O senador Delcídio do Amaral (PT-MS) traiu a confiança do PT e da presidente Dilma Rousseff, afirmou nesta segunda-feira o presidente do partido, Rui Falcão, que também disse que a Executiva Nacional se reunirá na sexta para discutir quais medidas adotar após as "violações éticas" do senador.
Em editorial publicado no site do PT, Falcão afirma que Delcídio, que está preso desde a semana passada acusado de tentar obstruir o andamento da operação Lava Jato, teve comportamento "antipartidário e antiético".
"É inquestionável que o senador Delcídio traiu a confiança do PT, do governo Dilma, de quem era líder do Senado, e frustrou o seu próprio eleitorado", escreveu Falcão, que sinalizou que o parlamentar deverá ser alvo de um "julgamento político" dentro do partido, pautado pelo estatuto e código de ética petistas.
"O que vamos tratar na sexta-feira é da abertura de um processo disciplinar face ao filiado Delcídio do Amaral, reafirmando o que entendemos ser seu comportamento antipartidário e antiético."
Delcídio foi preso na quarta-feira acusado de oferecer dinheiro, influência política junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) e até uma rota de fuga para beneficiar o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, em troca do silêncio dele na Lava Jato, que investiga um esquema bilionário de corrupção na estatal.
Uma conversa com Delcídio foi gravada pelo filho de Cerveró e, no áudio, Delcídio aparece fazendo as ofertas para que o ex-diretor, que está preso e já tem uma condenação na Lava Jato, não faça acordo de delação premiada ou omita o nome do parlamentar petista se o fizer.
A defesa do senador manifestou "inconformismo" com sua prisão, que acredita ser irregular por não estar de acordo com a Constituição. A decisão do Supremo de determinar a prisão de Delcídio foi referendado pelo plenário do Senado também na quarta-feira.
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