GACC - Grupo de Assistência à Criança com Câncer

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Desde o início de suas atividades, em 1996, o GACC - então Grupo de Apoio à Criança com Câncer - existe para aumentar a expectativa de vida e garantir a oferta e a qualidade global do tratamento oferecido integral e indistintamente a crianças e jovens com câncer, diagnosticados com idades entre 0 e 19 anos incompletos, independente de sexo, cor, religião ou posição socioeconômica.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

FHC usou empresa para me mandar dinheiro no exterior, diz ex-amante

Após entrevista bombástica concedida para uma revista na Espanha, a ex-jornalista da Globo Mirian Dutra, com quem o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso manteve um relacionamento extraconjugal nos anos 1980 e 1990, detalha como se manteve financeiramente no exterior com o filho que teve com o político tucano. A Brasif S.A. Exportação e Importação teria ajudado FHC (PSDB-SP) a enviar ao exterior recursos para a jornalista.
Segundo ela, a transferência foi feita por meio da assinatura de um contrato fictício de trabalho, celebrado em dezembro de 2002 e com validade até dezembro de 2006. Em reportagem da "Folha de S. Paulo", a jornalista afirmou que FHC usou a empresa para bancá-la no exterior.
No documento, aparece como contratante a Eurotrade Ltd., empresa da Brasif com sede nas Ilhas Cayman. O contrato estabelece que a jornalista deveria prestar "serviços de acompanhamento e análise do mercado de vendas a varejo a viajantes", fazendo pesquisas "tanto em lojas convencionais como em duty free shops e tax free shops" em países da Europa.
Os dados coletados seriam enviados à Brasif, que na época explorava os free shops (lojas com isenção de impostos) de aeroportos brasileiros. Fernando Henrique admitiu manter contas no exterior e ter mandado dinheiro para Tomás, mas nega ter usado a empresa para bancar a jornalista.
 
 
 
Bancarrota financeira
Mirian disse que "jamais pisou" em uma loja convencional ou em um duty free para trabalhar. E que o contrato, de US$ 3.000 mensais, foi feito para "suplementar" a renda dela e de Tomás.
"Eu trabalhava na TV Globo e tive um corte de 40% no salário em 2002. Me pagavam US$ 4.000. Eu estava super endividada, vivia de cartões de crédito e fazendo empréstimo no banco. Me arrumaram esse contrato para pagar o restante", afirma Mirian.
O acordo foi mediado pelo jornalista e lobista Fernando Lemos, que era casado com Margrit Dutra Schmidt, irmã de Mirian. "Ele [Lemos] disse que tinha que arrumar um jeito de melhorar a minha vida financeira, já que eu tinha uma hipoteca [de um apartamento que comprou em Barcelona, na Espanha] e a Globo tinha cortado o meu salário."
Lemos, morto em 2012, e Margrit faziam a ponte entre a jornalista e Fernando Henrique, então presidente, que não tinha como manter contato frequente com Mirian.
 
Esclarecimento
A jornalista diz que, numa conversa, dois anos depois da vigência do contrato, Fernando Henrique revelou que o dinheiro enviado pela Brasif era, na verdade, dele, e não da empresa. "Ele me contou que depositou US$ 100 mil na conta da Brasif no exterior, para a empresa fazer o contrato e ir me pagando por mês, como um contrato normal. O dinheiro não saiu dos cofres da Brasif e sim do bolso do FHC", diz.
O empresário Jonas Barcellos, dono da Brasif, não nega o acerto. Mas diz não se lembrar de detalhes. "Tem alguma coisa, mesmo, sim", afirmou ele, quando questionado pela "Folha" sobre ter assinado um contrato com Mirian para ajudar FHC a enviar recursos a ela. "Eu só não sei se era contrato", declarou.
Barcellos disse que estava em Aspen, nos EUA, e que voltará ao Brasil na próxima semana. "Vou fazer um levantamento na empresa para esclarecer tudo". Questionado sobre ter tratado do tema com FHC, respondeu: "Faz muito tempo, eu preciso pesquisar e me lembrar para responder."
Mirian e Fernando Henrique mantiveram um relacionamento extraconjugal por seis anos. No período, ela ficou grávida. Depois do nascimento de Tomás, pediu à emissora que a transferisse para Portugal.
FHC não registrou Tomás. Mas nunca questionou a paternidade e sempre o tratou como filho, responsabilizando-se por parte do sustento do jovem no exterior. Em 2009, a "Folha" revelou que o ex-presidente havia decidido reconhecer o filho na Espanha, onde Tomás vivia com a mãe.
"Eu sempre cuidei dele", afirmou na época ao jornal. Dois anos depois, o ex-presidente fez dois exames de DNA com Tomás. Os resultados deram negativo, o que provaria que o jovem não é seu filho biológico. FHC afirmou publicamente que o exame em nada alterava a situação e que ele seguiria reconhecendo Tomás como seu filho. Mirian questiona a validade do exame.

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