A mensagem que fica é que o tratamento precoce de qualquer condição é sempre a melhor opção", afirmou o cirurgião.

O megacólon (e o megarreto) pode ser agudo ou crônico e tem muitas coisas conhecidas, como a doença de Crohn, certos medicamentos ou defeitos genéticos. Mas, às vezes, ele pode acontecer por nenhuma razão identificável, um tipo conhecido como megacólon idiopático.

Existem vários tratamentos disponíveis para administrar mesmo o megacólon crônico, como limpezas do cólon regulares, laxantes e mudanças na dieta. A cirurgia preventiva, incluindo a colostomia, também pode ajudar nos piores casos. No episódio envolvendo este homem, aparentemente, seus primeiros médicos simplesmente não pensaram em considerar o megacólon como a possível causa dos problemas.

"Uma avaliação antecipada durante uma internação prévia de que essa era um caso raro de megacólon idiopático crônico e de megarreto poderia ter impedido a perfuração, e a cirurgia eletiva poderia ter sido planejada", escreveram os médicos.

O relato não revela o que aconteceu com o homem depois de sua cirurgia, mas os autores parecem esperar que essa história possa se tornar um aviso para ajudar outros médicos a identificar a condição.

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